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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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PSICANÁLISE SOS PSICÓIDE<br />

criçào e a interpretação das doenças mentais<br />

quanto para a teoria da personalida<strong>de</strong>.<br />

Freud e seus seguidores não apresentaram<br />

nem apresentam seus conceitos como hipóteses<br />

ou instrumentos <strong>de</strong> explicação, mas como<br />

realida<strong>de</strong>s absolutas, <strong>de</strong> natureza metafísica.<br />

Po<strong>de</strong>-se chamar <strong>de</strong> própria metafísica — e até<br />

<strong>de</strong> mitologia — a teoria formulada por Freud<br />

numa <strong>de</strong> suas últimas obras. Das L')ibehagen<br />

in <strong>de</strong>r Kulluri 1930, trad. in., com o título <strong>de</strong><br />

Civilisation and its Discontents, 1943). em que<br />

consi<strong>de</strong>ra a história da humanida<strong>de</strong> como a<br />

luta entre dois instintos, o da vida (Eras) e o da<br />

morte (Tanatos): "É nessa luta que consiste<br />

essencialmente a vida, e por isso o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da civilização po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito como a<br />

luta da espécie humana pela existência. Tratase<br />

<strong>de</strong> uma batalha <strong>de</strong> titãs, que nossas babás<br />

tentam compor com suas ladainhas sobre céu"<br />

(Civilisation and ils Discontents, 1943, p. 102).<br />

Essa doutrina outra coisa não é senão a expressão<br />

— não muito atualizada — do dualismo<br />

maniqueísta.<br />

A importância da P. consiste, em primeiro<br />

lugar, em dar <strong>de</strong>staque ã função do fator sexual<br />

em todas as manifestações da vida humana.<br />

Pela primeira vez. esse fator <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser uma<br />

zona <strong>de</strong> ignorância obrigatória para a ciência e<br />

para a <strong>filosofia</strong> e pô<strong>de</strong> ser estudado em seus<br />

reais modos <strong>de</strong> ação. Em segundo lugar, a P.<br />

forneceu um conjunto <strong>de</strong> conceitos que, conquanto<br />

não muito compatíveis entre si. prestam-se<br />

a ser utilizados por vários ramos da psicologia<br />

contemporânea, principalmente se isentos<br />

do dogmatismo com que alguns .seguidores<br />

<strong>de</strong> Freud os trataram. F.ste segundo aspecto<br />

positivo tem, porém, uma contrapartida negativa:<br />

a P. dá a muitos diletantes a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> apresentar explicações aparentemente plausíveis<br />

e fáceis dos fenômenos humanos mais<br />

díspares, confundindo também, às vezes, essa<br />

explicação com uma justificação moral ou metafísica.<br />

Em terceiro lugar, a P. teve o mérito <strong>de</strong><br />

propiciar um instrumento <strong>de</strong> tratamento que continua<br />

.sendo eficaz, apesar <strong>de</strong> perdidas muitas<br />

das ilusões otimistas inicialmente suscitadas.<br />

Entre as muitas tendências interpretativas<br />

que modificaram em maior ou menor grau as<br />

doutrinas fundamentais da P., é possível lembrar<br />

duas, a <strong>de</strong> Jung e a <strong>de</strong> Adler. Jung concebeu<br />

o instinto fundamental do homem não<br />

como <strong>de</strong> natureza sexual, mas como uma energia<br />

originária e criativa que se i<strong>de</strong>ntifica com o<br />

conceito genérico <strong>de</strong> divinda<strong>de</strong> e constitui o<br />

inconsciente coletivo, que é a base comum da<br />

natureza humana (Psicologia do incosciente,<br />

1942" 1 ). Adler, ao contrário, i<strong>de</strong>ntificou o instinto<br />

fundamental do homem com a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

po/ênciadc que falava Nietzsche, ou seja, como<br />

um espírito <strong>de</strong> agressão e <strong>de</strong> luta em conflito<br />

com outro instinto, o sentimento <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong><br />

humana, que liga o indivíduo a todos os<br />

outros. A interação <strong>de</strong>ssas duas forças <strong>de</strong>terminaria<br />

o caráter <strong>de</strong> cada homem e suas manifestações<br />

patológicas (Conhecimento do homem,<br />

1927).<br />

PSICANÁLISE EXISTENCIAL (fr. Psychanalyse<br />

exístencielle). Sartre <strong>de</strong>u este nome à<br />

análise filosófico-exístencial, porquanto ela procura<br />

<strong>de</strong>terminar a "escolha originária" que está<br />

na base <strong>de</strong> todo "projeto humano <strong>de</strong> vida". 0<br />

princípio <strong>de</strong>ssa psicanálise é que "o homem é<br />

uma totalida<strong>de</strong>, e não uma coleção", e o seu<br />

objetivo é "<strong>de</strong>cifrar os comportamentos empíricos<br />

do homem". Além disso, seu ponto <strong>de</strong> partida<br />

é a experiência e seu método é o comparativo<br />

(L'être et le néant, 1943, p. 656). A P.<br />

existencial distingue-se da <strong>de</strong> Freud, que Sartre<br />

chama <strong>de</strong> "empírica", porque procura <strong>de</strong>terminar<br />

a escolha originária', não os "complexos"<br />

(Ibid., p. 657).<br />

PSICODÉLICO (in. Psyche<strong>de</strong>lic). Adjetivo<br />

que <strong>de</strong>veria significar "o que manifesta a<br />

psique", cunhado para qualificar as experiências<br />

produzidas pelo uso do ácido lisérgico<br />

(LSD) ou <strong>de</strong> outras drogas, consi<strong>de</strong>radas<br />

revelações cie uma realida<strong>de</strong> mais profunda<br />

que a manifestada na experiência comum e<br />

que seria <strong>de</strong> natureza divina ou representaria<br />

a própria divinda<strong>de</strong> imanente no mundo<br />

(cf. W. BRADF.N, The Private Sea, Londres,<br />

1967).<br />

PSICOFÍSICA. V. PSICOLOGIA, h).<br />

PSICOGÊNESE (in. Psychogenesis; fr. Psychogénèse,<br />

ai. Psychogenese, it. Psicogenesi).<br />

Desenvolvimento dos processos mentais, ou o<br />

estudo <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

PSICOGNOSE (in. Psychognosy). Termo<br />

empregado por Peirce para indicar o conjunto<br />

cias ciências psíquicas (Coll. Pap., 1.242).<br />

PSICOGRAPIA (in. Psychograph; fr. Psychographie,<br />

ai. Psychographie, it. Psícografia).<br />

Descrição dos processos ou das características<br />

psíquicas <strong>de</strong> um indivíduo.<br />

PSICÓIDE (in. Phychoid, fr. Psychoid; ai.<br />

Psychõi<strong>de</strong>, it. Psicoi<strong>de</strong>). Nome dado pelo biólogo<br />

vitalista H. Driesch à força psíquica que

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