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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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PARALELISMO PSICOFISICO 743 PARA SI<br />

cognoscente e a verda<strong>de</strong> eterna" (Diário. VII,<br />

A 11).<br />

PARALELISMO PSICOFISICO (in. Psycbophysical<br />

parallelism; fr. ParaHelisme psycbophysique:<br />

ai. Psycho-physíscher Parallelismus;<br />

it. Parallelism o psicofisico). Esta expressão<br />

foi inventada por Fechner (Zei ida resta.<br />

II. p. 141), para <strong>de</strong>signar a doutrina segundo a<br />

qual os eventos psíquicos e os físicos constituem<br />

duas séries paralelas, que não agem uns sobre<br />

os outros, mas são causalmente <strong>de</strong>terminados<br />

somente pelos eventos homogêneos: os<br />

mentais pelos mentais, e os físicos pelos físicos.<br />

Essa doutrina era sugerida pela exigência<br />

(ou pelo <strong>de</strong>sejo) <strong>de</strong> não submeter os eventos<br />

mentais à causalida<strong>de</strong> dos eventos físicos e<br />

pela impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar estes últimos<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos primeiros. Durante várias<br />

décadas, serviu <strong>de</strong> hipótese <strong>de</strong> trabalho<br />

para a psicologia experimental, em sua fase<br />

inicial <strong>de</strong> organização como ciência autônoma<br />

ou relativamente autônoma (v. PSICOLOGIA). Foi,<br />

portanto, admitida e adotada por aqueles que<br />

contribuíram para os primeiros passos <strong>de</strong>ssa<br />

ciência, em particular por Wundt. Kste enten<strong>de</strong>u<br />

como "princípio do P. psicoíísico" o princípio<br />

<strong>de</strong> que "todos os conteúdos empíricos que<br />

pertencem simultaneamente à esfera <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração<br />

mediata ou científica e à imediata ou<br />

psicológica estão em relação recíproca, porquanto<br />

cada evento elementar do campo psíquico<br />

exprime um evento correspon<strong>de</strong>nte no<br />

campo físico" (System <strong>de</strong>r Philosophie, 2- ed.,<br />

1897, p. 602). Essa doutrina contrapunha-se,<br />

por um lado, ao monismoiw), que ten<strong>de</strong> a reduzir<br />

os eventos mentais a eventos físicos ou,<br />

pelo menos, a submeter os eventos mentais à<br />

causalida<strong>de</strong> dos eventos físicos, e, por otitro<br />

lado, ao espiritualismo (v.), que consiste na<br />

tentativa simetricamente oposta. Por isso, foi<br />

bem aceita como hipótese <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> investigações<br />

que não queriam ancorar a sua valida<strong>de</strong><br />

em nenhuma metafísica.<br />

No período em que a doutrina do P. constituiu<br />

o pressuposto da psicologia experimental<br />

e foi tema <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> discussões<br />

entre psicólogos e entre filósofos, alguns procuraram<br />

ligá-la a ilustres prece<strong>de</strong>ntes históricos;<br />

o mais óbvio <strong>de</strong>sses prece<strong>de</strong>ntes era sem<br />

dúvida a metafísica <strong>de</strong> Spinoza. Spinoza, com<br />

efeito, dissera que "um modo da extensão e a<br />

idéia <strong>de</strong>sse modo são uma e mesma coisa,<br />

expressa <strong>de</strong> duas maneiras" (Et., II, VII, Schol.),<br />

e negara a interferência da causalida<strong>de</strong> da ex-<br />

tensão e da causalida<strong>de</strong> do pensamento, afirmando<br />

que a causa <strong>de</strong> um pensamento é sempre<br />

um pensamento e que a causa <strong>de</strong> tini<br />

corpo é sempre um corpo (Ibid., III, 2), enquanto<br />

a or<strong>de</strong>m e a concatenação das coisas<br />

são sempre as mesmas (Ibid., III, 2, Schol.). Estas<br />

afirmações podiam ser interpretadas como<br />

expressão da doutrina do P., embora a intenção<br />

cie Spinoza não fosse afirmar a in<strong>de</strong>pendência<br />

causai recíproca entre fatos físicos e mentais,<br />

mas sim a sua subordinação comum à causalida<strong>de</strong><br />

direta <strong>de</strong> Deus. A doutrina <strong>de</strong> Spinoza na<br />

verda<strong>de</strong> não é um P., mas um monismo<br />

panteísta. Aliás, a doutrina cio P. não <strong>de</strong>ve seus<br />

sucessos à sua valida<strong>de</strong> metafísica, mas, ao<br />

contrário, á limitação do compromisso metafísico<br />

que ela implicava, po<strong>de</strong>ndo ser aceita<br />

como hipótese <strong>de</strong> trabalho in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

da crença monista ou espiritualista, não excluindo<br />

nem uma, nem outra. Quando a psicologia<br />

abandonou essa doutrina, ela caiu em<br />

<strong>de</strong>suso e <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser tema vivo cie discussão<br />

(v. PSICOLOGIA).<br />

PARALOGISMO (gr. JiapaÀoyiOM.óç; in.<br />

Paralogism; fr. Paralogisme; ai. Paralogismus-,<br />

it. Paralogismo). De Aristóteles (Kl. sof.. passim)<br />

em diante este termo é usado para indicar<br />

um silogismo ou qualquer argumento formalmente<br />

falso (v. também FALÁCIA). Fm Kant. "P.<br />

da Razão pura" <strong>de</strong>signa a falsa argumentação<br />

da psicologia racional, que se ilu<strong>de</strong> achando<br />

que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>duzir do simples "eu penso" <strong>de</strong>terminações<br />

materiais, mas a príori. do conceito<br />

(idéia) <strong>de</strong> "alma". G. P.<br />

PARAPSICOLOGIA. V. IYIKTAP.SÍQUCA.<br />

PARA SI (in. Being for self; fr. Pour sai: ai.<br />

Für-sich seiii; it. Fssere per se) O significado<br />

fundamental <strong>de</strong>ste termo é atribuído por Hegel:<br />

ser atual ou real (em contraposição a em si<br />

[v.|, ser possível), portanto ser que se <strong>de</strong>senvolveu<br />

através da reflexão e da consciência. Hegel<br />

diz: "Dizemos que é para si aquilo que suprime<br />

o ser outra coisa, a sua relação e a sua participação<br />

com outra coisa, ou seja, aquilo que<br />

rejeita a outra coisa e abstrai <strong>de</strong>la. (...) A<br />

consciência já contém em si, como tal, a <strong>de</strong>terminação<br />

do ser para si porquanto se representa<br />

o objeto por ela mesma sentido, intuído, etc,<br />

porquanto tem em si o conteúdo <strong>de</strong>sse objeto.<br />

(...) Mas a consciência <strong>de</strong> si é o ser para si acabado<br />

e posto, visto que nela o referir-se a outra<br />

coisa, a um objeto externo, está superado"<br />

(Wissenschaft <strong>de</strong>r Logik. I, 3, A; trad. it., I, pp.<br />

173-74). Neste sentido, a consciência é para si

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