22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PARTICIPAÇÃO 745 PATOLÓGICO<br />

os membros do corpo humano; portanto, distinguiram-na<br />

da divisão, que é a enumeração<br />

das espécies pertencentes a um gênero (CÍCKKO.<br />

Top, 5-7, 28-30) (v. DIVISÀO).<br />

PARTICIPAÇÃO (gr. |ié9e^iÇ; lat. Partecipatio;<br />

in. Partícipation; fr. Partécipation; ai.<br />

Teünabme, Partizipation, it. Partecipazione).<br />

1. Um dos dois conceitos <strong>de</strong> que Platão se valeu<br />

para <strong>de</strong>finir a relação entre as coisas sensíveis<br />

e as idéias; o outro é o <strong>de</strong> presença ou<br />

parúsia (Ttocpowía). "Nada torna bela uma coisa"<br />

— disse ele — "a não ser a presença ou a<br />

P. do belo em si mesmo, seja qual for o caminho<br />

ou o modo como a presença ou a P. se<br />

realizam'' (Fed., 100 d). Mais tar<strong>de</strong>, Platão enten<strong>de</strong>u<br />

a P. como imitação: "Parece-me que as<br />

idéias estão como exemplares na natureza, que<br />

os outros objetos semelhem a elas e sejam suas<br />

cópias, e que essa P. das coisas nas idéias consiste<br />

em serem imagem <strong>de</strong>las" (Parni., 132 d).<br />

Platão não <strong>de</strong>u muitas outras <strong>de</strong>terminações<br />

sobre esse importante conceito da sua <strong>filosofia</strong>,<br />

mas a metafísica medieval a ele recorreu quando<br />

precisou distinguir "o ser por essência", que<br />

pertence somente a Deus, do "ser por P.", que<br />

pertence ãs criaturas; essa distinção garantia a<br />

subordinação do ser das coisas ao ser <strong>de</strong> Deus.<br />

S. Tomás <strong>de</strong> Aquino disse: "Assim o que tem<br />

fogo, mas não ô fogo, é afogueado (ignitum)<br />

por P., também o que tem ser, mas não é o ser,<br />

é ente por P." (S. Th., I, q. 3, a. 4). Mas o amplo<br />

uso que esse conceito teve na metafísica tradicional<br />

não contribuiu muito para esclarecê-lo,<br />

e ele continuou tão in<strong>de</strong>finido e obscuro quanto<br />

em Platão.<br />

2. L. Lévy Bruhl utilizou muito o conceito <strong>de</strong><br />

participação para ilustrar a mentalida<strong>de</strong> dos primitivos:<br />

a participação seria anterior à distinção<br />

entre as coisas que participam. "A participação<br />

não se estabelece entre um morto e um cadáver<br />

mais ou menos nitidamente representados<br />

(caso em que teria a natureza <strong>de</strong> relação e <strong>de</strong>veria<br />

ser possível esclarecê-la por meio do intelecto);<br />

ela não vem <strong>de</strong>pois das representações,<br />

nem as pressupõe, mas é anterior a elas, ou<br />

pelo menos simultânea. O que é dado em primeiro<br />

lugar é a participação" (Les carnets, I;<br />

trad. it., p. 36-37).<br />

PARTICULAR (gr. Kocxà (iépoÇ; lat. Particularis;<br />

in Particular, fr. Particulier, it. Particolare).<br />

Que é uma parte ou pertence a uma<br />

parte. A proposição P. foi <strong>de</strong>finida por Aristóteles<br />

da maneira seguinte: "Chamo <strong>de</strong> P. a proposição<br />

que expressa a inerência a alguma coisa<br />

ou a não inerência a cada coisa" (An. pr., 1, 1,<br />

24 a 13). O contrário da proposição P. é a universal<br />

(v.). A lógica medieval indicou com a letra<br />

/a proposição P. afirmativa e com a letra O<br />

a proposição P. negativa. Uma proposição P. da<br />

forma "alguns /•'são Í7 po<strong>de</strong> ser lida <strong>de</strong> várias<br />

as maneiras: "algum F é G", "alguma coisa é<br />

ao mesmo tempo Fe G", "alguma coisa que<br />

é F é G", "Há um FG", "Existem FG", "FG<br />

existe", etc. (cf. W. v. O. QUINE, Methods of<br />

Logic, § 12).<br />

PARÚSIA. V. PARTICIPAÇÃO.<br />

PASSADO. V. TFMPO.<br />

PASSIVO (gr. 7ioc9r|TiKÓÇ; lat. Passivus-, in.<br />

Passive, fr. Passíf; ai. Passív; it. Passivo). Que<br />

sofre uma ação. que é afetado por alguma coisa.<br />

É o adjetivo correspon<strong>de</strong>nte a afeiçào(w) e<br />

contrário a ativo (v.).<br />

PASTORAL, FILOSOFIA (lat. Pastoralis<br />

pbilosophía). Foi assim que Bacon chamou a <strong>filosofia</strong><br />

"que contempla o mundo placidamente<br />

e quase por ócio": censura que ele faz também<br />

á <strong>filosofia</strong> <strong>de</strong> Telésio (Phil. Works, III, § 45).<br />

PATÉTICO (in. Patbetic; fr. Pathétique, ai.<br />

Pathetísch; it. Patético). F. Schiller <strong>de</strong>signou<br />

com este termo uma das espécies do sublime<br />

(v.) prático, mais precisamente o que <strong>de</strong>riva <strong>de</strong><br />

um objeto ameaçador em si mesmo para a natureza<br />

física do homem, portanto doloroso. No<br />

sublime prático contemplativo, ao contrário, não<br />

é o objeto, mas a sua contemplação que institui<br />

o temor e, conseqüentemente, a sublimida<strong>de</strong><br />

(Vom Frhabenen, zur Weiteren Ausfuhrung<br />

einiger Kantischeu I<strong>de</strong>en, 1793, ÍJber das<br />

Pathetische, 1793).<br />

PATOLÓGICO (in. Pathological; fr. Pathologíque,<br />

ai. Pathologisch; it. Patológico). O que<br />

representa doença ou manifestação <strong>de</strong> doença.<br />

O único uso especificamente filosófico <strong>de</strong>ste<br />

termo encontra-se em Kant, em que <strong>de</strong>signa<br />

tudo o que diz respeito à "faculda<strong>de</strong> inferior <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sejar", ou seja, ao conjunto das inclinações<br />

humanas naturais. Do ponto <strong>de</strong> vista kantiano,<br />

não é P. somente a chamada "faculda<strong>de</strong> superior<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejar", que é a razão prática in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> todas as inclinações sensíveis (Crít. R.<br />

Prática, § 3" Schol. I). J. Bentham chamou <strong>de</strong><br />

patologia a consi<strong>de</strong>ração e a classificação dos<br />

móveis sensíveis da conduta, indicando com<br />

esse termo "a teoria da sensibilida<strong>de</strong> passiva",<br />

enquanto chamava <strong>de</strong> dinâmica "o uso possível,<br />

por parte do moralista e do legislador, <strong>de</strong>sses<br />

mesmos móveis para <strong>de</strong>terminar a conduta

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!