22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

SUPEREROGATÓRIO 933 SUPERSTIÇÃO<br />

ma e absoluta" (Gescbicbte <strong>de</strong>r Fbilosophie. I,<br />

Intr.. A, 3. b). O i<strong>de</strong>alismo italiano entre guerras<br />

usou e abusou <strong>de</strong>sse termo.<br />

SUPEREROGATÓRIO (in. Supererogcito-<br />

>y). O que é feito ou dado sem estrita obrigação<br />

jurídica ou moral; trata-se <strong>de</strong> doação<br />

supérflua, portanto meritória. Hssa é uma possibilida<strong>de</strong><br />

que a moral kantiana excluiria, porque,<br />

segundo Kant. o homem está sempre em<br />

débito para com o <strong>de</strong>ver (Relíf>íon, II, I. o trad.<br />

it.. Durante, p. 6 7 ).<br />

SUPERESTRUTURA (in. Superslnicture, fr.<br />

Superstriicture, ai. Vberbau; it. Sopmstnttturcú.<br />

Termo empregado pelos marxistas para <strong>de</strong>signar<br />

a or<strong>de</strong>nação política e jurídica, liem como<br />

as i<strong>de</strong>ologias políticas, filosóficas, religiosas,<br />

etc. na medida em que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da estrutura<br />

econômica <strong>de</strong> dada fase da socieda<strong>de</strong>. Marx<br />

diz: "O conjunto <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> produção constitui<br />

a estrutura econômica da socieda<strong>de</strong>, ou<br />

seja, a base real sobre a qual se ergue a S. jurídica<br />

e política e à qual correspon<strong>de</strong>m formas<br />

<strong>de</strong>terminadas <strong>de</strong> consciência social. O modo<br />

<strong>de</strong> produção da vida material condiciona, em<br />

geral, o processo social, político e espiritual da<br />

vida" (Zur Kritik <strong>de</strong>r politischen Ôkouomie,<br />

1859, Pref.) (v. MATKRIAI.ISMO HISTÓRICO).<br />

Esse termo também foi empregado por N.<br />

Hartmann para indicar um estrato ou plano do<br />

ser no qual se conservem somente algumas<br />

das categorias do plano inferior; distinguirse-ia<br />

cia sobreformação (Uberfornumg) porque<br />

nesta se conservariam todas as categorias<br />

do plano inferior. Por ex., o plano psíquico<br />

seria uma S. em relação ao plano orgânico,<br />

porque nele é abandonada a categoria espaço,<br />

que ainda domina o ser orgânico. Assim,<br />

a diferença entre S. e sobreformação bloquearia<br />

o caminho para a concepção mecanicista<br />

da vida psíquica (Aujbau <strong>de</strong>r rocileu Weil,<br />

1940). Algumas vezes o termo <strong>de</strong> Hartmann<br />

é traduzido como sobreconstritçáo (it.. sopracoslruzioue)<br />

(ei. BAKONF., .Xicolai Harlmann.<br />

p. .3-12).<br />

SUPER-HOMEM (gr. Ú7l£pávep(úJT0Ç: in.<br />

Supermcni; fr. Surbomme, ai. Uhermeiisch; it.<br />

Supeniomo). O termo que se encontra em<br />

Luciano (Calciplits. 16) e que algumas vezes foi<br />

usado para <strong>de</strong>signar o homem-Deus (= Cristo;<br />

v. 1'. TASSO. I.ettere, V. 6). foi empregado antes<br />

por Ariosto (Orl. Fm:. 38. 62) para indicar uma<br />

humanida<strong>de</strong> extraordinária. Foi introduzido<br />

na Alemanha por Heinrich Miiller (Cleistliche<br />

Frbauu)ii>stii)i<strong>de</strong>u. 1664-66) e empregado por<br />

vários escritores do Romantismo alemão, inclusive<br />

por Goethe (Fausto, 1, Noite). Mas foi<br />

só com \ietzsche que esse termo assumiu significado<br />

filosófico e se tornou popular. O S. é<br />

a enearnaçâo da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> potência: "O homem<br />

<strong>de</strong>ve ser superado. O S. é o sentido da<br />

terra. (...) O homem é uma corda esticada entre<br />

o animal e o S.. uma corda sobre o abismo"<br />

(Also sprcicb /.aratbuslra, I. 3). O S. é a enearnaçâo<br />

cios valores vitais que Nietzsche contrapõe<br />

aos valores tradicionais; para Nietzsche. é<br />

o filósofo criador <strong>de</strong> valores, dominador e legislador,<br />

em oposição aos "operários da <strong>filosofia</strong>",<br />

que são os comumente consi<strong>de</strong>rados filósofos<br />

(Jeuseils rou Gut uuclBase, §211). Apesar<br />

<strong>de</strong> o conceito nietzschiano não ter nenhum significado<br />

político preciso, acabou servindo <strong>de</strong><br />

pretexto ao racismo e às concepções anti<strong>de</strong>mocráticas<br />

em política.<br />

SUPERIOR (lat. Superius-, in. Superior, fr.<br />

Supériem-, ai. Hõbei: it. Superioiv) 1. Km sentido<br />

lógico: mais extenso, que tem maior extensão<br />

ou <strong>de</strong>notaçâo. Nesse sentido, fala-se <strong>de</strong><br />

"gênero S.". <strong>de</strong> "conceito S." ou, em geral, <strong>de</strong><br />

"termo S.". Este uso remonta â lógica terminista<br />

do séc. XIV (PF.ORO HISPANO, Sunim. log., 2.08;<br />

3.02: 12.13; cf. PRAYII. Gcscbichte <strong>de</strong>r Loi>ik.<br />

IV, p. 49).<br />

2. O que pertence a uma fase mais avançada<br />

da evolução biológica: nesse sentido, fala-se <strong>de</strong><br />

"espécies S." ou "animais superiores".<br />

3. O que pertence â esfera das funções<br />

espirituais ou simbólicas do homem. Nesse<br />

sentido fala-se em "funções S." ou "interesses<br />

superiores".<br />

4. Aquilo a que, em algum sentido, se<br />

atribui grau mais elevado <strong>de</strong> dignida<strong>de</strong> ou<br />

valor; p. ex. "homem S." ou "formas superiores<br />

<strong>de</strong> arte ".<br />

SUPERSTIÇÃO (gr. Seioiôoauovíot; lat. SIIperstitio;<br />

in. Superstitiou; fr. Superstitiou; ai.<br />

Aberglaube. it. Superstizíoue). Excesso ou aberrações<br />

da religião, ou então a forma <strong>de</strong> religião<br />

cie que não se compartilha. Eoi Cícero quem<br />

<strong>de</strong>finiu a S. no primeiro sentido: "Não só os filósofos<br />

mas também os nossos antepassados<br />

distinguiram a S. da religião: aqueles que rezavam<br />

o dia inteiro e imolavam vítimas para que<br />

os filhos sobrevivessem [lat. sitpersles. superstitis<br />

- sobrevivente] foram chamados <strong>de</strong><br />

supersticiosos, e <strong>de</strong>pois essa palavra ganhou<br />

significado mais extenso" (Do nat. tleor.. II, 28,<br />

71- 7 2). Essa <strong>de</strong>finição foi repetida substancialmente<br />

por S. Tomás: "A S. é o vício que, por

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!