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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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ÚNICO 979 UNIDADE<br />

tensivas. O nexo, ao contrário, é uma síntese<br />

necessária; p. ex. a síntese do aci<strong>de</strong>nte com a<br />

substância e do efeito com a causa. Po<strong>de</strong> subsistir<br />

mesmo entre termos heterogêneos: po<strong>de</strong> ser<br />

física (nexo entre os fenômenos) ou metafísica<br />

(li. dos fenômenos na faculda<strong>de</strong> cognitiva a<br />

priori) (Ctil. li. Pura, Analítica, livro II, cap. 2.<br />

seç. 3, n. [H 2021).<br />

Kssa diferença <strong>de</strong> significado encontra-se<br />

tanto no uso corrente do termo quanto no filosófico<br />

e no teológico. A teologia fala <strong>de</strong> uma<br />

"II. hipostática" (substancial ou necessária)<br />

entre a natureza humana e a natureza divina na<br />

pessoa do Cristo (v. FNCARNAÇÀO), mas fala<br />

também <strong>de</strong> LI. mística da alma com Deus, que<br />

náo 6 nem substancial nem necessária. A <strong>filosofia</strong><br />

tala <strong>de</strong> II. entre matéria e forma, e entre<br />

substância e aci<strong>de</strong>nte, que são necessárias, e<br />

fala ainda <strong>de</strong> LI. entre alma e corpo, que não é<br />

necessária (cf. LHIBNIZ, O/;., Krdmann, p. 12 7 ).<br />

Na linguagem comum estão ultrapassados alguns<br />

<strong>de</strong>sses usos; além disso se fala, p. ex.. <strong>de</strong><br />

"LI. carnal"; ou <strong>de</strong> LJ. no sentido <strong>de</strong> concórdia,<br />

<strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> associação para a <strong>de</strong>fesa<br />

<strong>de</strong> interesses comuns (U. operária, etc).<br />

ÚNICO (lat. Vnicus\ in. Ibiique, IV. Ihüque,<br />

ai. Einzig; it. Único). 1. O que não é a espécie<br />

<strong>de</strong> um gênero, enten<strong>de</strong>ndo-se por gênero uma<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> que possam participar várias<br />

espécies. Nesse sentido só Deus é W. (v. S.<br />

TOMÁS, S. Th., I, q. 3, a. 5).<br />

2. O que está só na sua espécie, isto é, o<br />

único indivíduo pertencente a <strong>de</strong>terminada<br />

espécie. Nesse sentido, na metafísica tradicional<br />

po<strong>de</strong>m-se dizer que os anjos são II., pois é<br />

impossível existirem dois da mesma espécie,<br />

porquanto são <strong>de</strong>sprovidos cie matéria, que<br />

distingue os pertencentes a uma mesma espécie<br />

(cf. S. TOMÁS, S. Th., I, q. 50, a. 4). Stirner entendia<br />

do seguinte modo a unicidacle: "Eu, o LI.,<br />

sou o homem. A pergunta 'o que é o homem?'<br />

Em 'oquê?' procurava-se o conceito; em 'quem?',<br />

a questão resolvida, porque a resposta é dada<br />

por quem pergunta" (Der Einzige und sei ti<br />

Eigentum, 1845; trad. it., p. 270). O "'o que" é<br />

o "quem", a espécie é o indivíduo (v. ANARytus.MO).<br />

3. O que não é substituível em seu valor ou<br />

em sua função. Nesse sentido, qualifica-se <strong>de</strong><br />

II. uma pessoa ou uma obra <strong>de</strong> arte; em matemática,<br />

o valor <strong>de</strong> uma função.<br />

4. O que não se repete ou não se repete<br />

<strong>de</strong> modo idêntico. Nesse sentido qualifica-se<br />

<strong>de</strong> II. o acontecimento histórico como tal (v.<br />

HISTÓRIA).<br />

5. O que po<strong>de</strong> ser efetuado <strong>de</strong> um só modo;<br />

nesse sentido dizemos que uma operação 61*.:<br />

p. ex., a <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> um número em fatores<br />

primos.<br />

UNIDADE (gr. nouàç; lat. Unitas; in. Uuity,<br />

tr. Unité-, ai. Einheit: it. Unitã). 1. Em sentido<br />

próprio, o que é necessariamente uno. inc/irisírel:<br />

ou no sentido <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> partes<br />

ou <strong>de</strong> suas partes serem inseparáveis da<br />

totalida<strong>de</strong> e inseparáveis entre si. liste foi o<br />

conceito elaborado por Aristóteles, que distinguiu<br />

o que é uno por ,s7. ou essencialmente, do<br />

que é uno por aci<strong>de</strong>nte (Met.. V. 6, 1015 b 16);<br />

<strong>de</strong>finiu a U. (|aotjàç) como alguma coisa indivisível,<br />

absoluta ou quantitativamente (Ibicl.,<br />

1016 b 24), e distingiu quatro espécies fundamentais<br />

<strong>de</strong> V.: a) a das totalida<strong>de</strong>s contínuas,<br />

como p. ex. os organismos; b) a das formas ou<br />

substâncias; c) a numérica; d) a <strong>de</strong>finitória, ou<br />

seja, a l ! . <strong>de</strong> coisas que têm a mesma <strong>de</strong>finição<br />

(Ibid., X, 1052 a 15-1052 b 15; v. V, 6, 1016 a I-<br />

1016 a 35). Essas <strong>de</strong>terminações aristotélicas<br />

não são perfeitamente coerentes porque, ao<br />

mesmo tempo que <strong>de</strong>finem a l". como indivisibilida<strong>de</strong>.<br />

incluem entre suas formas a continuida<strong>de</strong><br />

que o próprio Aristóteles <strong>de</strong>íine como<br />

a divisibilida<strong>de</strong> em partes por sua vez divisíveis<br />

(v. CONTÍNUO). Seu significado, porém, está bem<br />

duro. A L".. ou seja. o uno por si, é, por um lado,<br />

a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da forma ou cia substância consigo<br />

mesma; por outro, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> dos objetos<br />

que têm a mesma <strong>de</strong>finição (i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> dos<br />

indiscerníveis) e por outro ainda é o elemento<br />

ou o princípio do número.<br />

No que diz respeito ao número, esse conceito<br />

cie LI. durou muito tempo (v. NÚMKRO), mas<br />

das outras duas formas distinguidas por Aristóteles,<br />

a LI. formal ou substancial foi a mais<br />

freqüentemente assumida como conceito ou<br />

i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> LJ. na tradição filosófica. Os neoplatônicos<br />

ilustraram e exaltaram a LI. como condição<br />

necessária do ser, negligenciando a distinção<br />

aristotélica entre a L".. que é necessária, e o<br />

uno. que não é. Para Plotino, a II. é sempre necessária:<br />

"Separados do um. os seres não existem<br />

mais. O exército, o coro, o rebanho não<br />

existiriam se não fossem um exército, um coro,<br />

um rebanho. A casa e a nave não são se não<br />

têm unida<strong>de</strong>, porque a casa é uma casa e a<br />

nave é uma nave, e, se per<strong>de</strong>ssem a unida<strong>de</strong>,<br />

não seriam nem casa nem nave. Nem as gran<strong>de</strong>-

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