22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

FENÔMENO ORIGINÁRIO 439 FETICHISMO<br />

blemas verda<strong>de</strong>iros" (Sein und Zeit, § 7). Portanto,<br />

o que a F. mostra é aquilo que, acima <strong>de</strong><br />

tudo e na maior parte dos casos, não se manifesta,<br />

o que está escondido, mas que é capaz<br />

<strong>de</strong> expressar o sentido e o fundamento daquilo<br />

que, acima <strong>de</strong> tudo, e na maior parte dos<br />

casos, se manifesta. Nesse sentido, a F. é a<br />

única ontologia possível (Ibid., § 7 C). A F. é<br />

entendida <strong>de</strong> maneira análoga por Sartre (Z 'être<br />

et le néant, Intr., §§ 1-2) e por Merleau-Ponty<br />

(Pbénoménologie <strong>de</strong> Ia perception, Pref.). A<br />

formulação fenomenológica da <strong>filosofia</strong> não<br />

implica, portanto, a redução da existência à<br />

aparência e não po<strong>de</strong> ser confundida <strong>de</strong> maneira<br />

nenhuma com o fenomenismo (v.). O<br />

próprio conceito <strong>de</strong> fenômeno a que se faz<br />

referência é diferente neste caso. Por outro lado,<br />

tampouco implica a eliminação da diferença entre<br />

parecer e ser, embora esse antigo dualismo seja<br />

eliminado. Sartre diz: "O fenômeno <strong>de</strong> ser exige<br />

a transfenomenalida<strong>de</strong> do ser. Isto não quer<br />

dizer que o ser está escondido atrás dos fenômenos<br />

(vimos que o fenômeno não po<strong>de</strong> mascarar<br />

o ser), nem que o fenômeno é uma aparência<br />

que remete a um ser distinto (só enquanto<br />

aparência o fenômeno é, ou seja, ele se indica<br />

sobre o fundamento do ser). Segue-se que o<br />

ser do fenômeno, conquanto coextensivo ao fenômeno,<br />

<strong>de</strong>ve escapar à condição fenomênica<br />

— <strong>de</strong> só existir na medida em que se nos revela<br />

— e, por conseguinte, exce<strong>de</strong> e fundamenta<br />

o conhecimento que se tem <strong>de</strong>le" (Z 'être et le<br />

néant, Intr., § 2). A relação entre aparência e<br />

ser, na ontologia fenomenológica, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida<br />

ou analisada <strong>de</strong> maneiras diferentes, mas<br />

não se amolda à tradição que relaciona aparência<br />

e realida<strong>de</strong>.<br />

FENÔMENO ORIGINÁRIO. V. URPHÀNO-<br />

MENON.<br />

FERIO. Palavra mnemônica usada pelos<br />

escolásticos para indicar o quarto modo da primeira<br />

figura do silogismo, mais precisamente<br />

o que consta <strong>de</strong> uma premissa universal negativa,<br />

<strong>de</strong> uma premissa particular afirmativa e <strong>de</strong><br />

uma conclusão particular negativa, como no<br />

exemplo "Nenhum animal é pedra; alguns homens<br />

são animais; logo, alguns homens não<br />

são pedra" (Pedro Hispano, Summ. log., 4.07).<br />

FERISON. Palavra mnemônica usada pelos<br />

escolásticos para indicar o sexto dos seis modos<br />

do silogismo <strong>de</strong> terceira figura, mais precisamente<br />

o que consta <strong>de</strong> uma premissa universal<br />

negativa, <strong>de</strong> uma premissa particular<br />

afirmativa e <strong>de</strong> uma conclusão particular ne-<br />

gativa, como no exemplo: "Nenhum homem<br />

é pedra; alguns homens são animais; logo,<br />

alguns animais não são pedra" (PEDRO HISPANO,<br />

Summ. log., 4. 15).<br />

FESPAMO. Palavra mnemônica usada pela<br />

Lógica <strong>de</strong> Port-Royal para indicar o oitavo<br />

modo do silogismo <strong>de</strong> primeira figura (isto é,<br />

Fapesmó), com a modificação que consiste em<br />

tomar por premissa maior a proposição em<br />

que está contido o predicado da conclusão. O<br />

exemplo é o seguinte: "Nenhuma virtu<strong>de</strong> é<br />

uma qualida<strong>de</strong> natural; toda qualida<strong>de</strong> natural<br />

tem a Deus por primeiro autor; logo, há qualida<strong>de</strong>s<br />

naturais que têm Deus por autor e não<br />

são virtu<strong>de</strong>s" (ARNAULD, Log., III, 8).<br />

FESTEVO. Palavra mnemônica usada pelos<br />

escolásticos para indicar o terceiro dos quatro<br />

modos da segunda figura do silogismo, mais<br />

precisamente o que consta <strong>de</strong> uma premissa<br />

universal negativa, <strong>de</strong> uma premissa particular<br />

afirmativa e <strong>de</strong> uma conclusão particular negativa,<br />

como no exemplo: "Nenhuma pedra<br />

é animal; alguns homens são animais; logo,<br />

alguns homens não são pedra" (PEDRO HIS-<br />

PANO, Summ. log., 4.11).<br />

FETICHISMO (in. Fetishism- fr. Fétichisme,<br />

ai. Fetíchismus; it. Feticismó). Crença no po<strong>de</strong>r<br />

sobrenatural ou mágico <strong>de</strong> certos objetos<br />

materiais (it. feticci; v. port. feitiço - artificial).<br />

Mais geralmente, atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem consi<strong>de</strong>ra<br />

animados os objetos materiais, e os tipos <strong>de</strong> religião<br />

ou <strong>de</strong> <strong>filosofia</strong> baseados nesta crença.<br />

Neste segundo sentido, esse termo não é mais<br />

usado, por ter sido substituído por animismo<br />

(v.). Em geral, os filósofos empregam essa palavra<br />

em sentido <strong>de</strong>preciativo; por exemplo,<br />

Mach chamou <strong>de</strong> F. a crença nos conceitos <strong>de</strong><br />

causa e <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> (Populãrwissenschaftliche<br />

Vorlesungen, 1896, p. 269). Comte exaltara o F.,<br />

por encontrar nele alguma afinida<strong>de</strong> com o<br />

positivismo, porquanto ambos vêem em todos<br />

os seres uma ativida<strong>de</strong> análoga ou semelhante<br />

à humana, e assim estabelecem a unida<strong>de</strong> fundamental<br />

do mundo que se expressa na teoria<br />

do Gran<strong>de</strong> Ser {Politique positive, III, p. 87; IV,<br />

p. 44). Kant, por outro lado, chamou F. a religião<br />

mágica, <strong>de</strong> quem realiza certas ações que<br />

por si nada contêm <strong>de</strong> agradável a Deus, nada<br />

têm <strong>de</strong> moral, com o fim <strong>de</strong> obter favores divinos<br />

e satisfazer <strong>de</strong>sejos pessoais. Neste sentido,<br />

o sacerdócio é "a constituição <strong>de</strong> uma igreja em<br />

que reina o culto fetichista, on<strong>de</strong> o fundamento<br />

e a essência do culto não são constituídos por<br />

princípios <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong>, mas por disposições

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!