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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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EXATO 397 EXEMPUFICAÇÃO<br />

históricas, sociológicas, morais, etc. Essa crença,<br />

porém, não é corroborada por nada, e no único<br />

domínio em que a teoria da evolução é corroborada<br />

por provas <strong>de</strong> fato, o biológico, a evolução<br />

per<strong>de</strong>u justamente os caracteres que os filósofos<br />

mais <strong>de</strong>monstraram apreciar: unida<strong>de</strong>, continuida<strong>de</strong>,<br />

necessida<strong>de</strong> e progresso. Nenhum <strong>de</strong>sses<br />

caracteres é hoje aceito no contexto da evolução<br />

biológica. Portanto, a hipótese <strong>de</strong> que a realida<strong>de</strong><br />

constitui um processo integrado por<br />

esses caracteres não é confirmada pelos conhecimentos<br />

científicos e <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada simples<br />

hipótese metafísica, não possível <strong>de</strong> verificação,<br />

ainda que indireta. No entanto, essa<br />

hipótese continua a gozar <strong>de</strong> certo prestígio junto<br />

a cientistas-filósofos. Assim, Teilhard <strong>de</strong> Chardin<br />

reconheceu na evolução o postulado geral<br />

ao qual <strong>de</strong>vem a<strong>de</strong>quar-se teorias, hipóteses ou<br />

sistemas; conseqüentemente, consi<strong>de</strong>rou a evolução<br />

da substância viva espalhada pela terra<br />

como a <strong>de</strong> um único organismo gigantesco. O<br />

termo final da evolução seria um "Ponto Omega",<br />

uma "Superconsciência Universal" formada<br />

pela pluralida<strong>de</strong> unificada <strong>de</strong> pensamentos<br />

individuais que se combinam e reforçam no<br />

ato do Pensamento unânime (Le phenomène<br />

humain, 1955). Em especulações semelhantes é<br />

evi<strong>de</strong>nte o caráter metafísico da evolução<br />

EXATO (in. Exact; fr. Exact; ai. Exakt; it.<br />

Esattó). Assim é qualificado o procedimento<br />

(ou operação) no qual se reduza ao mínimo a<br />

probabilida<strong>de</strong> ou margem <strong>de</strong> erro que a situação<br />

comporta. Nesse sentido, diz-se que é E.<br />

a medida que tem um grau suficiente <strong>de</strong><br />

aproximação (isto é, um mínimo <strong>de</strong> erro) ou<br />

uma previsão que tenha sido suficientemente<br />

verificada pelos fatos. Em geral, a exatidão nesse<br />

sentido é garantida pela observância das<br />

normas técnicas que orientam o uso dos procedimentos<br />

válidos em dado campo: assim, diz-se<br />

que é E. todo procedimento realizado em<br />

conformida<strong>de</strong> com sua própria técnica. As<br />

ciências "E." são as que se valem exclusivamente<br />

<strong>de</strong> tais procedimentos.<br />

EXCEÇÃO (in. Exception; fr. Exception; ai.<br />

Ausnahme, it. Eccezioné). 1. Apesar <strong>de</strong> se encontrarem<br />

na Antigüida<strong>de</strong> alguns vestígios <strong>de</strong><br />

uma ética da E., como a expressa por Cálicles<br />

em Górgías e por Trasímaco em A República<br />

<strong>de</strong> Platão, ou seja, <strong>de</strong> uma ética que não vale<br />

para "a maioria" (oi polloi), é só na <strong>filosofia</strong><br />

contemporânea que o caráter da "excepcionalida<strong>de</strong>"<br />

assume não só importância moral ou<br />

religiosa, mas também ontológica e metafísica.<br />

Esse foi um tema introduzido por Kierkegaard<br />

e por Nietzsche; em Temor e tremor, o primeiro<br />

insistiu no caráter <strong>de</strong> "E. justificada" que o<br />

eleito <strong>de</strong> Deus representa em relação à lei moral<br />

(como é o caso <strong>de</strong> Abraão); o segundo<br />

insistiu no caráter <strong>de</strong> excepcionalida<strong>de</strong> do<br />

super-homem, a quem a "vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> potência"<br />

confere um <strong>de</strong>stino que foge a qualquer regra.<br />

Dos existencialistas, foi Jaspers quem insistiu<br />

na "excepcionalida<strong>de</strong> da existência", que é sempre<br />

individual, singular, inconfundível e, por<br />

isso, não po<strong>de</strong> tornar-se objetiva e submeterse<br />

a limites ou normas (PM., II, 1932, p. 360).<br />

2. Em significado lógico, v. QUANTIFICAÇÃO<br />

DO PREDICADO.<br />

EXCEPTIVA, PROPOSIÇÃO (fr Proposition<br />

exceptive, it. Proposizione eccettuativa).<br />

A Lógica <strong>de</strong> Port-Royal <strong>de</strong>u esse nome à proposição<br />

"que afirma uma coisa sobre um sujeito,<br />

salvo <strong>de</strong> uma parte <strong>de</strong>le"; p. ex.: "Segundo os<br />

estóicos, todos os homens são loucos, salvo os<br />

sábios" (ARNAULD, Log,, II, 10, 2).<br />

EXCLUSIVA, PROPOSIÇÃO (fr Proposition<br />

exclusive). A Lógica <strong>de</strong> Port-Royal <strong>de</strong>u esse<br />

nome à proposição que afirma que um atributo<br />

convém a um e a um só sujeito; p. ex. "A<br />

virtu<strong>de</strong> é a única nobreza" (ARNAULD, Log., II,<br />

10, 1).<br />

EXEMPLAR (in. Exemplary, fr. Exemplaire,<br />

ai. Exemplarisch; it. Esemplaré). O que funciona<br />

como mo<strong>de</strong>lo ou arquétipo, no sentido <strong>de</strong><br />

ser objeto <strong>de</strong> imitação e, portanto, causa formal<br />

ou i<strong>de</strong>al daquilo que a imitação produz. Algumas<br />

vezes as idéias <strong>de</strong> Platão foram chamadas<br />

<strong>de</strong> causas exemplares, pela forma <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong><br />

que lhes é atribuída enquanto mo<strong>de</strong>los.<br />

Kant observou que alguns produtos do gosto<br />

valem como exemplares. "Por aí se vê que o<br />

mo<strong>de</strong>lo supremo, o protótipo do gosto, é uma<br />

simples idéia que cada um <strong>de</strong>ve extrair <strong>de</strong> si<br />

mesmo e segundo a qual <strong>de</strong>ve julgar tudo o<br />

que é objeto <strong>de</strong> gosto" (Crit. do Juízo, % 17).<br />

EXEMPLARISMO (in. Exemplarism- fr.<br />

Exemplarisme, ai. Exemplarismus; it. Esemplarismò).<br />

Doutrina segundo a qual as coisas e<br />

os seres do mundo são imagens ou cópias <strong>de</strong><br />

exemplares ou arquétipos que constituem o<br />

"mundo inteligível" ou que subsistem na mente<br />

divina. É uma doutrina que se acha no platonismo,<br />

no neoplatonismo, em S. Agostinho e<br />

na Escolástica.<br />

EXEMPLIFICAÇÃO (in. Exemplification;<br />

ai. Exemplifizierung; it. Esemplificazioné). Em

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