22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

TEOSE 954 TERCEIRO EXCLUÍDO, PRINCIPIO DO<br />

pon<strong>de</strong> a especulação (\.); por isso, assim como<br />

este substantivo, possui dois significados fundamentais:<br />

1 L> o que é puramente cognitivo e<br />

opòe-se a prático; 2- o que não é redutível à<br />

experiência e opòe-se a empírico. No primeiro<br />

exemplo, fala-se <strong>de</strong> "ciências T."; no segundo,<br />

<strong>de</strong> "conceitos T.".<br />

TEOSE. V. DF.II K:ACÀO.<br />

TEOSOFIA (gr. Geoaocpíoi; in. Theosophy, fr.<br />

'Ihéosophie-, ai. Theosophie; it. Teosofia). Este<br />

termo já era usado pelos neoplatônicos para<br />

indicar o conhecimento das coisas divinas, proveniente<br />

da inspiração direta por Deus (POR-<br />

FÍKIO, Deabst., IV, 1 7; JÂMBLICO. Demyst.. VII,<br />

1; PROCI.O, 'lheol. plat.. V, 35). Foi retomada<br />

com o mesmo sentido por Jacob Bõhme (Sex<br />

puncUi fbetxuipbicti, J 620,- Qmiesliones tbeosophicae,<br />

1623) e pelos outros místicos da Reforma;<br />

Kant observava que a limitação da razão<br />

"impe<strong>de</strong> que a teologia se eleve à T., a conceitos<br />

transcen<strong>de</strong>ntais em que a razão se per<strong>de</strong>"<br />

(Crít. cio Juízo, § 89). E Schelling falava do<br />

teosofismo <strong>de</strong> (acobi, enten<strong>de</strong>ndo por teósofos<br />

os filósofos que se consi<strong>de</strong>ram diretamente inspirados<br />

por Deus (Münchener Vorlesungen em<br />

Werke, X, p. 165).<br />

Em 1875, esse termo foi retomado pelos<br />

fundadores da Socieda<strong>de</strong> teosófica, entre os<br />

quais se encontrava Helena Petrowna Fslavatsky,<br />

autora <strong>de</strong> ísis sem véu (1877) e Doutrina<br />

secreta (1888), obras que expunham a<br />

nova T.: uma mistura <strong>de</strong> ocultismo e <strong>de</strong><br />

crenças orientais, que supostamente estariam<br />

fundadas na inspiração direta por Deus. A<br />

atuação e as doutrinas <strong>de</strong>ssa socieda<strong>de</strong> extrapolam<br />

o campo da <strong>filosofia</strong>. Aqui nos limitaremos<br />

a aludir ao cisma provocado por<br />

Rudolff Steiner, que o levou à formulação da<br />

a > i troposofia (v.).<br />

TER (gr. e^ew; lat. Habere, in. To have, fr.<br />

Avoir, ai. Haben; it. Avere). Uma das <strong>de</strong>z<br />

categorias <strong>de</strong> Aristóteles, na qual ele mesmo<br />

distinguiu muitos significados, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que po<strong>de</strong><br />

referir-se a qualida<strong>de</strong>, quantida<strong>de</strong>, posse, disposição,<br />

uma parte do corpo, conteúdo <strong>de</strong> um<br />

recipiente, uma proprieda<strong>de</strong> ("T. uma casa ou<br />

uma fazenda"). Aristóteles também observa<br />

que se diz "T. uma mulher", mas que esse significado<br />

é impróprio porque significa apenas<br />

que se mora com ela (Cat., 15, 15 b 3 ss.).<br />

F.ssas distinções são repetidas na lógica medieval<br />

(cf, p. ex., PKDRO HISPANO, Summ. log..<br />

3.37-38; JI:NGR:S, Lógica hamburgensis, I, 1-1,<br />

24). Num significado assim amplo esse termo<br />

indica uma relação qualquer. Flegel, porém,<br />

queria restringi-lo à relação entre a coisa e suas<br />

proprieda<strong>de</strong>s (Ene, § 125).<br />

Mareei contrapôs o T. ao ser. O T. seria a<br />

categoria dominante na exteriorida<strong>de</strong> das<br />

coisas, entre as quais o homem vive em sua<br />

função social ou vital, enquanto o ser seria<br />

a categoria própria da subjetivida<strong>de</strong>, que é<br />

mistério (Htre et avoir, 1935). No T., no fazer<br />

e no ser. Sartre viu as três gran<strong>de</strong>s categorias<br />

da existência humana. Mas o fazer se resolveria<br />

no T.. visto que qualquer forma <strong>de</strong><br />

acuo ou <strong>de</strong> produção, inclusive o conhecer,<br />

é uma forma <strong>de</strong> apropriação; por outro<br />

laclo, o T. se reduz ao ser porque o <strong>de</strong>sejo<br />

<strong>de</strong> T. no fundo é redulível ao <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> "estar<br />

cm rehiçào com calo objeto cm certa relação<br />

<strong>de</strong> ser" (Letre et le iiéant [1943], 1955,<br />

pp. 663 ss.).<br />

Tanto na linguagem corrente quanto na lógica<br />

e na matemática, T. hoje indica apenas uma<br />

relação <strong>de</strong> qualquer gênero.<br />

TERCEIRO EXCLUÍDO, PRINCÍPIO DO<br />

(in. Pri)iciple of exclu<strong>de</strong>d middle, fr. Príncipe<br />

du milieu ou tiers exclu; ai. Grundsalz vom<br />

ausgescblossenen Dritten; it. Principio <strong>de</strong>i terzo<br />

escJuso). Foi Baumgarten o primeiro a dar<br />

nome a esse princípio, consi<strong>de</strong>rando-o in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

do princípio <strong>de</strong> contradição (Met.,<br />

17.39, § 10), embora Wolff falasse da "exclusão<br />

do médio entre os contraditórios", como<br />

<strong>de</strong> um corolário do princípio <strong>de</strong> contradição<br />

CO»/., § 53).<br />

A história <strong>de</strong>sse princípio está estreitamente<br />

relacionada com a do princípio <strong>de</strong> contradição,<br />

do qual não se separou até Baumgarten. Contudo,<br />

Aristóteles formulou-o com toda a clareza<br />

ao dizer: "Entre os opostos contraditórios<br />

não há meio termo. Na verda<strong>de</strong>, contradição é<br />

o seguinte: oposição em que uma das partes<br />

está presente na outra, <strong>de</strong> tal modo que não há<br />

moio termo" (Met., X. 7, 1057 a 33). Essa formulação<br />

não está isolada, porque (como se vê<br />

também no trecho citado), segundo Aristóteles,<br />

a txclusão do T. não po<strong>de</strong> ser eliminada da<br />

contradição (V. C. A. VIANO, La lógica di Aristotele,<br />

1955, pp. 35 ss.). A lógica medieval ignorou<br />

totalmente esse princípio, que só começou<br />

a ser diferenciado do princípio <strong>de</strong> contradição<br />

por Leibniz. Fste observou que o princípio <strong>de</strong><br />

contradição contém dois enunciados verda<strong>de</strong>iros:<br />

"Um, segundo o qual o verda<strong>de</strong>iro e o falso<br />

não são compatíveis na mesma proposição,<br />

ou uma proposição não po<strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>ira e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!