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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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PRENOÇÃO 789 PRESSUPOSTO<br />

eliminaria a liberda<strong>de</strong> do homem. Malebranche<br />

discutiu essa noçào em Refléctions sur Ia P.<br />

physique (HO*)).<br />

PRENOÇÃO (in. Prenotion- fr. Prenotion;<br />

ai. Vorbegrijf; it. Premozioné). Termo introduzido<br />

por Durkheim para indicar os conceitos<br />

pré-científicos fundados na generalização imperfeita<br />

ou apressada, que F. Bacon chamava <strong>de</strong><br />

antecipações ou ídolos íkégles <strong>de</strong> Ia métbo<strong>de</strong><br />

sociologic/ne, p. 23) (v. ANTECIPAÇÃO).<br />

PREOCUPAÇÃO. V. CUIDADO; CUKA.<br />

PRÉ-PERCEPÇÃO (in. Preperception; fr.<br />

Preperception; ai. Praperzeption; it. Prepercezione).<br />

Assim foi às vezes chamada a função<br />

seletiva que a atenção intelectual exerce sobre<br />

a percepção sensível (cf., p. ex.. James. Princ.<br />

ofPsychoL, I, pp. 438-45).<br />

PRESCIÊNCIA. V. TIÍODICHIA.<br />

PRESCINDÊNCIA(in. Prescíssion). Abstração<br />

"prescin<strong>de</strong>nte", que Peirce distingue da abstração<br />

hipostática, como a operação <strong>de</strong> escolha<br />

que está implícita no mais simples fato <strong>de</strong> percepção:<br />

p. ex.: perceber uma cor significa prescindir<br />

da forma e em todo caso isolar essa <strong>de</strong>terminação<br />

"cor" das outras, às quais a cor<br />

esteja unida (Coll. Pap., 1.549 n: 2.428; 4.235)<br />

(v. ABSTRAÇÃO).<br />

PRESENÇA (in. Presence, fr. Présencc. ai.<br />

Auivesenbeil; it. Presenza). liste termo é empregado<br />

em dois significados principais: l y<br />

existência <strong>de</strong> um objeto em certo lugar, pelo<br />

que se diz, p. ex., "estava presente à reunião <strong>de</strong><br />

ontem à tar<strong>de</strong>'"; 2" existência do objeto numa<br />

relação cognitiva imediata; assim, diz-se que<br />

um objeto está presente quando 6 visto ou é<br />

dado a qualquer forma <strong>de</strong> intuição ou <strong>de</strong> conhecimento<br />

imediato.<br />

No âmbito do primeiro significado, e com<br />

objetivos teológicos (para <strong>de</strong>screver a presença<br />

<strong>de</strong> Deus ou dos anjos nas coisas ou a presença<br />

do corpo <strong>de</strong> Cristo no pão do sacramento<br />

do altar), os escolásticos distinguiam duas<br />

formas <strong>de</strong> P.: a chamada circunscriptíra, em<br />

que uma coisa está inteira em todo o espaço<br />

que ocupa, com parte em cada parte do espaço,<br />

e a <strong>de</strong>finitiva, em que uma coisa está inteira<br />

na totalida<strong>de</strong> do seu espaço e inteira também<br />

em cada uma das partes <strong>de</strong>ssa totalida<strong>de</strong>. A<br />

primeira P. é um modo <strong>de</strong> ser quantitativo; a<br />

segunda exclui qualquer quantida<strong>de</strong> (cf., p.<br />

ex., S. TOMÁS DF. AQHNO, S. Th., 1. q. 52, a. 2;<br />

OCKHAM, Quodi, VII, q. 19).<br />

Hei<strong>de</strong>gger chamou <strong>de</strong> P. ou simples P. ( Vorhan<strong>de</strong>nheit)<br />

o modo <strong>de</strong> ser das coisas, que é<br />

diferente do modo <strong>de</strong> ser do homem, que é a<br />

existência (Sein nncl Zeit, § 9). Sartre, por sua<br />

vez, falou <strong>de</strong> "P. do para-si no ser", ou seja, da<br />

consciência, no sentido <strong>de</strong> que tal presença implicaria<br />

que "o para-si é testemunha <strong>de</strong> si em P.<br />

do ser como não sendo o ser": o que significaria<br />

que a P. no ser é "P. do para-si em não sendo"<br />

(I/être et le néant. pp. 166-67).<br />

PRESENTAÇÃO (in. Presentalion; fr. Présentation-,<br />

ai. Prásentation-, it. Preseiitazioue).<br />

Conhecimento imediato ou direto: percepção<br />

ou intuição. Ksse termo foi introduzido por<br />

Spencer. que fazia a distinção entre conhecimento<br />

presentativo (que se tem quando "o<br />

conteúdo <strong>de</strong> uma proposição é a relação entre<br />

dois termos, ambos diretamente presentes,<br />

como quando machuco o <strong>de</strong>do e e.siou simultaneamente<br />

ciente da dore da sua localização")<br />

e o conhecimento representativo, que é a lembrança<br />

ou a imaginação do outro conhecimento<br />

(Princ. of Psychologv, § 423). Ksse termo foi<br />

aceito por muitos psicólogos no séc. XIX. mas<br />

hoje está em <strong>de</strong>suso.<br />

PRESENTACIONLSMO (in. Presentationism.<br />

fr. Pi'ésentationisme, it. Presentazionismo).<br />

Foi assim que Hamilton chamou seu "realismo<br />

natural", doutrina segundo a qual a<br />

percepção 6 uma relação imediata com o<br />

objeto existente (Disserlationson Reici, p. 825).<br />

PRESENTE. V. INSTANTE; AGORA; TrMPO.<br />

PRESSUPOSTO (in. Presuppositiou; fr. Présiippositiorv,<br />

ai. Vorausselzung; it. Presnppos<br />

to). 1. Premissa não <strong>de</strong>clarada <strong>de</strong> um raciocínio,<br />

utilizada no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> um raciocínio,<br />

mas que não foi previamente enunciada, não<br />

havendo, pois. um compromisso <strong>de</strong>finitivo em<br />

relação a ela. Diferentemente da premissa, do<br />

postulado, da hipótese, etc. o P. é introduzido<br />

sub-repticiamente no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> um raciocínio,<br />

limitando ou dirigindo-o <strong>de</strong> maneira<br />

dissimulada ou oculta. Po<strong>de</strong> ser também <strong>de</strong>finido<br />

como regra sub-reptícia <strong>de</strong> inferência.<br />

Portanto, o princípio da eliminação dos P. e<br />

fundamental para todos os campos da investigação<br />

no mundo mo<strong>de</strong>rno. A expressão<br />

"eliminação dos P." (ai. Voraussetzungslosígkeit)<br />

parece ter sido cunhada apenas por<br />

Fr. Strauss (Leben Jesu, 1836, p. IX), mas a<br />

exigência que ela encerra está na origem da<br />

ciência mo<strong>de</strong>rna (que com Galileu procurou<br />

livrar-se dos P. metafísicos) e da <strong>filosofia</strong><br />

mo<strong>de</strong>rna (que com Bacon e Descartes afirmou<br />

a exigência <strong>de</strong> uma investigação radical,<br />

fundada apenas em premissas <strong>de</strong>clara-

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