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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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RAIZ «24 RAZÃO<br />

ia entre o fim do séc. XVIII e a primeira meta<strong>de</strong><br />

do séc. XIX; seus expoentes foram Jeremias<br />

Bentham (1748-1832), James Mill (1773-1836)<br />

e John Stuart Mill (1806-1873). Esta corrente<br />

valeu-se do positivismo filosófico, do utilitarismo<br />

moral e das doutrinas econômicas <strong>de</strong> Malthus<br />

e Ricardo para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r reformas "radicais"<br />

na organização do Estado e no sistema <strong>de</strong><br />

distribuição das riquezas (v. LIBERALISMO).<br />

2. Mais genericamente, esse termo 6 hoje<br />

usado para <strong>de</strong>signar qualquer tendência filosófica<br />

ou política que proponha a renovação radical<br />

dos sistemas vigentes, representada pela<br />

transformação dos princípios nos quais se<br />

apoiem os sistemas <strong>de</strong> crenças ou as instituições<br />

tradicionais.<br />

RAIZ (gr. p\C,(ü\xa; in. Root; fr. Racine-, ai.<br />

Wnrzel, it. Radico). Termo com que. na linguagem<br />

filosófica, se <strong>de</strong>signa freqüentemente um<br />

princípio primeiro ou um elemento último.<br />

Empédo<strong>de</strong>s chamou <strong>de</strong> R. os quatro elementos<br />

(água, ar, terra e fogo) que compõem as coisas<br />

(Fr. 6, Diels); a partir daí, os filósofos utilizaram<br />

freqüentemente esse termo para indicar<br />

elementos ou princípios. Schopenhauer, p. ex.,<br />

<strong>de</strong>u a uma <strong>de</strong> suas dissertações o título <strong>de</strong> Sobre<br />

a raiz quádrupla do princípio <strong>de</strong> razão<br />

suficiente (1813), razão porque o adjetivo radical<br />

passou a indicar o que diz respeito a um princípio<br />

ou constitui um princípio. Kant <strong>de</strong>u o nome<br />

<strong>de</strong> "mal radical" à tendência do homem para o<br />

mal, inerente ã sua estrutura moral (cf. Religion,<br />

cap. I). Hoje, chama-se <strong>de</strong> radical a análise<br />

que remonte aos princípios ou ás primeiras<br />

origens. Husserl, p. ex., insistia na raclicalida<strong>de</strong><br />

da <strong>filosofia</strong> como ciência dos verda<strong>de</strong>iros princípios<br />

e das primeiras origens: "A ciência do<br />

que é radical <strong>de</strong>ve ser radical também em seu<br />

método e sob tods os aspectos" (Phil. a!sstreiif>e<br />

Wissenscbaft, 1911; trad. it., p. 83).<br />

RAMIFICADA, TEORIA DOS TIPOS. V.<br />

ANTINOMIA.<br />

RAZÃO (gr. Àóyoç ; lat. Ralio, in. Reasoir, fr.<br />

Raison; ai. Vem i ti ift; it. Racione). Esse termo<br />

tem os seguintes significados fundamentais:<br />

l y Referencial <strong>de</strong> orientação do homem em<br />

todos os campos em que seja possível a indagação<br />

ou a investigação. Nesse sentido, dizemos<br />

que a R. é uma "faculda<strong>de</strong>" própria do homem,<br />

que o distingue dos animais.<br />

2" Fundamento ou R. <strong>de</strong> ser. Visto que a R.<br />

<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> uma coisa é sua essência necessária<br />

ou substância expressa na <strong>de</strong>finição, assume-se<br />

ás vezes por "R.'" a própria substância ou a sua<br />

<strong>de</strong>finição. Este é um significado freqüente na<br />

<strong>filosofia</strong> aristotélica ou nas correntes nela inspiradas.<br />

Quanto a isso, v. ESSÊNCIA; FINDAMKNTO;<br />

FORMA; St INSTÂNCIA.<br />

3 Ü Argumento ou prova. Nesse sentido dizemos:<br />

"Ele expôs suas R." ou "É preciso ouvir as<br />

R. do adversário". A esse significado refere-se<br />

também a expressão "Ter R.", que significa ter<br />

argumentos ou provas suficientes, portanto,<br />

estar com a verda<strong>de</strong>. Quanto a esse significado<br />

v. ARGUMKNTO; PROVA.<br />

4" Relação, no sentido matemático. Nesse<br />

sentido fala-se também em "R. direta" ou "R.<br />

inversa" (em inglês o termo empregado nesse<br />

caso é rathi). Quanto a esse significado, v. RE-<br />

LAÇÀO.<br />

No significado <strong>de</strong> referencial da conduta humana<br />

no mundo, a R. po<strong>de</strong> ser entendida em<br />

dois significados subordinados: A) como faculda<strong>de</strong><br />

orientadora geral; B) como procedimento<br />

específico <strong>de</strong> conhecimento.<br />

A) Este é o sentido fundamental, do qual a<br />

palavra extraiu a potência <strong>de</strong> significado que a<br />

transformou, há séculos, no emblema da livre<br />

investigação. A R. é a força que liberta dos<br />

preconceitos, do mito, das opiniões enraizadas<br />

mas falsas e das aparências, permitindo estabelecer<br />

um critério universal ou comum para a<br />

conduta do homem em todos os campos. Por<br />

outro lado, como orientador tipicamente humano,<br />

a R. é a força que possibilita a libertação<br />

dos apetites que o homem tem em comum<br />

com os animais, submetendo-os a controle e<br />

mantendo-os na justa medida. Esta é a dupla<br />

função atribuída à R. <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios da <strong>filosofia</strong><br />

oci<strong>de</strong>ntal. A polêmica <strong>de</strong> Heráclito e<br />

Parmêni<strong>de</strong>s contra as opiniões da maioria, ou<br />

seja. contra as crenças discordantes e ilusórias<br />

aceitas pela maioria, foi assestada em nome da<br />

R., que <strong>de</strong>ve ser o único critério orientador <strong>de</strong><br />

todos os homens. Heráclito diz: "E preciso seguir<br />

o que é universal, comum a todos; e só a<br />

R. é universal. No entanto, a maioria vive como<br />

se cada um tivesse uma mente particular" (Fr.<br />

2, Diels). E Parmêni<strong>de</strong>s: "Afasta o pensamento<br />

<strong>de</strong>ssa via <strong>de</strong> investigação e não permitas que te<br />

levem para ela o costume <strong>de</strong> guiar-se por um<br />

olho que não vê, por um ouvido que ressoa,<br />

pela palavra: em lugar disso, julga com a R,"<br />

(Fr. 1, 33-37, Diels). Platão e Aristóteles, por<br />

outro lado, opõem a R. â sensibilida<strong>de</strong>, queé<br />

fonte das cwnçj^ comuns (PLATÃO. /Wm 83a:<br />

ARISTÓTKI.IÍS, Mel., 1,1, 980 b 26), e aos apetites<br />

que o homem tem em comum com os animais

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