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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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COISAL, ENUNCIADO 153 CÔMICO<br />

positivismo evolucionista às vezes comparou<br />

com a C.-em-si, na realida<strong>de</strong> é completamente<br />

diferente. Em primeiro lugar, tem função oposta<br />

à da C.-em-si: serve para oferecer à metafísica<br />

e à religião um domínio <strong>de</strong> competência específica,<br />

em vez <strong>de</strong> restringir as pretensões do<br />

conhecimento científico. Em segundo lugar, o<br />

Incognoscível é mais <strong>de</strong>finido positivamente<br />

pela esfera <strong>de</strong> problemas que a ciência não<br />

resolve do que negativamente pelos limites<br />

intrínsecos da própria ciência. A <strong>filosofia</strong> contemporânea,<br />

que restabeleceu e continua restabelecendo<br />

a doutrina do limite do conhecimento,<br />

enten<strong>de</strong> que ele é <strong>de</strong>marcado pelo alcance<br />

dos métodos ou dos critérios que presi<strong>de</strong>m à<br />

valida<strong>de</strong> do conhecimento; portanto, já não<br />

precisa da iluminista "C.-em-si" para impor mo<strong>de</strong>ração<br />

às pretensões cognitivas do homem.<br />

COISAL, ENUNCIADO (in. Thing-sentencé).<br />

Na semiótica contemporânea, um enunciado<br />

que não <strong>de</strong>signa signos, mas coisas.<br />

Língua C: uma língua constituída inteiramente<br />

<strong>de</strong> enunciado C. (MORRIS, Foundatíons<br />

ofthe Theory of Signs, 1938, § 5). Predicados<br />

C: termos que <strong>de</strong>signam proprieda<strong>de</strong>s observáveis,<br />

isto é, que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminadas pela<br />

observação direta (CARNAP, "Testabílity and<br />

Meaning", 1936-37, em Readings in the Phil.<br />

of Science, 1953, pp. 69 ss.).<br />

COLETIVISMO (in. Collectivism, fr. Colectivisme,<br />

ai. Kollektivismus; it. Collettivismó). 1.<br />

Termo criado na segunda meta<strong>de</strong> do séc. XIX<br />

para indicar o socialismo não estatista, em oposição<br />

ao estatista. Nesse sentido, foram coletivistas<br />

o socialismo reformista anterior à guerra<br />

e é coletivista o trabalhismo inglês na medida<br />

em que <strong>de</strong>seja uma socieda<strong>de</strong> sem <strong>de</strong>sequilíbrios<br />

<strong>de</strong> classe, portanto coletivizada, mas não<br />

controlada pela força por uma elite privilegiada<br />

que goze <strong>de</strong> um nível <strong>de</strong> vida radicalmente diferente<br />

do resto da população.<br />

2. Em sentido mais amplo, enten<strong>de</strong>-se por<br />

C. toda doutrina política que se oponha ao individualismo<br />

e que, em particular, <strong>de</strong>fenda a<br />

abolição da proprieda<strong>de</strong> privada e a coletivização<br />

dos meios <strong>de</strong> produção. Nesse sentido,<br />

são coletivistas tanto o socialismo quanto o comunismo<br />

em todas as suas formas.<br />

COLIGAÇÃO (in. Colligation, fr. Colligation;<br />

ai.' Kolligation, it. Colligazionê). Operação<br />

<strong>de</strong>scritiva citada por Whewell (Novum Organum<br />

renovatum, 1840, III, caps. 1 e 4) para explicar<br />

o modo como é possível reunir certo número<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes em uma só proposição. Stuart<br />

Mill (Logic, III, 2, 4) retomou essa noção, vinculando-a<br />

à <strong>de</strong> indução. "A asserção <strong>de</strong> que os<br />

planetas se movem em elipse foi um modo <strong>de</strong><br />

representar fatos observados, portanto uma C;<br />

a asserção <strong>de</strong> que eles são atraídos para o Sol<br />

é a asserção <strong>de</strong> um novo fato, inferido por<br />

indução". Essa palavra caiu em <strong>de</strong>suso na lógica<br />

contemporânea.<br />

COMBINATÓRIA, ARTE (lat. Ars combinatorid).<br />

Com o nome <strong>de</strong> ars combinatoria<br />

Leibniz <strong>de</strong>signa o projeto, ou melhor, o i<strong>de</strong>al<br />

<strong>de</strong> uma ciência que, partindo <strong>de</strong> uma characteristica<br />

universalis (v. CARACTERÍSTICA), OU<br />

seja, <strong>de</strong> uma linguagem simbólica que atribuísse<br />

um sinal a cada idéia primitiva e<br />

combinasse <strong>de</strong> todos os modos possíveis esses<br />

sinais primitivos, obtendo assim todas as<br />

idéias possíveis. Esse projeto, <strong>de</strong>rivado em<br />

parte das idéias expostas por R. Lúlio em Ars<br />

magna, já havia seduzido muitos pensadores<br />

dos sécs. XVI e XVII (entre outros, Agripa <strong>de</strong><br />

Nettesheim, A. Kircher, P. Gassendi, G. Dalgarno)<br />

e também foi cultivado por continuadores<br />

<strong>de</strong> Leibniz, como Wolff e Lambert.<br />

COMEÇO (lat. Inceptio; in. Beginning; fr.<br />

Début; ai. Anfang; it. Comínciamentó). Propriamente,<br />

o início <strong>de</strong> uma coisa no tempo: que<br />

po<strong>de</strong> coincidir ou não com o princípio (v.) ou<br />

com a origem(v.) da própria coisa. Essa distinção<br />

é importante em alguns casos: p. ex., segundo<br />

S. Tomás, a criação é matéria <strong>de</strong> fé enquanto<br />

C. do mundo no tempo, mas não<br />

enquanto produção do nada por parte <strong>de</strong> Deus<br />

(S. Th., I, q. 46, a. 2). Hegel afirmou que o C.<br />

da <strong>filosofia</strong> é relativo, no sentido <strong>de</strong> que o que<br />

aparece como C. é, <strong>de</strong> outro ponto <strong>de</strong> vista,<br />

resultado (Fil. do dir, § 2, Zusatz). De qualquer<br />

modo, segundo Hegel, o Absoluto encontra-se<br />

mais no resultado do que no C. porque este,<br />

"da forma como era expresso antes e agora, é<br />

apenas universal", e o universal, nesse sentido,<br />

é só o abstrato que não po<strong>de</strong> valer como<br />

concretitu<strong>de</strong> e totalida<strong>de</strong>; p. ex., as palavras<br />

"todos os animais", que exprimem o universal<br />

<strong>de</strong> que trata a zoologia, não po<strong>de</strong>m valer como<br />

toda a zoologia (Phãnomen, <strong>de</strong>s Geistes, Intr.,<br />

II, 1). Apesar disso, a <strong>filosofia</strong> muitas vezes procurou<br />

o C. absoluto para fazê-lo coincidir com<br />

o seu próprio "princípio", don<strong>de</strong> a procura do<br />

"primeiro princípio" do filosofar.<br />

CÔMICO (gr. TE^OÍOV; lat. Comicus; in. Comic,<br />

fr. Comique, ai. Komisch; it. Cômico). O<br />

que provoca o riso, ou a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

provocá-lo, através da resolução imprevista <strong>de</strong>

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