22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

LINGUAGEM, ANALISE DA 624 LÓGICA<br />

macroscópico é apenas o efeito <strong>de</strong> uma consi<strong>de</strong>ração<br />

em massa dos eventos microscópicos.<br />

Para os <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong>ssa concepção <strong>de</strong> L, portanto,<br />

aquilo que, do ponto <strong>de</strong> vista intuitivo,<br />

aparece na L. como relação <strong>de</strong> causa e efeito (a<br />

<strong>de</strong>terminação das escolhas lingüísticas), do ponto<br />

<strong>de</strong> vista quantitativo é apenas acaso. Assim,<br />

segundo essa teoria, as diferenças entre os textos<br />

não são explicadas pela intenção dos falantes<br />

ou pelo <strong>de</strong>terminismo causai, mas pelas leis estatísticas<br />

aleatórias (HERDAN, op. cit., 1.4; C. E.<br />

SHANNON e W. WEAVKR, lhe Mathematical Iheory<br />

ofCommunication, Urbana, 1949).<br />

Esse ponto cie vista, por um lado, possibilitou<br />

as pesquisas da gramática gerativa. que é<br />

"um sistema cie regras que, <strong>de</strong> modo explícito<br />

e bem <strong>de</strong>finido, atribuam <strong>de</strong>scrições estruturais<br />

aos enunciados" (CHOMSKY, Aspects of Theory<br />

ofSyntax, 1965, p. 8). Por outro lado, possibilitou<br />

o uso <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los (v. MODELO) que algumas<br />

vezes são consi<strong>de</strong>rados constituintes da<br />

própria realida<strong>de</strong> sistemática cia L. (SAPIR, Language,<br />

1921) e outras vezes constntctos, ou seja,<br />

estruturas hipotéticas oportunamente construídas<br />

(RKVZIN, Mo<strong>de</strong>ls of Language. 1966, § 2). V.<br />

ESTRl i'1'l iKAS; ESTRl "TI IRAL1SMO.<br />

LINGUAGEM, ANÁLISE DA. V. EMP1R1SMO<br />

I.ÓCiICO.<br />

LINGUAGEM FECHADA. V. LINGUAGF.M-<br />

OBJETO.<br />

LINGUAGEM FORMALIZADA. V SISTEMA<br />

LOGÍSTICO.<br />

LINGUAGEM-OBJETO (in. Object-language).<br />

Esta noção surge em correspondência com<br />

a <strong>de</strong> metalinguagem (v.) toda vez que uma linguagem<br />

é consi<strong>de</strong>rada "semanticamente fechada",<br />

por não conter, além cie suas expressões,<br />

os nomes <strong>de</strong>ssas expressões ou termos (como<br />

"verda<strong>de</strong>iro" e "falso") que a elas se refiram.<br />

Neste caso. é necessário distinguir a linguagem<br />

cia qual se fala. que é o assunto da discussão, e<br />

a linguagem com a qual se fala, com a qual <strong>de</strong>sejamos<br />

construir a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> para<br />

a primeira linguagem. Esta última é a metaliuguagem;<br />

a primeira é a L. A distinção entre L. e<br />

metalinguagem foi introduzida pelos lógicos<br />

poloneses por volta <strong>de</strong> 1919 e difundida por<br />

Tarski (cf. "The Semantic Conception of Truth".<br />

1944, em Readiugs in Philosopbical Analysis,<br />

1949, p. 60). Essa distinção foi aceita por Carnap<br />

(Foii)idations of Logic ciiitl Maibematics,<br />

1939, § 3). Por vezes, todavia, a L e a metalinguagem<br />

coinci<strong>de</strong>m, como p. ex. quando se<br />

fala em italiano sobre o italiano. A distinção<br />

vale sobretudo para as linguagens formalizadas<br />

(v.).<br />

LÍNGUA GESTUAL (in. Sign language).<br />

Com este termo enten<strong>de</strong>-se a linguagem constituída<br />

por gestos; segundo as chamadas teorias<br />

psicológicas da linguagem, constitui a primeira<br />

fase <strong>de</strong> todas as linguagens. Wundt distinguiu<br />

duas espécies <strong>de</strong> gestos: indicativo e imitatwo.<br />

O gesto indicativo <strong>de</strong>rivaria biologicamente do<br />

movimento <strong>de</strong> agarrar (Die Sprache, Vólkspsychologíe,<br />

I, 2- ed.. p. 129). Também foram estudadas<br />

<strong>de</strong>terminadas L. gestuais, como a dos<br />

napolitanos <strong>de</strong> classe baixa, a dos monges<br />

trapistas (que fazem voto <strong>de</strong> silêncio), a dos índios<br />

da América e <strong>de</strong> alguns grupos <strong>de</strong> surdosmudos.<br />

LÍRICO (in. Lyric, fr. Lyrique, ai. Lyriscb,<br />

it. Lírico). Adjetivo empregado por Croce para<br />

especificar a expressão artística como expressão<br />

do sentimento: "O que confere coerência<br />

eu nida<strong>de</strong> à intuição é o sentimento: a intuição<br />

só é intuição porque representa um sentimento<br />

e só po<strong>de</strong> surgir <strong>de</strong>le e sobre ele. (...) Ética e lírica,<br />

ou drama e lírica, são divisões escolásticas<br />

do indivisível: a arte é sempre lírica, ou seja, expressão<br />

ética e dramática do sentimento" Uireviário<br />

di estética. 1912, em Nuoui saggi cii estética,<br />

p. 28). Para Croce, o lirismo constitui o caráter<br />

subjetivo ou romântico da arte.<br />

LITIGIOSUS. Assim foi <strong>de</strong>nominado o dilema<br />

<strong>de</strong> Protágoras e <strong>de</strong> seu aluno Evatlos (AULO<br />

GF.LIO, Noct. Alt., V, 10) (v. DILEMA).<br />

LIVRE ARBÍTRIO. V. I.IBERDADE.<br />

LÓGICA (in. Logic. fr. Logique; ai. Logik: it.<br />

Lógica). A etimologia <strong>de</strong>ssa palavra (<strong>de</strong> Àóyoç.<br />

que significa "palavra", "proposições", "oração",<br />

mas também "pensamento") é tão equívoca<br />

quanto a noção que encerra. Em Aristóteles,<br />

cujo grupo <strong>de</strong> textos, reunidos no Organon,<br />

constitui o primeiro estudo amplo <strong>de</strong>ssa disciplina,<br />

falta a palavra para <strong>de</strong>signá-la. No início<br />

<strong>de</strong> Analíticos, o trabalho mais estritamente "lógico'<br />

<strong>de</strong>ssa coleção, Aristóteles <strong>de</strong>fine, sem dar<br />

nome, a disciplina que se prepara para investigar<br />

como ciência da <strong>de</strong>monstração e do saber<br />

<strong>de</strong>monstrativo (An. pr., I, 24 a 10 ss.), mas<br />

num texto não muito claro. Seus objetos são relacionados<br />

na seqüência do trecho: a proposição<br />

(como enunciado apofântico, inserido num<br />

discurso <strong>de</strong>monstrativo), seus termos (sujeito e<br />

predicado) e o silogismo. Aqui e em outros<br />

textos (principalmente em Tópicosc Retórica),<br />

Aristóteles distingue dois tipos <strong>de</strong> discurso, dia-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!