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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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REFLEXÃO 838 REFLEXIVO/REFLEXIONANTE<br />

conceitos da reflexão). Além disso. Kant elistinguia<br />

a R. lógica, cjue é o simples confronto das<br />

representações entre si. da R. transcen<strong>de</strong>ntal,<br />

dirigida para os objetos, que contém "a razào<br />

cia possibilida<strong>de</strong> da comparação objetiva das<br />

representações entre si. O objeto da R. transcen<strong>de</strong>ntal,<br />

portanto, são os conceitos cie i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>-diversida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> concordância-posiçào, <strong>de</strong><br />

interior-exterior, <strong>de</strong> matéria-forma. que representam<br />

o fundamento cie qualquer possível<br />

confronto entre as representações" (Ibid.). O<br />

caráter ativo e criativo cia R.. que traz à luz a<br />

verda<strong>de</strong>ira natureza daquilo que se investiga, e<br />

portanto produz tal natureza <strong>de</strong> algum modo.<br />

foi um dos pontos fundamentais da <strong>filosofia</strong> <strong>de</strong><br />

Hegel: "Uma vez que, na R.. se obtém a verda<strong>de</strong>ira<br />

natureza, e esse pensamento e minha ativida<strong>de</strong>,<br />

essa verda<strong>de</strong>ira natureza é do mesmo<br />

modo produto do meu espírito, isto é, do meu<br />

espírito como Sujeito pensante, <strong>de</strong> mim na minha<br />

simples universalida<strong>de</strong>, como Eu que é<br />

por si mesmo, da minha liberda<strong>de</strong>" (/•.'//icaou transcen<strong>de</strong>ntal,<br />

feita através da epoché (v.) universal quanto á<br />

existência ou à náo-existência do mundo ( C.íirt.<br />

Meti., §15).<br />

3 a O terceiro conceito <strong>de</strong> R. consi<strong>de</strong>ra-a<br />

como abstração, mais precisamente como abstração<br />

falseadora; esse conceito pertence ao<br />

i<strong>de</strong>alismo romântico. Começou com Fichte,<br />

que viu na R. o ato com que o eu se consi<strong>de</strong>ra<br />

limitado pelo objeto: "() Eu tem em si a lei <strong>de</strong><br />

refletir sobre si mesmo como algo que preen-<br />

che o infinito. Mas não po<strong>de</strong> refletir sobre si<br />

mesmo e. em geral, sobre nada, se aquilo sobre<br />

que reflete não é limitado. Portanto, o cumprimento<br />

<strong>de</strong>sta lei é condicionado e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

do objeto" (Wissenscbafts/ebn; I T 94, § 8).<br />

Como esclarecia Schelling, neste sentido a K. é<br />

uma abstração, porque leva a separar o objeto<br />

do Eu do próprio Eu, enquanto, na realida<strong>de</strong>,<br />

o objeto não passa <strong>de</strong> produto do Eu.<br />

"Essa separação entre ato e produto, no uso<br />

ordinário cia linguagem, chama-se abstração.<br />

Portanto, como primeira condição da R. tem-se<br />

a abstração" (Syslcni <strong>de</strong>s írcniszciiclciilcilen<br />

I<strong>de</strong>alisnuis. III, época III, I; trad. it., p. 1 7 9).<br />

Quanto a Hegel. ao mesmo tempo em que<br />

exaltava (como se viu) a R. como ativida<strong>de</strong> que<br />

não só traz á tona, mas também produz a natureza<br />

racional das coisas que investiga,<br />

consi<strong>de</strong>rava falseador o intelecto reflexivo.<br />

"Por intelecto retlexionante ou reflexivo <strong>de</strong>vese<br />

enten<strong>de</strong>r, em geral, o intelecto abstrator.<br />

portanto separativo. que persiste em suas separações.<br />

Fazendo face á razão, esse intelecto<br />

comporta-se como o intelecto humano comum,<br />

ou senso comum, e impõe sua visão <strong>de</strong> que a<br />

verda<strong>de</strong> repousa na realida<strong>de</strong> sensível: <strong>de</strong> que<br />

os pensamentos são apenas pensamentos (no<br />

sentido <strong>de</strong> que a percepção sensível lhes tki<br />

substância e realida<strong>de</strong>) e cie que a razão, que<br />

permanece em si e por si, nada produz além<br />

cie sonhos" ( Wissenscbajt <strong>de</strong>r logik, Intr.; trad.<br />

it., I, p. 2"). Em outros termos, a R. caracterizase<br />

pela separação entre conceito e realida<strong>de</strong>, o<br />

que é uma falsa abstração: ao mesmo tempo, a<br />

razão caracteriza-se pela i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> entre conceito<br />

e realida<strong>de</strong>. Assim, para Hegel, a <strong>filosofia</strong><br />

da K. é a do senso comum, cujo ápice está na<br />

<strong>filosofia</strong> <strong>de</strong> Kant, que afirma a incognoscihilida<strong>de</strong><br />

da coisa em si.<br />

Na <strong>filosofia</strong> contemporânea, esse termo é<br />

usado principalmente no 2" significado, sendo,<br />

portanto, sinônimo <strong>de</strong> consciência (nos sentidos<br />

1 e 2 do verbete respectivo), introspecçâo,<br />

sentido interior, observação interior.<br />

REFLEX1BILIDADE (in. Reflectirity, fr. Re-<br />

Jlexirité; ai. Reflectiritdt; it. Rijlessivitã). Caráter<br />

da relação não aliorrelativa, ou seja. tal que<br />

um termo possa ter consigo mesmo. P. ex., a<br />

relação não maiorijiteé reflexiva (v. RKI.ACÀO).<br />

REFLEXIVA, PSICOLOGIA. V. PSICOLOGIA,<br />

B).<br />

REFLEXIVO/REFLEXIONANTE E DETER<br />

MINANTE (in. Repectíug and <strong>de</strong>lerniinaul; fr.<br />

Rójlecbissaut et déteniüiiant; ai. Rejlectierend

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