22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

RESTRIÇÃO 856 RETÓRICA<br />

da<strong>de</strong> são outros três produtos do R. na vida<br />

mo<strong>de</strong>rna, segundo a concepção <strong>de</strong> Scheler. ( Uber<br />

Ressentiment, 1912; trad. fr., 1958). (Cf. R. K.<br />

MKRTON. Social Theory and Social Stnicture, Ied.,<br />

1957, pp. 155 ss.).<br />

RESTRIÇÃO (lat. Restrictio; in. Restrilion-.k.<br />

Restriction: ai. Restriktioir. it. Restrizione). A<br />

partir da lógica do séc. XIII, esse termo <strong>de</strong>signa<br />

a limitação da extensão ou <strong>de</strong>notação <strong>de</strong><br />

um lermo comum, <strong>de</strong> tal modo que ele se refira<br />

a um número menor <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong>signados<br />

(cf. Lamberto <strong>de</strong> Auxerre em PRANTL, Geschicbtc<br />

<strong>de</strong>r Logik, III, p. 31. n ü 130). Pedro Hispano distinguiu<br />

quatro espécies <strong>de</strong> R.: a que se faz<br />

com o nome, como quando se diz "homem<br />

branco", em que o termo homem não supòe<br />

(iion supponit pro) os negros; a que se faz<br />

per participío, como quando se diz "o homem<br />

discute correndo"; e a que se faz por<br />

implicação, como no caso "o homem, que 6<br />

branco, corre" (Summ. log., 11.02). O processo<br />

inverso 6 a ampliação ou extensão.<br />

Hamilton chamou <strong>de</strong> R. a relação <strong>de</strong> snbalternação<br />

(v.).<br />

RESTRIÇÃO MENTAL (lat. Reservei tio-, in.<br />

Reservalion-, fr. Restriction: ai. Reservatio)t. it.<br />

Ríserva). Um dos tópicos característicos da<br />

casuística católica do séc. XVII, bem como do<br />

probabilismo ou laxi.smo: a tese <strong>de</strong> que uma<br />

mentira <strong>de</strong>liberada não compromete quem a<br />

pronuncia e não é pecado. Na IX <strong>de</strong> suas Cartas<br />

provinciais (1656), Pascal fez uma crítica<br />

famosa a essa tese.<br />

RETIDÃO (gr. òp9óiT|Ç; K0ttóp6axiiç; Retiludo:<br />

in. Reclitucle-, fr. Redun<strong>de</strong>; ai. Recbllicbkeit;<br />

it. Rettitndine). Critério ou medida<br />

racional das coisas, ou seja, o princípio para<br />

julgá-las. Platão diz, por exemplo, que "a R. do<br />

nome é mostrar o que a coisa 6" ( Crat.. 428 e),<br />

enten<strong>de</strong>ndo que este é o critério para julgar<br />

acerca da justeza do nome. Com o mesmo sentido<br />

Aristóteles usa a expressão reta razão<br />

(ôp8òç^óyoç), i<strong>de</strong>ntificando-a com a sabedoria<br />

Et. nic, VI, 13, 1144 b 23). Mas foram sobretudo<br />

os estóicos que <strong>de</strong>ram significado técnico<br />

ao termo, ao <strong>de</strong>signarem com ele "a conveniência<br />

ou bem, que consiste em estar <strong>de</strong> acordo<br />

com a natureza" (CÍCKKO, De finibns. III. 14,<br />

45). Como o acordo com a natureza é o critério<br />

<strong>de</strong> avaliação, a R. não é senão esse critério. Com<br />

sentido análogo, Duns Scot chamou as proposições<br />

teológicas <strong>de</strong> rectitiulines. porquanto fornecem<br />

o conhecimento do reto comportamento<br />

do homem em face <strong>de</strong> Deus (Op. Ox., Prol.,<br />

q. 4, n. 31).<br />

Na <strong>filosofia</strong> contemporânea. Hei<strong>de</strong>gger contrapôs<br />

a R. à verda<strong>de</strong>, entendida como revelação<br />

do ser. Segundo Hei<strong>de</strong>gger, foi Platão<br />

quem introduziu o conceito <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> como<br />

R., ou seja. como critério do juízo humano,<br />

preparando assim o terreno para o nascimento<br />

do subjetivismo mo<strong>de</strong>rno ( Die Zeit <strong>de</strong>s Weltbil<strong>de</strong>s",<br />

em Ilolzwege, 1950, p. 84).<br />

RETÓRICA (in. Rheloric. fr. Rhétorique. ai.<br />

Rhetorik it. Retórica). Arte <strong>de</strong> persuadir com o<br />

uso <strong>de</strong> instrumentos lingüísticos. A R. foi a<br />

gran<strong>de</strong> invenção dos sofistas, e Górgias <strong>de</strong><br />

Leontinos foi um <strong>de</strong> seus fundadores (séc. V<br />

a.C). O diálogo <strong>de</strong> Platão intitulado Górgias<br />

insiste no caráter fundamental da R. sofista: sua<br />

in<strong>de</strong>pendência em relação á disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

provas ou <strong>de</strong> argumentos que produzam conhecimento<br />

real ou convicção racional. O objetivo<br />

da R. é "persuadir por meio <strong>de</strong> discursos<br />

os juizes nos tribunais, os conselheiros no conselho,<br />

os membros da assembléia na assembléia<br />

e em qualquer outra reunião pública"<br />

( Górg.. 452 e); portanto, o retórico é hábil "em<br />

falar contra todos e sobre qualquer assunto, <strong>de</strong><br />

tal modo que. para a maioria das pessoas, consegue<br />

ser mais persuasivo que qualquer outro<br />

com respeito ao que quiser" (Ibiel., 457 a). Assim<br />

entendida, a R. pareceu a Platão mais próxima<br />

da arte culinária que da medicina: mais<br />

apta a satisfazer o gosto do que a melhorar a<br />

pessoa (Ibid..

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!