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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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ESTILO 375 ESTOICISMO<br />

tais e primordiais os valores estéticos e reduza<br />

ou subordine a eles todos os outros (mesmo e<br />

sobretudo os morais). Neste sentido, po<strong>de</strong>-se<br />

chamar <strong>de</strong> E. tanto uma doutrina como a <strong>de</strong><br />

Novalis ou <strong>de</strong> Schelling, que vê na arte a revelação<br />

do Absoluto, quanto a <strong>de</strong> Oscar Wil<strong>de</strong><br />

ou <strong>de</strong> D'Annunzio, para quem prevalecem<br />

os valores estéticos na literatura e na vida.<br />

O E. foi caracterizado por Kierkegaard como<br />

a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem vive no instante, ou seja,<br />

vive para colher o que há <strong>de</strong> interessante na<br />

vida, <strong>de</strong>sprezando tudo o que é banal, insignificante<br />

e mesquinho. O homem estetizante, por<br />

isso, evita a repetição, que sempre implica monotonia<br />

e anula o atrativo das experiências<br />

mais promissoras. O símbolo ou a encarnação<br />

do E. é, portanto, Don Juan, o sedutor. Para<br />

Kierkegaard, a vida estetizante <strong>de</strong>semboca no<br />

tédio e, portanto, no <strong>de</strong>sespero (Werke, II, p.<br />

162).<br />

ESTILO (in. Style, fr. Style, ai. Stil; it. Stilé).<br />

Conjunto <strong>de</strong> características que distinguem <strong>de</strong>terminada<br />

forma <strong>de</strong> expressão. Em sua origem,<br />

no séc. XVIII, a noção <strong>de</strong> estilo foi expressa<br />

pelo lema francês lestyle c'est Vhomme<br />

même e consi<strong>de</strong>rada a manifestação na forma<br />

expressiva das características do sujeito em sua<br />

relação com o material empregado. Hegel consi<strong>de</strong>rou<br />

<strong>de</strong>masiado restrita essa concepção e<br />

incluiu no E. também as <strong>de</strong>terminações que<br />

as condições da arte em questão produzem<br />

na forma expressiva; nesse sentido, po<strong>de</strong>-se<br />

distinguir, p. ex., na música o E. gregoriano<br />

do E. operístico; na pintura, o E. histórico do<br />

E. genérico, etc. (Vorlesungen über die Àsthettk,<br />

ed. Glockner, I, pp. 394-95). Neste sentido,<br />

o E. não seria o homem, mas a própria coisa.<br />

Em todo caso, porém, o E. seria uma certa uniformida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> caracteres, encontravel em <strong>de</strong>terminado<br />

domínio do mundo expressivo. "O E.<br />

se nos revela como uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formas,<br />

<strong>de</strong> tônicas e <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s dominantes, numa complexa<br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> formas e conteúdos", escreveu<br />

Lucian Blaga, que insistiu em esten<strong>de</strong>r<br />

o fenômeno E. a todo o mundo da cultura<br />

(Orizzonte e stile, 1936; trad. it., 1946, p. 45). Às<br />

vezes, porém, viu-se no E. "o momento <strong>de</strong> invenção,<br />

que não é invenção formalista <strong>de</strong> palavras<br />

ou <strong>de</strong> signos, mas <strong>de</strong> idéias" (G. MOR-<br />

PURGO TAGLIABUE, // conceito <strong>de</strong>llo stile, 1951, p.<br />

352).<br />

ESTÍMULO (in. Stimulus; fr. Stimulus, ai.<br />

Reiz-, it. Stimoló). Qualquer objeto capaz <strong>de</strong> excitar<br />

um receptor, ou seja, <strong>de</strong> provocar resposta<br />

num organismo vivo (v. AÇÃO REFLEXA; PERCEP-<br />

ÇÃO; RESPOSTA).<br />

ESTDPULAÇÃO (in. Stipulation; fr. Stipulation;<br />

ai. Übereinhunft; it. Stipulazioné). O ato<br />

<strong>de</strong> estabelecer uma convenção, ou a própria<br />

convenção.<br />

ESTOICISMO (in. Stoicism; fr. Stoicisme, ai.<br />

Stoizismus; it. Stoicismó). Uma das gran<strong>de</strong>s<br />

escolas filosóficas do período helenista, assim<br />

chamada pelo pórtico pintado (Stoá poikílé)<br />

on<strong>de</strong> foi fundada, por volta <strong>de</strong> 300 a.C, por<br />

Zenão <strong>de</strong> Cício. Os principais mestres <strong>de</strong>ssa<br />

escola foram, além <strong>de</strong> Zenão, Cleante <strong>de</strong> Axo<br />

e Crisipo <strong>de</strong> Soles. Com as escolas da mesma<br />

época, epicurismo e ceticismo, o E. compartilhou<br />

a afirmação do primado da questão moral<br />

sobre as teorias e o conceito <strong>de</strong> <strong>filosofia</strong> como<br />

vida contemplativa acima das ocupações,<br />

das preocupações e das emoções da vida comum.<br />

Seu i<strong>de</strong>al, portanto, é <strong>de</strong> ataraxia ou<br />

apatia (v.). Os fundamentos do ensinamento<br />

estóico po<strong>de</strong>m ser resumidos da seguinte<br />

forma:<br />

l s divisão da <strong>filosofia</strong> em três partes: lógica,<br />

física e ética (v. FILOSOFIA);<br />

2- concepção da lógica como dialética, ou<br />

seja, como ciência <strong>de</strong> raciocínios hipotéticos<br />

cuja premissa expressa um estado <strong>de</strong> fato,<br />

imediatamente percebido (v. ANAPODÍTICO; DIA-<br />

LÉTICA);<br />

3 Q teoria dos signos, que constituiria o mo<strong>de</strong>lo<br />

da lógica terminista medieval e o antece<strong>de</strong>nte<br />

da semiótica mo<strong>de</strong>rna (v. SEMIÓTICA; SIG-<br />

NIFICADO);<br />

4 a conceito <strong>de</strong> uma Razão divina que rege o<br />

mundo e todas as coisas no mundo, segundo<br />

uma or<strong>de</strong>m necessária e perfeita (v. DESTINO;<br />

LIBERDADE; NECESSITARISMO);<br />

5 Q doutrina segundo a qual, assim como o<br />

animal é guiado infalivelmente pelo instinto,<br />

o homem é guiado infalivelmente pela razão,<br />

e a razão lhe fornece normas infalíveis <strong>de</strong><br />

ação que constituem o direito natural (v. DIREI-<br />

TO; INSTINTO);<br />

6 Q con<strong>de</strong>nação total <strong>de</strong> todas as emoções e<br />

exaltação da apatia como i<strong>de</strong>al do sábio (v.<br />

APATIA-, EMOÇÃO);<br />

7 B cosmopolitistno (v.), ou seja, doutrina <strong>de</strong><br />

que o homem não é cidadão <strong>de</strong> um país, mas<br />

do mundo;<br />

Sr exaltação da figura do sábio e <strong>de</strong> seu isolamento<br />

dos outros, com a distinção entre loucos<br />

e sábios (v. SÁBIO; SABEDORIA).<br />

Ao lado do aristotelismo, o estoicismo foi a<br />

doutrina que maior influência exerceu na histó-

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