22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

CLASSE ELEITA 147 COERÊNCIA<br />

CLASSE ELEITA. V. ELITE.<br />

CLÁSSICO (lat. Classicus; in. Classic; fr.<br />

Classique, ai. Klassische, it. Clássico). No latim<br />

tardio, esse adjetivo <strong>de</strong>signava o que é excelente<br />

em sua classe ou o que pertence a uma<br />

classe excelente (especialmente à classe militar).<br />

Aulo Gélio (Ato. Att, XIX, 8,15) contrapunha<br />

o escritor C. ao escritor "proletário" (proletaríus).<br />

Mas a difusão <strong>de</strong>ssa palavra para<br />

<strong>de</strong>signar um modo ou estilo excelente — e<br />

próprio dos antigos —, na arte e na vida, é <strong>de</strong>vida<br />

ao Romantismo, que gostava <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir-se<br />

e enten<strong>de</strong>r-se sempre em relação ao "classicismo".<br />

Segundo Hegel, o caráter clássico é<br />

<strong>de</strong>finido como a união total do conteúdo i<strong>de</strong>al<br />

com a forma sensível. O i<strong>de</strong>al da arte encontra<br />

na arte C. a sua realização perfeita: a forma<br />

sensível foi transfigurada, subtraída à finitu<strong>de</strong>,<br />

e inteiramente conformada à infinitu<strong>de</strong> do Conceito,<br />

isto é, do Espírito Autoconsciente. E isso<br />

acontece porque, na arte C, a Idéia infinita<br />

encontrou a forma i<strong>de</strong>al em que exprimir-se,<br />

isto é, a figura humana. Todavia, o <strong>de</strong>feito da<br />

arte C. é o <strong>de</strong> ser arte, arte na sua completitu<strong>de</strong>,<br />

mas nada mais. Em face <strong>de</strong>la, a arte românticocristã<br />

está em nível superior, pois nela a unida<strong>de</strong><br />

da natureza divina com a natureza humana<br />

(isto é, do infinito e do finito) torna-se autoconsciente<br />

e, por isso, não se exprime mais <strong>de</strong><br />

forma externa, mas sua expressão é interiorizada<br />

e espiritualizada. Na arte romântica, a<br />

beleza já não é física e exterior, mas puramente<br />

espiritual, porque é a beleza da interiorida<strong>de</strong><br />

como tal, da subjetivida<strong>de</strong> inifinita em si mesma<br />

(Vorlesungen über die Àsthetik, ed. Glockner,<br />

II, pp. 109 ss.). Dessas idéias <strong>de</strong> Hegel, repetidas<br />

<strong>de</strong> forma pouco diferente por numerosos<br />

escritores do período romântico, nasceu o i<strong>de</strong>al<br />

convencional do classicismo como medida, equilíbrio,<br />

serenida<strong>de</strong> e harmonia, contra o qual a<br />

distinção <strong>de</strong> Nietzsche entre espírito apolíneo<br />

e espírito dionisíaco (v. APOLÍNEO) representou<br />

a primeira reação. Cf. os artigos <strong>de</strong> Tatarkiewicz<br />

e outros na Revue Internationale <strong>de</strong> Philosophie,<br />

1958, 1 (n. 43).<br />

CLASSIFICAÇÃO (in. Classification; fr.<br />

Classification; ai. Klassification, it. Classifícazioné).<br />

Operação <strong>de</strong> repartir um conjunto <strong>de</strong><br />

objetos (quaisquer que sejam) em classes coor<strong>de</strong>nadas<br />

ou subordinadas, utilizando critérios<br />

oportunamente escolhidos. Como o conceito<br />

<strong>de</strong> classe é generalíssimo e compreen<strong>de</strong> todo<br />

e qualquer conceito sob o aspecto da extensão,<br />

a operação <strong>de</strong> C. é igualmente ge-<br />

neralíssima e po<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r qualquer<br />

procedimento <strong>de</strong> divisão, distinção, or<strong>de</strong>nação,<br />

coor<strong>de</strong>nação, hierarquização, etc. Por<br />

esse caráter generalíssimo que o torna pouco<br />

individualizável, já não recebe dos lógicos<br />

contemporâneos a atenção que recebia dos lógicos<br />

do séc. XIX (cf., p. ex., STUART MILL, Logic,<br />

I, 7; IV, 7).<br />

CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS. V. CIÊN-<br />

CIAS, CLASSIFICAÇÃO DAS.<br />

CLASSIFICAÇÃO DOS JUÍZOS. V. Juízos,<br />

CLASSIFICAÇÃO DOS.<br />

CLAVIS ÁUREA. Assim se chamou o método<br />

<strong>de</strong> interpretação das Sagradas Escrituras <strong>de</strong>fendido<br />

por Flacius e pelos outros autores das<br />

Centúrias <strong>de</strong> Mag<strong>de</strong>burgo (1559-73), método<br />

que consistia principalmente em explicar cada<br />

trecho isolado através sentido total da Escritura.<br />

CLAVIS UNIVERSALIS. Esse termo foi usado<br />

entre os sécs. XVI e XVII para indicar a<br />

técnica <strong>de</strong> memória e invenção, cujo prece<strong>de</strong>nte<br />

mais ilustre é a Ars magna <strong>de</strong> Lúlio, e a<br />

sua conseqüência mais importante em Característica<br />

universal <strong>de</strong> Leibniz (cf. PAOLO ROSSI,<br />

Clavis universalis, 196Ò) (v. CARACTERÍSTICA;<br />

COMBINATÓRIA, ARTE; MNEMÔNICA).<br />

CLINAMEN. V. DECLINAÇÂO.<br />

COERÊNCIA (in. Coherence, fr. Cohérence,<br />

ai. 7-,usammenbang, it. Coerenzd). 1. Or<strong>de</strong>m, conexão,<br />

harmonia <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> conhecimento.<br />

Nesse sentido, Kant atribuía aos conhecimentos<br />

a priori a função <strong>de</strong> dar or<strong>de</strong>m e C.<br />

às representações sensíveis {Crít. R. Pura, I a<br />

ed., Intr., § 1). Nesse sentido, a C. foi assumida<br />

por alguns i<strong>de</strong>alistas ingleses como critério da<br />

verda<strong>de</strong>. Segundo Bradley, p. ex., a realida<strong>de</strong> é<br />

uma Consciência absoluta que abarca, na forma<br />

<strong>de</strong> C. harmoniosa, toda a multiplicida<strong>de</strong> dispersa<br />

e contraditória da aparência sensível<br />

(Appearance and Reality, 2- ed., 1902, pp. 143<br />

ss.). A C, nesse sentido, é muito mais do que a<br />

simples compatibilida<strong>de</strong> (v.) entre os elementos<br />

<strong>de</strong> um sistema: implica, com efeito, não só<br />

a ausência <strong>de</strong> contradição, mas a presença <strong>de</strong><br />

conexões positivas que estabeleçam harmonia<br />

entre os elementos do sistema. Nessa acepção,<br />

esse termo não tem significado lógico.<br />

2. O mesmo que compatibilida<strong>de</strong>. Esse significado<br />

é assumido com freqüência por esse<br />

termo em italiano e francês, já que nessas línguas<br />

o termo compatibilida<strong>de</strong> não se presta a<br />

exprimir o caráter do sistema <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!