22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

SIGNIFICAÇÃO ou SIGNIFICADO 890 SIGNIFICAÇÃO ou SIGNIFICADO<br />

tre os indivíduos humanos, mas faz-se a distinção<br />

entre essa diferença e a exigência <strong>de</strong> parida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> direitos, baseada no reconhecimento<br />

<strong>de</strong> que as funções subordinadas atribuídas ã<br />

mulher, na maior parte das socieda<strong>de</strong>s conhecidas,<br />

6 um produto cultural, para o qual pouco<br />

ou nada contribui a diíerença entre as funções<br />

biológicas.<br />

SIGNIFICAÇÃO ou SIGNIFICADO (gr XZKxóv:<br />

lat. Significaiio; in. Meaning; fr. Signification;<br />

ai. Be<strong>de</strong>utung; it. Significato). Knten<strong>de</strong>se<br />

por este termo a dimensão semântica do<br />

procedimento semiológico, ou seja. a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um signo referir-se a seu objeto. Os aspectos<br />

(ou condições) fundamentais do S. são<br />

dois: 1" uni nome, um conceito ou uma essênria<br />

Ip. i_ v x., "Mussandio MMY/.OTIÍ". "homem",<br />

"autor <strong>de</strong> Os noiros"), usados com a finalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>limitar e orientar a referência: 2" o objeto<br />

(p. ex., respectivamente, Alessandro Manzoni,<br />

os homens, Alessandro Manzoni), ao qual o<br />

nome, o conceito ou a essência se referem. Os<br />

dois aspectos são inseparáveis; o segundo é<br />

fuuçào do primeiro porque é o nome ou conceito<br />

que <strong>de</strong>termina a que objeto se faz ou<br />

não referência. Mas os dois aspectos não se<br />

i<strong>de</strong>ntificam porque o objeto po<strong>de</strong> ser o mesmo,<br />

ao passo que o nome ou conceito usado<br />

para a referência é diferente, como no caso <strong>de</strong><br />

"Alessandro Manzoni" e "autor <strong>de</strong> Os noiros",<br />

que se referem ao mesmo objeto, mas são nomes<br />

diferentes. Tampouco as <strong>de</strong>terminações<br />

que têm o mesmo objeto po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas<br />

equivalentes, porque não po<strong>de</strong>m ser substituídas<br />

umas pelas outras: p. ex.. perguntar<br />

se "Alessandro Manzoni é o autor <strong>de</strong> Os noivos"<br />

não é o mesmo que perguntar "se Alessandro<br />

Manzoni é Alessandro Manzoni". A diferença<br />

entre os dois aspectos do S. (ou a relação<br />

entre eles) constitui a base dos problemas<br />

aos quais esse termo <strong>de</strong>u origem e das diferentes<br />

<strong>de</strong>finições que ele recebeu.<br />

Os estóicos, que fundaram a doutrina da S.,<br />

reconheceram ambos os aspectos. "São três os<br />

elementos que se inter-relacionam: o S., aquilo<br />

que. significa e aquilo que é. O que significa é a<br />

palavra, como p. ex. "Díon'. O S. é a coisa indicada<br />

pela palavra, que nós apreen<strong>de</strong>mos ao<br />

pensarmos na coisa correspon<strong>de</strong>nte. Aquilo<br />

que é, ê o sujeito exterior, como p. ex. o próprio<br />

Díon" (SKXTO KMTÍRICO, Ac/r matb., VIII,<br />

12). Mais precisamente, para eles S. 6 uma "representação<br />

racional, graças ã qual é possível<br />

expor por meio <strong>de</strong> um discurso aquilo que é<br />

representado" (Ibki, VIII, 70; DiÓG. L, VII, 63).<br />

Nestas observações, os dois aspectos do S. são<br />

chamados respectivamente <strong>de</strong> "palavra", ou<br />

"representação racional", e "aquilo que 6", ou<br />

"sujeito". "Aquilo que 6", ou "sujeito", é o S.<br />

como objeto; a "palavra", ou "representação<br />

racional", é o S. como nome, conceito ou<br />

essência. Os estóicos reservam especialmente<br />

a este último aspecto o nome cie S.; nisso, são<br />

seguidos (como veremos) por alguns autores<br />

mo<strong>de</strong>rnos. Na lógica medieval, a distinção<br />

entre os dois aspectos foi expressa como clislinção<br />

entre "significação" e "suposição". Pedro<br />

Hispano diz: "A suposição e a significação diferem<br />

porque a significação é feita por meio da<br />

imposição <strong>de</strong> uma palavra para significar um<br />

oV>}vto, mvts 'A suyyosiçÀo v \\ acepvàv* *-k; um \tvmc><br />

já significante para alguma outra coisa,<br />

como, p. ex.. quando se diz 'o homem corre',<br />

e o termo 'o homem' está no lugar <strong>de</strong> Sócrates<br />

e no lugar cie Platão. Portanto, a significação<br />

prece<strong>de</strong> a suposição, e as duas coisas não são<br />

idênticas porque signilicar é próprio da palavra,<br />

e a suposição é própria cio termo que já é<br />

composto <strong>de</strong> palavra e significado" (Sumiu,<br />

log.. 6.03). Aqui, enten<strong>de</strong>-se por significatioo<br />

mesmo que os estóicos entendiam por lékton:<br />

o conceito ou a representação usada para a referência<br />

objetiva, ao passo que a própria referência<br />

objetiva 6 <strong>de</strong>signada como suppositio.<br />

Mus, além das idéias dos estóicos, essa doutrina<br />

inclui a separação dos dois aspectos do S.,<br />

atribuindo o primeiro aos termos tomados isoladamente,<br />

o segundo aos conjuntos, ou seja.<br />

às proposições. Doutrina idêntica era exposta<br />

na Ida<strong>de</strong> Média por Ockham (Sutnma log., I,<br />

63), por Buridan (Sophismata, 2) e por Alberto<br />

da Saxônia (Lógica, II, I), ao passo que S. Tomás<br />

aludia a uma doutrina diferente apenas do<br />

ponto <strong>de</strong> vista terminológico, segundo a qual<br />

S. e suposição coinci<strong>de</strong>m nos termos particulares<br />

mas não nos gerais, para os quais S. 6<br />

essência (S. Th., I, q. 39, a. 4. no início).<br />

K na distinção entre os dois aspectos <strong>de</strong> S. que<br />

se baseia a distinção estabelecida pela lógica<br />

mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong> cunho tradicional entre os dois elementos<br />

do conceito, chamados ora <strong>de</strong> compreensão<br />

e extensão (v. COMPRIT.NSÀO), ora <strong>de</strong> intenção<br />

e extensão (v. INTKNSÀO), ora <strong>de</strong> conotação<br />

e olenotação (v. CONOTAÇÃO). O primeiro par <strong>de</strong><br />

termos foi introduzido pela Lógica <strong>de</strong> Port-Royal<br />

(I, 6): o segundo, por Leibniz (Nour. ess., IV, 17.<br />

§ 9); o terceiro, por Stuart Mill (Logic, I, 1, § 5). Este<br />

último propunha restringir o sentido <strong>de</strong> S. à

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!