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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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AGAPISMO 22 AGORA<br />

a divisão do velho mundo em três partes, A.,<br />

Ásia e Europa, que estariam entre si como tese,<br />

antítese e síntese. Nessa tría<strong>de</strong>, a A. representaria<br />

o momento em que o espírito não consegue<br />

chegar à consciência e o homem permanece<br />

embrutecido na passivida<strong>de</strong> e na escravidão<br />

(Philosophie<strong>de</strong>rGeschichte, ed. Lasson, pp. 203<br />

ss.). Analogamente, Gioberti viu na raça africana<br />

"a mais <strong>de</strong>generada das estirpes humanas"<br />

porque "o negro é privação da luz" (Protologia,<br />

II, p. 221).<br />

AGAPISMO (in. Agapism). Termo empregado<br />

por Peirce para <strong>de</strong>signar a "lei do amor<br />

evolutivo", em virtu<strong>de</strong> da qual a evolução cósmica<br />

ten<strong>de</strong>ria a um incremento do amor fraterno<br />

entre os homens (Chance, Love and Logic,<br />

pp. 266 ss.).<br />

AGATOLOGIA (in. Agathology, fr. Agathologie,<br />

ai. Agathologie, it. Agatologid). Nome raramente<br />

usado para a doutrina do bem, como<br />

parte da ética (v.).<br />

AGENTE (gr. noiriTiKÓÇ; lat. Agens; in.<br />

Agent; fr. Agent; ai. Tãtige, it. Agente). Em geral,<br />

o que toma a iniciativa <strong>de</strong> uma ação ou<br />

aquilo <strong>de</strong> que a ação promana ou <strong>de</strong>riva, em<br />

contraposição a paciente, que é o que sofre a<br />

ação. Esses termos são próprios da <strong>filosofia</strong><br />

escolástica (v. AÇÃO). Para intelecto A., v. INTE-<br />

LECTO.<br />

AGNOIOLOGIA (in. Agnoiology). Palavra<br />

introduzida por J. F. Ferrier (Institutes of<br />

Metaphysics, 1856, p. 48) em correlação com<br />

epistemologia (v.), para indicar as duas esferas<br />

em que se divi<strong>de</strong> a pesquisa filosófica. A A. é<br />

a doutrina da ignorância, assim como a epistemologia<br />

é a doutrina do saber. A esfera da<br />

ignorância era assim <strong>de</strong>finida em relação com<br />

a esfera do saber, com o procedimento que<br />

<strong>de</strong>pois também foi seguido por Spencer, para<br />

<strong>de</strong>terminar os limites do incognoscível (v.).<br />

AGNOSIA (gr. àyvcooía; in. Agnosy, fr.<br />

Agnosie, ai. Agnosie, it. Agnosia). Atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

quem professa nada conhecer, como a <strong>de</strong><br />

Sócrates, que afirmava só saber que não sabia<br />

(PLATÃO, Ap., 21 a), reforçada pelo cético<br />

Arcesilau, que dizia não saber nem mesmo isso<br />

(CÍCERO, Acad., I, 45).<br />

AGNOSTICISMO (in. Agnosticism; fr. Agnosticisme,<br />

ai. Agnosticismus; it. Agnosticismó).<br />

Esse termo foi criado pelo naturalista inglês<br />

Thomas Huxley em 1869 (CollectedEssays, V,<br />

pp. 237 ss.) para indicar a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem se<br />

recusa a admitir soluções para os problemas<br />

que não po<strong>de</strong>m ser tratados com os métodos<br />

da ciência positiva, sobretudo os problemas<br />

metafísicos e religiosos. O próprio Huxley <strong>de</strong>clarou<br />

ter cunhado esse termo "como antítese<br />

do 'gnóstico' da história da Igreja, que pretendia<br />

saber muito sobre coisas que eu ignorava". Esse<br />

termo foi retomado por Darwin, que se <strong>de</strong>clarou<br />

agnóstico em uma carta <strong>de</strong> 1879- Des<strong>de</strong><br />

então o termo foi usado para <strong>de</strong>signar a atitu<strong>de</strong><br />

dos cientistas <strong>de</strong> orientação positivista em face<br />

do Absoluto, do Infinito, <strong>de</strong> Deus e dos respectivos<br />

problemas, atitu<strong>de</strong> essa marcada pela recusa<br />

<strong>de</strong> professar publicamente qualquer opinião<br />

sobre tais problemas. Assim, foi chamada<br />

da agnóstica a posição <strong>de</strong> Spencer, que, na<br />

primeira parte dos Primeiros princípios (1862),<br />

preten<strong>de</strong>u <strong>de</strong>monstrar a inacessibilida<strong>de</strong> da<br />

realida<strong>de</strong> última, isto é, da força misteriosa que<br />

se manifesta em todos os fenômenos naturais.<br />

O fisiólogo alemão Du-Bois Raymond, num<br />

texto <strong>de</strong> 1880, enunciava Os sete enigmas do<br />

mundo (origem da matéria e da vida; origem<br />

do movimento; surgimento da vida; organização<br />

finalista da natureza; surgimento da sensibilida<strong>de</strong><br />

e da consciência; pensamento racional<br />

e origem da linguagem; liberda<strong>de</strong> do querer),<br />

em face dos quais ele achava que o homem<br />

estava <strong>de</strong>stinado a pronunciar um ignorabimus,<br />

já que a ciência nunca po<strong>de</strong>rá resolvê-los. No<br />

mesmo período, essa palavra foi estendida para<br />

<strong>de</strong>signar também a doutrina <strong>de</strong> Kant, porquanto<br />

esta consi<strong>de</strong>re que o númeno, ou a coisa em<br />

si, está além dos limites do conhecimento humano<br />

(v. NÚMENO). Mas essa extensão da palavra<br />

não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> todo legítima,<br />

dada a concepção kantiana <strong>de</strong> númeno como<br />

conceito-limite. É parte integrante da noção <strong>de</strong><br />

A. a redução do objeto da religião a simples<br />

"mistério", em cuja interpretação os símbolos<br />

usados são <strong>de</strong> todo ina<strong>de</strong>quados.<br />

AGONÍSTICO (gr. àycúViOTiKÓÇ; in. Agonistic;<br />

fr. Agonistiqué). Uma das distinções,<br />

referidas por Diógenes Laércio, dos diálogos<br />

platônicos. O A. e o exercitativo seriam as duas<br />

espécies do diálogo zetético ou inquisitivo-, e o<br />

diálogo zetético e o expositivo seriam as duas<br />

divisões fundamentais dos diálogos platônicos<br />

(DIÓG. L, III, 49).<br />

AGORA (gr. xò võV; lat. Nunc, in. Now; fr.<br />

Instant; ai. Jetzt; it. Ora). Enten<strong>de</strong>-se por este<br />

termo, na linguagem filosófica, o momento<br />

presente como limite ou condição do tempo,<br />

portanto diferente do instante (v.), que é uma<br />

espécie <strong>de</strong> encontro entre a eternida<strong>de</strong> e o tempo.<br />

Segundo Aristóteles, o A. é o presente ins-

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