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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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POSIÇÃO POSITIVISMO<br />

4" Diz-se por si o que não tem, ou do qual<br />

não se consi<strong>de</strong>ra, uma coisa externa. Neste<br />

sentido, o homem é por si enquanto homem,<br />

ou seja, porque sua causa é sua própria substância,<br />

e não porque ele é animal, bípe<strong>de</strong>, etc;<br />

5 Q Diz-se que é por si a coisa que é o que a<br />

ela pertence propriamente ou que pertence somente<br />

a ela. Neste sentido, po<strong>de</strong>-se dizer que<br />

a alma pensa por si.<br />

Estes cinco significados na realida<strong>de</strong> são todos<br />

integráveis no primeiro, segundo o qual se<br />

diz que é por si a coisa que existe em virtu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sua substância. Com efeito, o 2- significado<br />

refere-se às partes da substância; o 3 Q significado<br />

refere-se às qualida<strong>de</strong>s ou <strong>de</strong>terminações<br />

que <strong>de</strong>rivam da substância; o 4 Q e o 5 S significados<br />

referem-se à causalida<strong>de</strong> própria da substância.<br />

O significado fundamental ou genérico,<br />

segundo o qual é por si o que é em virtu<strong>de</strong> da<br />

sua substância, é o mais freqüente na história<br />

da <strong>filosofia</strong>. Este é, p. ex., o significado da expressão<br />

atribuída a S. Tomás <strong>de</strong> Aquino ou a Duns<br />

Scot. S. Tomás <strong>de</strong> Aquino afirma que "Deus é<br />

o próprio ser subsistente por si" (S. Tb., I, q. 44.<br />

a. 1), visto que o ser pertence à essência ou<br />

substância <strong>de</strong> Deus (Ibid., 1, q. 3. a. 4), e que a<br />

alma não po<strong>de</strong> corromper-se porque é "forma<br />

subsistente por si" (Ibid., I, q. 75, a. 6). Duns<br />

Scot reserva o ser por si à forma total e perfeita<br />

que compreen<strong>de</strong> todas as partes, mas que não<br />

é parte (Quodi, q. 9, n. 17). Ambos os filósofos<br />

<strong>de</strong>signam, portanto, como por si o ser substancial,<br />

apesar <strong>de</strong> Duns Scot restringir o significado<br />

mais que S. Tomás <strong>de</strong> Aquino.<br />

POSIÇÃO (gr. 6ÉOIÇ; lat. Positio; in. Posit; fr.<br />

Position; ai. Setzung, Position; it. Posizione). 1.<br />

Assunção não <strong>de</strong>monstrada; 1° da premissa <strong>de</strong><br />

um raciocínio; 2" da existência <strong>de</strong> alguma coisa.<br />

l y No primeiro sentido, o termo é constantemente<br />

usado por Aristóteles (cf. An.post., I, 2,<br />

72 a 15) e por toda a tradição lógica mesmo<br />

recente, na qual às vezes é explicitamente<br />

re<strong>de</strong>finido (cf. H. RKICHF.NHACH, The Rise of<br />

Scientific Philosophy, 1951, p. 240).<br />

2- Kant foi o primeiro a distinguir P. relativa,<br />

que é o reconhecimento do ser predicativo<br />

(ser expresso pela cópula) que põe em relaçào<br />

duas <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> uma coisa, e a P. absoluta,<br />

que é o reconhecimento da existência da<br />

coisa. Kant dizia: "Em um existente, nada é<br />

posto além do que já está no puro possível (trata-se<br />

com efeito <strong>de</strong> seus predicados), mas através<br />

<strong>de</strong> um existente é posto algo mais que um<br />

puro possível, porque se trata da P. absoluta da<br />

mesma coisa" (Der einzig mógliche Beweisgmnd<br />

zit einer Demonstration <strong>de</strong>s Daseins<br />

Gottes, 1763, § 3). Para Kant, a P. é o reconhecimento<br />

(empírico) <strong>de</strong> uma existência.<br />

No i<strong>de</strong>alismo romântico, a partir <strong>de</strong> Fichte, a P.<br />

foi entendida como criação. Diz Fichte: "Aquilo<br />

cujo ser (ou essência) consiste apenas em pôrse<br />

como existente é o Eu como sujeito absoluto.<br />

Porque se põe, é; e porque é, põe-se"<br />

(Wíssenschaftslehre, 1794, § 1). O conceito <strong>de</strong><br />

P., neste sentido, não se distingue do <strong>de</strong> criação.<br />

Volta a distinguir-se <strong>de</strong> criação em Husserl,<br />

para quem a P. é a afirmação da existência do<br />

objeto intencional. Ele distinguiu P. atual, que<br />

se tem quando o objeto intencional está presente,<br />

da P. potencial, que se tem quando ele<br />

não está presente (I<strong>de</strong>en, I, § 113). Husserl usa<br />

também o termo posicionalida<strong>de</strong> (alemão<br />

Posítionalitãt) para indicar em geral o caráter,<br />

comum a todas as vivências, <strong>de</strong> pôr o objeto<br />

intencional (como existente, <strong>de</strong>sejado, ou pretendido,<br />

etc). Às vezes são chamados <strong>de</strong> P. os<br />

próprios objetos físicos não <strong>de</strong>finíveis em termos<br />

<strong>de</strong> experiência, mas reconhecidos como<br />

existentes apenas como intermediários úteis<br />

entre a experiência e a linguagem (QUINE, From<br />

a Logical Point of View, II, 6).<br />

2. Na lógica terminista medieval, uma obrigação^-.),<br />

mais precisamente a que consiste<br />

em sustentar uma proposição como verda<strong>de</strong>ira<br />

(Ockham, Summa log., III, III, 40).<br />

POSITIVISMO (in. Positivism- fr. Pasitivisme,<br />

ai. Positivismus; it. Positivismo). Este termo<br />

foi empregado pela primeira vez por Saint-<br />

Simon, para <strong>de</strong>signar o método exato das ciências<br />

e sua extensão para a <strong>filosofia</strong> (De Ia religion<br />

Saint-Simonienne, 1830, p. 3). Foi adotado<br />

por Augusto Comte para a sua <strong>filosofia</strong> e,<br />

graças a ele, passou a ciesignar uma gran<strong>de</strong><br />

corrente filosófica que, na segunda meta<strong>de</strong> do<br />

séc. XIX, teve numerosíssimas e variadas manifestações<br />

em todos os países do mundo oci<strong>de</strong>ntal.<br />

A característica do P. é a romantizaçào<br />

da ciência, sua <strong>de</strong>voção como único guia da<br />

vida individual e social do homem, único conhecimento,<br />

única moral, única religião possível.<br />

Como Romantismo em ciência, o P. acompanha<br />

e estimula o nascimento e a afirmação<br />

da organização técnico-industrial da socieda<strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>rna e expressa a exaltação otimista que<br />

acompanhou a origem do industrialismo. É<br />

possível distinguir duas formas históricas fundamentais<br />

do P.: o P. social <strong>de</strong> Saint-Simon,<br />

Comte e John Stuart Mill, nascido da exigência

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