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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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INDEPENDENTE 552 INDETERMINISMO<br />

veis as proposições que constituem as antinomias<br />

lógicas (v.); é I. a não-contradição em<br />

matemática e em geral dos sistemas simbólicos<br />

(v. ANTINOMIA; MATEMÁTICA; SISTEMA).<br />

4. Toda crença ou pretensão que não possa<br />

ser apoiada por provas. Este é o significado<br />

mais geral e in<strong>de</strong>terminado com que<br />

esse termo é usado freqüentemente na linguagem<br />

comum. Assim, <strong>de</strong>nominam-se I.<br />

certas crenças religiosas, bem como a pretensão<br />

<strong>de</strong> crédito não apoiada em documentos<br />

ou testemunhas. Asserções concernentes<br />

a fatos muitas vezes são <strong>de</strong>claradas I. pela<br />

mesma razão.<br />

INDEPENDENTE (in. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt; fr. Indépendant;<br />

ai. Unabhángig; it. Indipen<strong>de</strong>nté).<br />

Aquilo cujo ser, cuja valida<strong>de</strong> ou cuja capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ação não <strong>de</strong>rivem <strong>de</strong> outro. Assim, dizse<br />

que um homem ou um Estado é I. quando<br />

sua vida ou sua conduta não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da vida<br />

ou da conduta <strong>de</strong> outro homem ou <strong>de</strong> outro<br />

Estado. Diz-se que um acontecimento é I. <strong>de</strong><br />

outro quando não mantém relação <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong><br />

com ele. Uma proposição qualquer é I. <strong>de</strong><br />

uma outra proposição ou <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong><br />

proposições se entre eles não houver relação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>rivação.<br />

A <strong>de</strong>terminação dos axiomas <strong>de</strong> um sistema<br />

simbólico tem como requisito a in<strong>de</strong>pendência<br />

recíproca. De fato, seria inútil aceitar<br />

como axioma uma proposição que pu<strong>de</strong>sse ser<br />

<strong>de</strong>rivada dos outros axiomas do sistema (v.<br />

AXIOMA).<br />

INDETERMINAÇÃO (in. In<strong>de</strong>termination;<br />

fr. In<strong>de</strong>termination; ai. Unbestimmtheit; it. In<strong>de</strong>terminazione).<br />

1. Ausência da <strong>de</strong>terminação<br />

lógica (v. DETERMINAÇÃO). ÀS vezes, o mesmo<br />

que in<strong>de</strong>cisão (v. VAGO).<br />

2. Ausência da <strong>de</strong>terminação causai (v. IN-<br />

DETERMINISMO).<br />

INDETERMINAÇÃO, RELAÇÕES DE (in<br />

Uncertainty relations; fr. Relations d'indétermination;<br />

ai. Unbestimmtheitsrelationen; it.<br />

Relazioni di in<strong>de</strong>terminazione). Em física<br />

subatômica essa expressão ou a expressão<br />

"princípio <strong>de</strong> I." <strong>de</strong>signa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1927 o reconhecimento<br />

da ação recíproca entre o objeto e<br />

o observador, portanto a perturbação que a<br />

observação produz sobre o objeto observado.<br />

Foi Heisenberg quem mostrou esse aspecto<br />

essencial da física quântica, expressando-o<br />

assim: "Nas teorias clássicas a interação entre o<br />

objeto e o observador era consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>sprezível<br />

ou controlável, <strong>de</strong> tal modo que se po<strong>de</strong>-<br />

ria eliminar a influência por meio <strong>de</strong> cálculos.<br />

Na física atômica, essa admissão não é possível<br />

porque, em vista da <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> dos acontecimentos<br />

atômicos, qualquer interação po<strong>de</strong><br />

produzir variações parcialmente incontroláveis<br />

e relativamente gran<strong>de</strong>s. Essa circunstância tem<br />

como conseqüência o fato <strong>de</strong> que, em geral, as<br />

experiências realizadas com o fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar<br />

uma gran<strong>de</strong>za física tornam ilusório o conhecimento<br />

<strong>de</strong> outras gran<strong>de</strong>zas obtidas antes;<br />

na verda<strong>de</strong>, influenciam <strong>de</strong> maneira incontrolável<br />

o sistema sobre o qual se opera, portanto<br />

os valores das gran<strong>de</strong>zas anteriormente conhecidas<br />

são por elas alterados. Se tratarmos essa<br />

perturbação <strong>de</strong> modo quantitativo, veremos<br />

que em muitos casos o conhecimento simultâneo<br />

<strong>de</strong> diversas variáveis tem um limite <strong>de</strong> exatidão<br />

finito, que não po<strong>de</strong> ser ultrapassado"<br />

(Die physikalischen Prinzipien <strong>de</strong>r Quantentheorie,<br />

1930, I, § 1). Quanto à influência que<br />

a <strong>de</strong>scoberta das relações <strong>de</strong> I. exerceu no<br />

campo científico-filosófico, v. CAUSALIDADE;<br />

CONDIÇÃO).<br />

INDETERMINADO. V. DETERMINAÇÃO.<br />

INDETERMINISMO (in. In<strong>de</strong>terminism; fr.<br />

Indétermínísme, ai. In<strong>de</strong>terminismus; it. In<strong>de</strong>terminismó).<br />

Termo introduzido na linguagem<br />

filosófica na segunda meta<strong>de</strong> do séc. XVIII para<br />

<strong>de</strong>signar a doutrina que nega o <strong>de</strong>terminismo<br />

dos motivos, ou seja, a <strong>de</strong>terminação da vonta<strong>de</strong><br />

humana por parte dos motivos (v. DETER-<br />

MINISMO). Leibniz dizia: "Quando se afirma que<br />

um acontecimento livre não po<strong>de</strong> ser previsto,<br />

confun<strong>de</strong>-se liberda<strong>de</strong> com in<strong>de</strong>terminação<br />

ou com indiferença plena ou <strong>de</strong> equilíbrio; e<br />

quando se quer dizer que a falta <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />

impediria que o homem fosse culpado, faz-se<br />

referência a uma liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong> coação, e não <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação ou<br />

certeza" (Théod., III, 369). Kant afirmava: "Não<br />

há dificulda<strong>de</strong> em conciliar o conceito <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />

com a idéia <strong>de</strong> Deus como ser necessário,<br />

porque a liberda<strong>de</strong> não consiste na contingência<br />

da ação (no fato <strong>de</strong> a ação não ser <strong>de</strong>terminada<br />

por nenhum motivo, ou seja, no I.), mas<br />

na absoluta espontaneida<strong>de</strong> que só é ameaçada<br />

pelo pre<strong>de</strong>terminismo, uma vez que para ele<br />

o motivo <strong>de</strong>terminante da ação é antece<strong>de</strong>nte<br />

no tempo; portanto, a ação não está mais<br />

atualmente em meu po<strong>de</strong>r, mas nas mãos da<br />

natureza e, por esse motivo, sou irresistivelmente<br />

<strong>de</strong>terminado" (Religion, I. Observação<br />

Geral, Nota). OI. compreendido nesse sentido,<br />

como negação do <strong>de</strong>terminismo dos moti-

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