22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

FORTUNA 472 FUNÇÃO<br />

FORTUNA. V. SORTE.<br />

FORTUITO. O que é <strong>de</strong>vido à sorte ou ao<br />

acaso (v.).<br />

FRENOLOGLA (in. Phrenology fr. Phrénologie,<br />

ai. Phrenologie, it. Frenologia). Doutrina<br />

que estuda as correspondências entre as disposições<br />

espirituais e a forma do crânio, especialmente<br />

suas protuberâncias. Essa doutrina<br />

foi sistematizada por F. J. Gall num livro intitulado<br />

Anatomia efisiologia do sistema nervoso<br />

(Anatomie et physiologie du système nerveux,<br />

1810). Hegel <strong>de</strong>u muita importância a esta<br />

pretensa ciência, enquanto dava muito menos<br />

importância a ciências mais sérias, discutindo-a<br />

longamente em Fenomenologia do espírito (I,<br />

parte 1, cap. V). Na verda<strong>de</strong>, esta obra (1807)<br />

é anterior à publicação da obra <strong>de</strong> Gall, mas o<br />

conteúdo <strong>de</strong>sta última era conhecido graças às<br />

exposições que Gall fazia durante suas viagens<br />

à Europa.<br />

FREUDISMO. V. PSICANÁLISE.<br />

FRISESOM (ORUM). Palavra mnemônica<br />

usada pelos escolásticos para indicar o nono<br />

modo da primeira figura do silogismo, precisamente<br />

o que consiste em uma premissa particular<br />

afirmativa, uma premissa universal negativa<br />

e uma conclusão particular negativa, como<br />

no exemplo: "Alguns animais são substância;<br />

nenhuma pedra é animal; logo, algumas substâncias<br />

não são pedra" (PEDRO HISPANO, Summ.<br />

log., 4. 09)<br />

FRISESOSOM. Palavra mnemônica usada<br />

pela Lógica <strong>de</strong> Port-Royal para indicar o nono<br />

modo do silogismo <strong>de</strong> primeira figura<br />

(Frisesotnorum) com a diferença <strong>de</strong> assumir<br />

como premissa maior a proposição em que<br />

está o predicado da conclusão. O exemplo é o<br />

seguinte: "Nenhum infeliz está contente; há<br />

pessoas contentes que são pobres; logo, há<br />

pobres que não são infelizes" (ARNAULD, Log.,<br />

III, 8).<br />

FRUIÇÃO (lat. Fruitio; in. Fmition; fr. Fruition\<br />

ai. Genus; it. Fruizione).Na Escolástica medieval<br />

foi assim chamado o usufruto <strong>de</strong><br />

Deus por parte do homem ou, em geral, por<br />

parte das criaturas racionais, na medida em que<br />

Ele constitui o fim último <strong>de</strong>las (cf. S. TOMÁS, S.<br />

Th., II, 1, q. 11, a. 3). A distinção entre a F. <strong>de</strong><br />

Deus e uso das coisas já fora consi<strong>de</strong>rada fundamental<br />

por Pedro Lombardo, servindo <strong>de</strong><br />

base as seções <strong>de</strong> seu Livro das sentenças (séc.<br />

XII). Também encontramos a distinção entre<br />

uso e F. em Hobbes: "Do bem que <strong>de</strong>sejamos<br />

por si mesmo não fazemos uso, visto que o uso<br />

é das coisas que servem <strong>de</strong> meios e <strong>de</strong> instrumentos,<br />

mas a fruitio é como o fim da coisa<br />

proposta" {De hom., XI, § 5). Às vezes essa palavra<br />

é usada em sentido análogo na <strong>filosofia</strong><br />

contemporânea, p. ex. por Dewey (Fxperience<br />

and Nature, 1926, cap. 3), outras vezes com<br />

significação diferente como em S. Alexan<strong>de</strong>r<br />

(Space, Time andDeity, 1920), indicando a percepção<br />

imediata que a consciência tem <strong>de</strong> si<br />

mesma (percepção imanente no sentido <strong>de</strong><br />

Husserl) (v. CONSCIÊNCIA). Whitehead falou <strong>de</strong><br />

autofruição (Autofruition) como característica<br />

da vida, porquanto esta se apropria dos processos<br />

físicos da natureza (Nature and Life, 1934,<br />

II).<br />

FUGA (ai. Flucht). Hei<strong>de</strong>gger chamou <strong>de</strong> F.<br />

<strong>de</strong> si mesmo o homem entregar-se à banalida<strong>de</strong><br />

da existência cotidiana. O retorno <strong>de</strong>ssa F.<br />

é a angústia (v.), na qual o homem enfrenta<br />

sua maior possibilida<strong>de</strong>, que é a da morte (Sein<br />

undZeit, §§ 40, 41). Para o conceito <strong>de</strong> "F. do<br />

mundo", cf. ABBAGNANO, Introdução ao existencialismo,<br />

1942, IV, § 4.<br />

FULGURAÇÃO (in. Fulguration; fr. Fulguration;<br />

it. Fulgurazionè). Termo com o qual<br />

Leibniz indicou o modo como as mônadas<br />

dimanam <strong>de</strong> Deus, porquanto nascem "por assim<br />

dizer por meio <strong>de</strong> F. contínuas da divinda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> momento em momento" (Monad., § 47).<br />

Esse termo preten<strong>de</strong> ressaltar a continuida<strong>de</strong><br />

da criação divina.<br />

FUNÇÃO (in. Function; fr. Fonction; ai.<br />

Funktion; it. Funzioné). Esse termo tem duas<br />

significações fundamentais:<br />

1- Operação. Neste significado o termo correspon<strong>de</strong><br />

à palavra grega ergon, do modo como<br />

é empregada por Platão, quando diz que<br />

a F. dos olhos é ver, a F. dos ouvidos é ouvir,<br />

que cada virtu<strong>de</strong> é uma F. <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada parte<br />

da alma e que a F. da alma, em seu conjunto,<br />

é comandar e dirigir (Rep., I, 352 ss.). F., nesse<br />

sentido, é a operação própria da coisa, no sentido<br />

<strong>de</strong> ser aquilo que a coisa faz melhor do<br />

que as outras coisas (Ibid., 353 a). Aristóteles<br />

emprega esse termo com o mesmo sentido,<br />

quando, em Ética a Nicômaco, procura <strong>de</strong>scobrir<br />

qual é a F. ou a operação própria do homem<br />

como ser racional (Et. nic, I, 7). Além<br />

disso, insiste no caráter finalista e realizador da<br />

F.: "a F. é o fim, e o ato é a F." (Met., IX, I, 1050<br />

a 21). Essa palavra é usada freqüentemente<br />

com esta significação tanto na linguagem científica<br />

quanto na comum. Em <strong>filosofia</strong>, Kant chamou<br />

<strong>de</strong> F. os conceitos que "se baseiam na

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!