22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

REPRESENTATIVO 854 RESPEITO<br />

Mas neste sentido, os problemas inerentes à<br />

R. são os mesmos que inerem ao conhecimento<br />

em geral (v. CONHKCIMKNTO) e ã realida<strong>de</strong><br />

que constitui o termo objetivo do conhecimento<br />

(v. REALIDADE), OU, em outra direção, os<br />

concernentes ã relação entre as palavras e os<br />

objetos significados (quanto a isso. v. SIGNO;<br />

SIGNIFICADO) .<br />

REPRESENTATIVO (in. Representativa fr. Représentalifiíü.<br />

Vorstelleml; it. Rappresentativo).<br />

1. O sentido <strong>de</strong>ste adjetivo é mais limitado que<br />

o do substantivo correspon<strong>de</strong>nte, uma vez que<br />

contém referência ao caráter <strong>de</strong> "semelhança"<br />

ou "quadro", excluído por alguns dos significados<br />

do substantivo. Assim, "idéia R." é a idéia<br />

que se concebe como imagem ou reprodução<br />

cie seu ohjeto. Diz-se que o eonhecrrnenfo íern<br />

natureza R. quando se acha que ele constitui<br />

imagem ou cópia do objeto.<br />

2. Emerson chamou <strong>de</strong> homens R. aqueles<br />

que Hegel chamava <strong>de</strong> "indivíduos da história<br />

universal" ou outros românticos chamavam <strong>de</strong><br />

"heróis": homens que são símbolos e. ao mesmo<br />

tempo, instrumentos <strong>de</strong> realização das<br />

aspirações <strong>de</strong> todos os homens (Represem'ative<br />

Men, 1850).<br />

3. No sentido político, sistema R. é o sistema<br />

que se baseia no princípio <strong>de</strong> <strong>de</strong>legação <strong>de</strong><br />

certos po<strong>de</strong>res políticos a alguns cidadãos, feita<br />

por uma parte dos cidadãos.<br />

REPUGNÂNCIA. O mesmo que incompatibilida<strong>de</strong><br />

(v. COMPATIBILIDADE.).<br />

RES DE RE NON PRAEDICATUR. Máxima<br />

<strong>de</strong> Abelardo (citada porJoÀo DL: SAÜSBURV. Metalogicus.<br />

II, 17), segundo a qual o universal<br />

não po<strong>de</strong> ser uma coisa nem uma palavra, mas<br />

somente uma expressão (sermo), uma vez que<br />

só a expressão po<strong>de</strong> ser predicado <strong>de</strong> várias<br />

coisas (v. UNIVERSAL).<br />

RESÍDUO FENOMENOLÓGICO (ai. Pbánomenologiscbe<br />

Residuum). Foi esse o nome que<br />

Husserl <strong>de</strong>u ao ser cia consciência que "não é<br />

atingido em sua essência absoluta pela neutralização<br />

fenomenológica", isto é, pela epoché<br />

(I<strong>de</strong>en. I,§ 33).<br />

RESÍDUOS, MÉTODO DOS (in Method of<br />

residues; fr. Métbo<strong>de</strong> <strong>de</strong>s résidus; ai. Rückstandsmetho<strong>de</strong>-,<br />

it. Método <strong>de</strong>i resídui). l;m dos quatro<br />

métodos da pesquisa experimental enumerados<br />

por Stuart Mill, mais precisamente o expresso<br />

pela regra: "Uma vez subtraída <strong>de</strong> um fenômeno<br />

a parte que, através <strong>de</strong> <strong>de</strong>duções anteriores,<br />

é i<strong>de</strong>ntificada como efeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados antece<strong>de</strong>ntes,<br />

o resíduo do fenômeno é o efeito<br />

dos antece<strong>de</strong>ntes restantes" (Logic, III, 8, § 5)<br />

(V. CONCOMITÂNCIA; CONCORDÂNCIA; DIFERENÇA).<br />

RESÍDUOS E DERIVAÇÕES (in. Residues and<br />

<strong>de</strong>rivations; fr. Résidus et dérívations; it. Resídui<br />

echrivazioni). Com estes termos, Vilfredo Pareto<br />

<strong>de</strong>signou os dois fatores das teorias não científicas<br />

correspon<strong>de</strong>ntes às afirmações experimentais<br />

e às <strong>de</strong>duções lógicas das teorias científicas.<br />

Os resíduos são os instintos, os sentimentos,<br />

os interesses, etc, que constituem os materiais<br />

das teorias não científicas; as <strong>de</strong>rivações são as<br />

sist^matizações lógicas ou pseudológicas dadas<br />

a esse material ( Trattato di sociologia<br />

Reiierale. 1916, §§ 803, 750, 210, 1397). (Cf. a<br />

discussão <strong>de</strong>sta doutrina em TALCOTL PARNONS,<br />

Tbo Structure of Social Action, 2 a ed., 1949, pp.<br />

1 1 X) ssJ<br />

RESPEITO (gr. odScóç; lat. Respectus: in. liespect;<br />

fr. Respect; ai. Acbtung; it. Rispetto). Reconhecimento<br />

da dignida<strong>de</strong> própria ou alheia e<br />

comportamento inspirado nesse reconhecimento.<br />

Demócrito foi o primeiro a transformar o R.<br />

em princípio da ética: "Não <strong>de</strong>ves ter para com<br />

os outros homens mais R. que para contigo<br />

mesmo, nem agir mal quando ninguém o saiba<br />

mais do que quando todos o saibam; <strong>de</strong>ves ter<br />

paru contigo mesmo o máximo R. e impor à tua<br />

alma a seguinte lei: não fazer o que não <strong>de</strong>ve<br />

ser feito" (Fr. 264, Diels). No discurso com que<br />

Protágoras, no diálogo homônimo <strong>de</strong> Platão,<br />

expõe a origem da socieda<strong>de</strong> humana, diz-se<br />

que "temendo que nossa estirpe se extinguisse,<br />

Zeus or<strong>de</strong>nou que Hermes trouxesse o R.<br />

recíproco e a justiça para o meio dos homens,<br />

a rirn <strong>de</strong> que esses fossem princípios or<strong>de</strong>nadores<br />

das cida<strong>de</strong>s, criando entre os cidadãos vínculos<br />

<strong>de</strong> benevolência" (Prol.. 322 e). O R. recíproco<br />

e a justiça são, assim entendidos, os dois ingredientes<br />

fundamentais da "arte política', que é a<br />

técnica <strong>de</strong> vida em comunida<strong>de</strong>.<br />

Aristóteles, porém, incluiu o R. entre as<br />

emoções, excluindo-o das virtu<strong>de</strong>s (/:'/. nic, II,<br />

7, 1108 a 32), e o opôs ao temor (Ibid., 10, 9,<br />

1179 b 11). Kant também o reduziu à esfera das<br />

emoções, consi<strong>de</strong>rando-o, porém, como um<br />

sentimento suigeueris. aliás como o único sentimento<br />

moral e não patológico. O sentimento<br />

<strong>de</strong> K. "é produzido apenas pela razão. Não serve<br />

ao juízo das ações nem como fundamento<br />

da lei moral objetiva, mas simplesmente como<br />

nióbil pan transformar essa lei em máxima". 0<br />

R. Sempre se refere às pessoas, nunca às coisas;<br />

é próprio do ser racional finito porque supõe<br />

a ação negativa da razão sobre a sensibi-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!