22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

MODERNISMO 679 MODO<br />

nela haurindo o significado que <strong>de</strong>ve ser atribuído<br />

aos conceitos fundamentais da religião:<br />

Deus, revelação, dogma, graça, etc. O M. inspira-se<br />

principalmente nas idéias <strong>de</strong> Ollé Laprune<br />

e <strong>de</strong> Blon<strong>de</strong>l, que permaneceram alheios ao<br />

movimento, e conta com os nomes <strong>de</strong> I.aberihonnière,<br />

Loisy e Le Roy. Na Itália, assumiu especialmente<br />

a forma <strong>de</strong> crítica bíblica (Salvatore<br />

Minocchi, Ernesto Buonaiuti) e <strong>de</strong> crítica<br />

política (Romolo Murri), enquanto o <strong>de</strong>bate filosófico<br />

limitava-se a reproduzir, com escassa<br />

originalida<strong>de</strong>, as idéias do M. francês. Os pontos<br />

básicos po<strong>de</strong>m ser expostos assim:<br />

1 Q Deus revela-se imediatamente (sem intermediários)<br />

à consciência do homem. Laberthonnière<br />

cliz: "Se o homem <strong>de</strong>seja possuir<br />

Deus e ser Deus, é porque Deus já se <strong>de</strong>u a<br />

ele. É assim que po<strong>de</strong>m ser e são encontradas<br />

na natureza as exigências do sobrenatural"<br />

(Essais <strong>de</strong>philosophie religieuse, 1903, p. 171).<br />

Ksse princípio diminuía ou anulava a distância<br />

entre os domínios da natureza e da graça, bem<br />

como entre o homem e Deus. fazendo <strong>de</strong> Deus<br />

o princípio metafísico da consciência humana.<br />

Tal é o fundamento do chamado "método da<br />

imanência", que preten<strong>de</strong> encontrar Deus e o<br />

sobrenatural na consciência do homem.<br />

2 Q Deus é sobretudo um princípio <strong>de</strong> ação, e<br />

a experiência religiosa é sobretudo uma experiência<br />

prática. Esse ponto, que também <strong>de</strong>riva<br />

estritamente da Ação (1893) <strong>de</strong> Blon<strong>de</strong>l, eqüivale<br />

a consi<strong>de</strong>rar que religião e moral são<br />

coinci<strong>de</strong>ntes. Essa é uma das teses fundamentais<br />

<strong>de</strong> Loisy (La religion, 1917, p. 69).<br />

3- Os dogmas nada mais são que a expressão<br />

simbólica e imperfeita — porque relativa<br />

às condições históricas do tempo em que se<br />

constituem — da verda<strong>de</strong>ira revelação, que é a<br />

revelação feita por Deus mesmo à consciência<br />

do homem. Esse foi o ponto cie vista que Loisy<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u na mais famosa obra do M., /. Hvangile<br />

et Téglise (1902).<br />

4" Os instrumentos <strong>de</strong> investigação filológica<br />

<strong>de</strong>vem ser aplicados sem limitações à Bíblia;<br />

isso significa que ela <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada e estudada<br />

como um documento histórico da humanida<strong>de</strong>,<br />

ainda que <strong>de</strong> caráter excepcional e<br />

fundamental. Esta foi a convicção tanto <strong>de</strong><br />

Loisy quanto daqueles que, na Itália, aceitaram<br />

o ponto <strong>de</strong> vista do M. sobre esse assunto,<br />

especialmente Buonaiuti.<br />

5 o No campo da política, o Cristianismo não<br />

po<strong>de</strong> conduzir à <strong>de</strong>fesa dos privilégios do clero<br />

ou <strong>de</strong> outros grupos sociais, mas apenas ao<br />

progresso e á ascensão do povo, cuja vida na<br />

história é a manifestação da vida divina. Tais<br />

foram as idéias políticas <strong>de</strong>fendidas principalmente<br />

por Romolo Murri. Cf. E. BUONAIUTI, Le<br />

mo<strong>de</strong>mismecatholique, 1927; J. RIVIKRH, Lemo<strong>de</strong>rnisme<br />

dans Véglise, 1929; GARIN, Cronache<br />

cli <strong>filosofia</strong> italiana, 1943-55, 1956.<br />

MODERNO (lat. Mo<strong>de</strong>rnu.% in. Mo<strong>de</strong>m, fr.<br />

Mo<strong>de</strong>rne, ai. Mo<strong>de</strong>m, it. Mo<strong>de</strong>rno). Este adjetivo,<br />

que foi introduzido pelo latim pós-clássico<br />

e significa literalmente "atual" (<strong>de</strong> modo = agora),<br />

foi empregado pela Escolãstica a partir do<br />

séc. XIII para indicar a nova lógica terminista,<br />

<strong>de</strong>signada como via mo<strong>de</strong>rna em comparação<br />

com a via antiqua da lógica aristotélica. Esse<br />

termo também <strong>de</strong>signou o nominalismo, que<br />

está intimamente ligado à lógica terminista.<br />

Walter Burleigh diz: "Embora o universal não<br />

tenha existência fora da alma, como dizem os<br />

mo<strong>de</strong>rnos, etc." (Kxpositiosuperartem veterem,<br />

Venetiis, 1485, f. 59 r; PRAXTL, Ceschicbte <strong>de</strong>r<br />

Logik, III, pp. 255, 299, etc).<br />

No sentido histórico em que essa palavra é<br />

hoje empregada habitualmente, em que se fala<br />

<strong>de</strong> "<strong>filosofia</strong> mo<strong>de</strong>rna" neste dicionário, indica<br />

o período da história oci<strong>de</strong>ntal que começa <strong>de</strong>pois<br />

do Renascimento, a partir do séc. XVII. Do<br />

período M. costuma-se distinguir freqüentemente<br />

o "contemporâneo", que compreen<strong>de</strong><br />

os últimos <strong>de</strong>cênios.<br />

MODERNOS. V. ANTIGOS.<br />

MODIFICAÇÃO REPRODUTIVA (ai Reproduktive<br />

Modífikalion). Assim Husserl chamou<br />

as representações das coisas e das vivências<br />

que já nos foram dadas uma vez em<br />

suas modalida<strong>de</strong>s peculiares (I<strong>de</strong>en, I, § 44).<br />

MODO (gr. xpóicoç; lat. Modus, in. Mo<strong>de</strong>-, fr.<br />

Mo<strong>de</strong>; ai. Modus-, it. Modo). Com este termo foram<br />

<strong>de</strong>signadas:<br />

1 Q As diversas formas do ser predicativo (v.<br />

MODAI.IDADH).<br />

2" As <strong>de</strong>terminações não necessárias (ou<br />

não incluídas na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma coisa). O M.<br />

já era entendido pela lógica medieval nesse<br />

sentido (cf., p. ex., PHDKO HISPANO, Sunwi. log.,<br />

1.28). Foi retomado por Descartes, que enten<strong>de</strong>u<br />

por M. as qualida<strong>de</strong>s secundárias mutáveis<br />

das substâncias e as contrapôs aos atributos.<br />

que constituem as qualida<strong>de</strong>s permanentes ou<br />

necessárias. Descartes diz: "Já que não <strong>de</strong>vo<br />

conceber em Deus varieda<strong>de</strong> ou mudança<br />

alguma, digo que nele não há M. ou qualida<strong>de</strong>s,<br />

mas atributos; também nas coisas criadas,<br />

o que nelas encontra sempre constante,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!