22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ENTE 334 ENTROPIA<br />

ENTE (in. Reing; fr. Être, ai. Selentes; it.<br />

Ente). O que é, em qualquer dos significados<br />

existenciais <strong>de</strong> ser. Às vezes, mas raramente,<br />

essa palavra é usada para <strong>de</strong>signar somente<br />

Deus: é o que faz Gioberti, em sua fórmula<br />

i<strong>de</strong>al: "o E. cria o existente" (Introduzione alio<br />

studio <strong>de</strong>lia fü., II, p. 183): on<strong>de</strong> "E." eqüivale<br />

a Deus, como ser necessário, e "existente" eqüivale<br />

às coisas criadas. Habitualmente essa palavra<br />

é usada em sentido mais geral. Diz Hei<strong>de</strong>gger:<br />

"Chamamos <strong>de</strong> E. muitas coisas, em<br />

sentidos diferentes. E. é tudo aquilo <strong>de</strong> que falamos,<br />

aquilo a que, <strong>de</strong> um modo ou <strong>de</strong> outro,<br />

nos referimos; E. é também o que e como nós<br />

mesmos somos" (Sein und Zeit, § 2). Mas nesse<br />

sentido generalíssimo prefere-se hoje a palavra<br />

entida<strong>de</strong> (v.).<br />

ENTELÉQUIA (gr. èvTe^é%eicx; lat. Entelechia;<br />

in Entelechy fr. Entéléchie, ai. Enteleckie,<br />

it. Entelechid). Termo criado por Aristóteles para<br />

indicar o ato final ou perfeito, isto é, a realização<br />

acabada da potência {Met., IX, 8, 1050<br />

a 23). Nesse sentido Aristóteles <strong>de</strong>finiu a alma<br />

como "a E. <strong>de</strong> um corpo orgânico" (De an.,<br />

II, 1, 412 a 27). O termo que Ermolau Bárbaro<br />

traduzia para o latim como perfectihabia<br />

(LEIBNIZ, Théod., I, § 87) foi retomado por Leibniz<br />

para indicar as substâncias simples ou manadas<br />

criadas, pois elas têm certa perfeição ou autosuficiência<br />

que as torna origens das suas ações<br />

internas e, por assim dizer, "autômatos incorpóreos"<br />

(Monad., § 18). Na <strong>filosofia</strong> contemporânea,<br />

esse termo foi retomado pelo biólogo<br />

Hans Driesch, que nele centrou o seu vítalísmo<br />

(v.). Para Hans Driesch, a E. é o princípio da<br />

vida nos seres animados: fator espiritual, irredutível<br />

a agentes físico-químicos (A alma como<br />

fator elementar da natureza, 1903; O vitalismo,<br />

1906).<br />

ENTIDADE (lat. Entitas; in. Entity, fr. Entité,<br />

ai. Entitãt; it. Entità). Objeto existente no sentido<br />

1". da palavra existência, provido <strong>de</strong> um<br />

modo <strong>de</strong> ser especificamente <strong>de</strong>finível. Esse<br />

termo foi introduzido por Duns Scot, que o<br />

utilizou para distinguir o modo <strong>de</strong> ser do indivíduo,<br />

que ele chama <strong>de</strong> entitas positiva (o<br />

mesmo que baecceitas), do modo <strong>de</strong> ser da natureza<br />

ou da espécie, que ele chama <strong>de</strong> entitas<br />

quiddítativa(Op. Ox., II, d. 3, q. 6). E. positiva<br />

seria, p. ex., Sócrates; E. quiditativa, a espécie<br />

homem. Essa terminologia foi incorporada pela<br />

escola scotista, sendo comumente empregada<br />

nas discussões sobre individuação, no séc. XIV.<br />

Leibniz aludiu a essas discussões numa <strong>de</strong> suas<br />

primeiras obras, De principio individui (1663),<br />

na qual usa o termo com o mesmo objetivo.<br />

Na lógica contemporânea esse termo é<br />

empregado para indicar todo objeto cujo status<br />

existencial possa ser <strong>de</strong>finido, ou então, como<br />

também se diz, todo objeto a respeito do qual<br />

o uso lingüístico comporte um "compromisso<br />

ontológico". Carnap <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u o uso <strong>de</strong>sse termo,<br />

insistindo ao mesmo tempo no fato <strong>de</strong> que<br />

as E. <strong>de</strong> que se fala na lógica não são redutíveis<br />

a dados sensíveis, portanto não são entida<strong>de</strong>s<br />

reais (Meaning and Necessity, A. 4).<br />

ENTTMEMA (gr. èv8úur|na; lat. Enthymema;<br />

in. Enthymeme, fr. Enthymème, ai. Entbymem;<br />

it. Entimemd). Segundo Aristóteles, silogismo<br />

fundado em premissas prováveis ou em signos<br />

(An. pr., 70 a 10); é o silogismo da retórica. O<br />

E. fundado em premissas prováveis nunca conclui<br />

necessariamente, pois as premissas prováveis<br />

valem na maioria das vezes, mas nem sempre.<br />

O E. fundado em signos às vezes conclui<br />

necessariamente. Assim, quando se diz que alguém<br />

está doente porque tem febre, ou que<br />

uma mulher <strong>de</strong>u à luz porque tem leite, cria-se<br />

um silogismo do qual simplesmente se omite a<br />

premissa maior, ou seja, que quem tem febre<br />

está doente, ou que toda mulher que <strong>de</strong>u à luz<br />

tem leite (Ret., I, 1357 a, pp. 33 ss.). Quando o<br />

signo é uma prova segura, vale como termo<br />

médio <strong>de</strong> um silogismo <strong>de</strong>monstrativo do qual<br />

se omitiu uma premissa consi<strong>de</strong>rada já conhecida<br />

(An. pr., 70 b 1 ss.). Este segundo significado<br />

<strong>de</strong> E. foi acolhido pela lógica medieval,<br />

que o consi<strong>de</strong>rou um "silogismo imperfeito",<br />

em que se <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> expor uma premissa, como<br />

quando se diz "Todo animal corre, logo todo<br />

homem corre, omitindo a premisssa 'todo homem<br />

é animal'" (PEDRO HISPANO, Summ. log.,<br />

5.04; ABELARDO, Dialectica, edição <strong>de</strong> Rijk, p.<br />

463).<br />

ENTROPIA (in. Entropy, fr. Entropie; ai.<br />

Entropie, it. Entropia). A noção <strong>de</strong> E. está vinculada<br />

ao segundo princípio da termodinâmica,<br />

formulada por Sadi Carnot em 1824 e<br />

enunciada em termos matemáticos por Clausius<br />

(1850). Esse princípio afirma que o calor<br />

só passa do corpo mais quente para o corpo<br />

mais frio, e que em toda transformação <strong>de</strong><br />

energia num sistema fechado ocorre a <strong>de</strong>gradação<br />

da energia, ou seja, a perda da energia total<br />

disponível no sistema. Chama-se <strong>de</strong>gradação a<br />

passagem <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong> energia para outra<br />

forma que não possa ser acompanhada pela<br />

transformação inversa completa. Assim, é sem-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!