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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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PARCIMÔNIA, LEI DA 744 PARTIÇÃO<br />

porque anulou a outra coisa (o objeto externo)<br />

ou tirou-a do caminho, resolvendo-a em um <strong>de</strong><br />

seus próprios conteúdos internos. Sartre retomou<br />

este conceito na <strong>filosofia</strong> contemporânea,<br />

chamando <strong>de</strong> "ser para si" ou simplesmente<br />

"para si" a consciência enquanto anulação<br />

ou "nada" do objeto, isto é, do em si (Lêtre<br />

et le néant, pp. 115 ss.). O mesmo significado<br />

6 atribuído à expressão por Merleau-Ponty<br />

(Phénoménologie <strong>de</strong> Ia perception, 1945, pp.<br />

423 ss.).<br />

PARCIMÔNIA, LEI DA. V. ECONOMIA.<br />

PARENÉTICA (gr. 7rapatvéxiKf| lé^vr); lat.<br />

Praeceptiva-, in. Parenetic, fr. Parénétique-. it.<br />

Parenetica). Segundo os estóicos, a parte da<br />

moral que consiste em prescrever preceitos<br />

práticos para a conduta <strong>de</strong> vida nas várias circunstâncias<br />

(cf. Sêneca, P.p.. 95). Parenético:<br />

exortatório.<br />

PARÊNTESE (in. Parentheses: fr. Parenthèse,<br />

ai. Parenthese-, it. Parentesi). Xa lógica e<br />

na matemática os P. são um sinal <strong>de</strong> associação.<br />

Assim, na expressão In — (x-y)l. os P. internos<br />

servem exclusivamente para mostrar a associação<br />

das partes x-y da expressão. Na terminologia<br />

da fenomenologia contemporânea, "pôr entre<br />

P." significa efetuar a suspensão ou epoché<br />

fenomenológica (v. EPOCHÉ).<br />

PAR-ÍMPAR (gr. àpTiorripiTTOV; in. Evenodd\<br />

fr. Pair-impair, ai. Gera<strong>de</strong>-ungerad: it.<br />

Parimparí). Era assim que os pitagóricos antigos<br />

<strong>de</strong>finiam a unida<strong>de</strong>, como princípio do<br />

número e das coisas, porquanto ela seria limitada<br />

como o ímpar e ilimitada como o par<br />

ÍARISTOTKI.KS, Mel., I, 5, 986 a 15).<br />

PARÔNIMO (gr. 7iapwvu|j.oç; lat. Denominaiivus).<br />

Foi assim que Aristóteles <strong>de</strong>nominou<br />

os objetos cuja <strong>de</strong>signação provém <strong>de</strong> certo<br />

nome, com a modificação da <strong>de</strong>sinência: como<br />

gramático, que <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> gramática, e corajoso,<br />

<strong>de</strong> coragem (Cat., 1, 1 a 11). Os P. têm em<br />

comum a essência expressa pela <strong>de</strong>finição (cf.<br />

Boécio, In Cat., I, P. L. 64, col. 167; Pedro<br />

Hispano, Summ. log., 3-01; Jungius, lógica<br />

hamburgensis, 1, 2, 16). Nisso, são semelhantes<br />

aos sinônimos ou unívocos. Aristóteles consi<strong>de</strong>ra<br />

os P. como certa espécie <strong>de</strong> objetos<br />

<strong>de</strong>signáveis, ao lado dos homônimos ou equívocos<br />

e dos sinônimos ou unívocos (v. EQIIVO-<br />

CO; ÜNÍVOCO).<br />

PARSISMO (in. Parsism: fr. Parsisme; ai.<br />

Parsismus; it. Parsismo). Religião dualista dos<br />

antigos persas |(v. MAI, 1 b); Zorcostrismo],<br />

PARTE (gr. pipoç; lat. Pars; in. Part: fr. Part:<br />

ai. 7'eil; it. Parte). Aristóteles distinguiu três significados<br />

principais <strong>de</strong>sse termo: 1" aquilo que<br />

<strong>de</strong>corre da divisão <strong>de</strong> uma quantida<strong>de</strong>, e neste<br />

sentido dois é P. <strong>de</strong> três, a menos cjue se restrinja<br />

o significado <strong>de</strong> parte à unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida,<br />

caso em que só um (e não dois) é P. <strong>de</strong> três:<br />

2" aquilo que <strong>de</strong>corre da divisão <strong>de</strong> um gênero<br />

que não seja uma quantida<strong>de</strong>, e neste sentido<br />

são partes as espécies <strong>de</strong> um gênero; 3 g aquilo<br />

que <strong>de</strong>corre da análise <strong>de</strong> uma proposição que<br />

serve <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição, e neste sentido o gênero é<br />

P. da espécie (porque é a espécie que é <strong>de</strong>finida)<br />

(Met., V. 25, 1023 b 12). S. Tomás <strong>de</strong><br />

Aquino por sua vez chamou <strong>de</strong> partes quantitativas<br />

as do 1" significado <strong>de</strong> Aristóteles e <strong>de</strong><br />

partes essenciais as dos 2- e 3 L> significados (S.<br />

Th., I, q. 76, a. 8; III, q. 90, a. 2). E acrescentoulhes<br />

a P. subjetiva, "na qual está presente, simultânea<br />

e igualmente, toda a virtu<strong>de</strong> do todo,<br />

assim como toda a virtu<strong>de</strong> do animal, porquanto<br />

se conserva como tal em qualquer espécie<br />

animal", e a P. potencial, "na qual está presente<br />

o todo segundo toda a sua essência, assim<br />

como toda a essência da alma está presente em<br />

cada uma <strong>de</strong> suas potências" (.V. Th., III, q. 90,<br />

a. 3). Mas é óbvio que estas duas últimas espécies<br />

<strong>de</strong> P. foram excogitadas com fins teológicos.<br />

Outras distinções foram introduzidas com<br />

outros intuitos, como entre a P. próxima e a P.<br />

remota, segundo haja ou não, entre a P. e o<br />

todo, uma outra P. (cf. JUNGICS. Log., I, 9, 11-<br />

12), e entre a P. alíquota e a P. aliquanta,<br />

segundo a repetição da parte chegue a a<strong>de</strong>quar<br />

exatamente o todo ou resulte, em certo ponto,<br />

menor ou maior que ele (cf. WOLFF, Ont.,<br />

§ 360).<br />

A maioria <strong>de</strong>ssas distinções hoje está em<br />

<strong>de</strong>suso, e com o abandono do velho axioma "a<br />

P. é menor que o todo" (v. INFINITO) O próprio<br />

conceito <strong>de</strong> P. <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido a partir<br />

do todo e é habitualmente <strong>de</strong>finido através <strong>de</strong><br />

certo tipo <strong>de</strong> relação. Assim, Peirce diz: "Uma<br />

P. <strong>de</strong> um conjunto, chamado seu todo, é um<br />

conjunto tal que tudo o que pertença â P.<br />

pertence ao todo, mas alguma coisa que pertence<br />

ao todo não pertence â P." (Coll.<br />

Pap., 4173).<br />

PARTIÇÃO (gr. M.eptOM.óç; lat. Partitio-, in.<br />

Partitiari; fr. Partition-, ai. Partitioií). Os estóicos<br />

<strong>de</strong>signaram com este termo "a or<strong>de</strong>nação<br />

<strong>de</strong> um gênero em seus lugares" (DiÓG. L, VII,<br />

1, 62), ou seja, a enumeração das partes que<br />

compõem o todo, como quando se enumeram

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