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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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ACADEMIA FLORENTINA AÇÃO<br />

Nessa fase, a Aca<strong>de</strong>mia continuou a especulação<br />

platônica, vinculando-a sempre mais estreitamente<br />

ao pitagorismo; pertenceram a ela matemáticos<br />

e astrônomos, entre os quais o mais<br />

famoso foi Eudoxo <strong>de</strong> Cnido. Com a morte <strong>de</strong><br />

Cratete, a Aca<strong>de</strong>mia mudou <strong>de</strong> orientação com<br />

Arcesilau <strong>de</strong> Pitane (315 ou 314-241 ou 240<br />

a.C), encaminhando-se para um probabilismo<br />

que <strong>de</strong>rivava da época em que Platão afirmara,<br />

sobre o conhecimento das coisas naturais, que<br />

estas, não tendo nenhuma estabilida<strong>de</strong> e soli<strong>de</strong>z,<br />

não po<strong>de</strong>m dar origem a um conhecimento<br />

estável e sólido, mas só a um conhecimento<br />

provável. De Arcesilau e <strong>de</strong> seus sucessores<br />

(<strong>de</strong> que não sabemos quase nada) esse ponto<br />

<strong>de</strong> vista esten<strong>de</strong>u-se a todo o conhecimento<br />

humano no período que se chamou <strong>de</strong><br />

"Aca<strong>de</strong>mia média". A "nova Aca<strong>de</strong>mia" começa<br />

com Caméa<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cirene (214 ou 212-129 ou<br />

128 a.C); essa orientação <strong>de</strong> tendência cética e<br />

probabilística foi mantida até Fílon <strong>de</strong> Larissa,<br />

que, no século I a.C, iniciou a IV Aca<strong>de</strong>mia, <strong>de</strong><br />

orientação eclética, na qual Cícero se inspirou.<br />

Mas a Aca<strong>de</strong>mia Platônica durou ainda por<br />

muito tempo e sua orientação também se renovou<br />

no sentido religioso-místico, que é próprio<br />

do Neoplatonismoiy.). Só em 529 o imperador<br />

Justiniano proibiu o ensino da <strong>filosofia</strong> e confiscou<br />

o rico patrimônio da Aca<strong>de</strong>mia. Damáscio,<br />

que a dirigia, refugiou-se na Pérsia<br />

com outros companheiros, entre os quais Simplício,<br />

autor <strong>de</strong> um vasto comentário a Aristóteles,<br />

mas logo voltaram <strong>de</strong>siludidos. Foi assim<br />

que terminou a tradição in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />

pensamento platônico.<br />

ACADEMIA FLORENTINA. Foi fundada<br />

por iniciativa <strong>de</strong> Marsílio Ficino e <strong>de</strong> Cosimo<br />

<strong>de</strong> Mediei e reuniu um círculo <strong>de</strong> pessoas que<br />

viam a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovar o homem e a<br />

sua vida religiosa mediante um retorno às<br />

doutrinas genuínas do platonismo antigo. Nessas<br />

doutrinas, os a<strong>de</strong>ptos do platonismo, especialmente<br />

Ficino (1433-1499) e Cristóvão Landino<br />

(que viveu entre 1424 e 1498), viam a<br />

síntese <strong>de</strong> todo o pensamento religioso da Antigüida<strong>de</strong><br />

e, portanto, também do cristianismo<br />

e por isso a mais alta e verda<strong>de</strong>ira religião possível.<br />

A esse retorno ao antigo ligou-se outro<br />

aspecto da Aca<strong>de</strong>mia florentina, o anticurialismo;<br />

contra as pretensões <strong>de</strong> supremacia política<br />

do papado, a Aca<strong>de</strong>mia sustentava um retorno<br />

à idéia imperial <strong>de</strong> Roma; por isso, De<br />

monarchia <strong>de</strong> Dante (V. RENASCIMENTO) era objeto<br />

freqüente <strong>de</strong> comentários e discussões.<br />

AÇÃO (gr. TipáÇvç; lat. Actio; in. Action; fr.<br />

Action; ai. Tat, Handlung; it. Azione). 1. Termo<br />

<strong>de</strong> significado generalíssimo que <strong>de</strong>nota qualquer<br />

operação, consi<strong>de</strong>rada sob o aspecto do<br />

termo a partir do qual a operação tem início ou<br />

iniciativa. Nesse significado, a extensão do termo<br />

é coberta pela categoria aristotélica do fazer<br />

(Tioveív), cujo oposto é a categoria da paixão<br />

(v.) ou da afeição (v.). Fala-se, assim, da A. do<br />

ácido sobre os metais ou do "princípio <strong>de</strong> A. e<br />

<strong>de</strong> reação" ou da A. do DDT sobre os insetos;<br />

ou então fala-se da A. livre ou voluntária ou responsável,<br />

isto é, própria do homem e qualificada<br />

por condições <strong>de</strong>terminadas. Produzir, causar,<br />

agir, criar, <strong>de</strong>struir, iniciar, continuar,terminar,<br />

etc. são significados que inscrevem-se nesse<br />

significado genérico <strong>de</strong> ação.<br />

2. Aristóteles foi o primeiro a tentar <strong>de</strong>stacar<br />

<strong>de</strong>sse significado genérico um significado específico<br />

pelo qual o termo pu<strong>de</strong>sse referir-se somente<br />

às operações humanas. Assim, começou<br />

excluindo da extensão da palavra as operações<br />

que se realizam <strong>de</strong> modo necessário, isto é, <strong>de</strong><br />

um modo que não po<strong>de</strong> ser diferente do que é.<br />

Tais operações são objeto das ciências teoréticas,<br />

matemática, física e <strong>filosofia</strong> pura. Essas<br />

ciências referem-se a realida<strong>de</strong>s, fatos ou eventos<br />

que não po<strong>de</strong>m ser diferentes do que são.<br />

Fora <strong>de</strong>las está o domínio do possível, isto é, do<br />

que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> um modo ou <strong>de</strong> outro; mas<br />

nem todo o domínio do possível pertence à<br />

ação. Dele é preciso, com efeito, distinguir o da<br />

produção, que é o domínio das artes e que tem<br />

caráter próprio e finalida<strong>de</strong> nos objetos produzidos<br />

(Et. nic, VI, 3-4, 1.149 ss.). S. Tomás<br />

distingue A. transitiva (transiens), que passa<br />

<strong>de</strong> quem opera sobre a matéria externa, como<br />

queimar, serrar, etc, e A. imanente (immanens),<br />

que permanece no próprio agente, como<br />

sentir, enten<strong>de</strong>r, querer (S. Tb., II, I, q. 3, a 2; q.<br />

111, a. 2). Mas a chamada A. transitiva nada<br />

mais é do que o fazer ou produzir, <strong>de</strong> que fala<br />

Aristóteles (ibid., II, I, q. 57, a. 4). Nessas observações<br />

<strong>de</strong> S. Tomás, assim como nas <strong>de</strong><br />

Aristóteles, está presente a tendência a reconhecer<br />

a superiorida<strong>de</strong> da A. chamada imanente,<br />

que se consuma no interior do sujeito operante:<br />

A. que, <strong>de</strong> resto, outra coisa não é senão a ativida<strong>de</strong><br />

espiritual ou o pensamento ou a vida<br />

contemplativa. S. Tomás diz, com efeito, que só<br />

a A. imanente é "a perfeição e o ato do agente",<br />

enquanto a A. transitiva é a perfeição do termo<br />

que sofre a A. {ibid., II, I, q. 3, a 2). Por outro<br />

lado, S. Tomás distingue, na A. voluntária, a A.

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