22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

COMUNS, NOÇÕES 163 CONCAUSA<br />

munista, durante o qual o proletariado assumirá<br />

o po<strong>de</strong>r e o exercerá, assim como os capitalistas<br />

fizeram, em seu próprio proveito. Esse<br />

será o período da ditadura do proletariado.<br />

O C. russo <strong>de</strong>u <strong>de</strong>staque sobretudo ao último<br />

<strong>de</strong>sses aspectos, que, nas obras <strong>de</strong> Marx e<br />

Engels, aparecia como secundário. E, dandolhe<br />

<strong>de</strong>staque, transformou-o no sentido <strong>de</strong><br />

enten<strong>de</strong>r a ditadura do proletariado como ditadura<br />

do partido comunista, confiando ao próprio<br />

partido a função <strong>de</strong> vanguarda do proletariado.<br />

Desse modo, o partido ^torna-se o<br />

instrumento fundamental para a realização da<br />

socieda<strong>de</strong> nova e preten<strong>de</strong> comandar, controlar<br />

e dirigir qualquer ação que tenha essa finalida<strong>de</strong>.<br />

Essa preeminência do partido, já teorizada<br />

por Lênin, foi levada ao extremo por<br />

Stálin, que afirmou a necessida<strong>de</strong> da "partidarizaçâo"<br />

da ciência, da arte, da <strong>filosofia</strong> e, em<br />

geral, <strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s intelectuais, o que<br />

significa simplesmente subordinar essas ativida<strong>de</strong>s<br />

aos interesses do partido, na forma<br />

como são interpretadas e impostas por seus<br />

dirigentes.<br />

COMUNS, NOÇÕES (gr. KOÍVOU evvoiou;<br />

lat. Notiones communes). Os estóicos <strong>de</strong>nominam<br />

com essa expressão os conceitos universais<br />

ou antecipações (v.) que se formam no homem<br />

naturalmente, isto é, não como produtos<br />

da instrução (AÉCIO, Plac, IV, 11). Essa expressão<br />

foi utilizada em Elementos, <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s,<br />

para <strong>de</strong>signar os princípios evi<strong>de</strong>ntes, que <strong>de</strong>pois<br />

foram chamados <strong>de</strong> axiomas (v. AXIOMA).<br />

COMUTATIVO (lat. Commutativus; in.<br />

Commutative, fr. Commutatif, ai. l e Augleichend;<br />

2° Kommutatív, it. Commutativo). 1. Os<br />

escolásticos chamaram <strong>de</strong> C, pela igualda<strong>de</strong><br />

das coisas trocadas (commutationes), a espécie<br />

<strong>de</strong> justiça que Aristóteles chamava <strong>de</strong> "corretiva"<br />

(xò 5iop0a)TiKÒv ôiKortov): ao contrário da<br />

justiça distributiva, que dá a cada um segundo<br />

seus méritos, serve para equiparar as vantagens<br />

e as <strong>de</strong>svantagens em todas as relações <strong>de</strong><br />

permuta entre os homens, tanto voluntárias<br />

quanto involuntárias (Et. nic, V, 4, 1131 b 25)<br />

(v. JUSTIÇA).<br />

2. Denomina-se proprieda<strong>de</strong> C. ou lei C. o<br />

axioma (ou postulado) pelo qual x ou y = y ou<br />

x. Essa lei serve <strong>de</strong> fundamento da soma e da<br />

multiplicação em aritmética e da teoria dos números<br />

reais. A teoria das matrizes, do inglês<br />

Arthur Cayley (1821-95), foi chamada <strong>de</strong> álgebra<br />

"não C", e utilizada pela mecânica quântica,<br />

porque não obe<strong>de</strong>ce à lei C. e consi<strong>de</strong>ra<br />

como unida<strong>de</strong> fileiras <strong>de</strong> números (como seriam,<br />

p. ex., os inscritos nos quadrados <strong>de</strong> um<br />

tabuleiro <strong>de</strong> xadrez).<br />

CONAÇÃO (lat. Conatus). Indica-se com esse<br />

nome, no Renascimento, a hormé estóica (DIÓG.<br />

L. VII, 85), isto é, o instinto(yò ou a tendência <strong>de</strong><br />

todo ser à própria conservação. Esse conceito<br />

ganhou forma clássica com Spinoza, para quem<br />

"o esforço <strong>de</strong> conservar-se é a própria essência<br />

da coisa" (Et, IV, 22, cor.). "Recebe o nome <strong>de</strong><br />

vonta<strong>de</strong> quando se refere só à mente; quando se<br />

refere à mente e ao corpo ao mesmo tempo chama-se<br />

apetite, que, por isso, é a própria essência<br />

do homem" (Ibid., III, 9, scol.). Viço empregava<br />

essa palavra no mesmo sentido: "A natureza começou<br />

a existir por um ato <strong>de</strong> C; em outros<br />

termos, a C. é a natureza (como também diz a<br />

Escolástica) infieri, prestes a chegar à existência"<br />

(De antiquíssima italorum sapientia, 4,<br />

§ 1). Hobbes <strong>de</strong>u um novo conceito <strong>de</strong>sse termo:<br />

enten<strong>de</strong>u por C. o movimento instantâneo,<br />

isto é, "o movimento num espaço e num tempo<br />

menores do que qualquer espaço ou tempo dados"<br />

(De corp., 15, § 2). Leibniz, numa primeira<br />

fase, enten<strong>de</strong>u C. no mesmo sentido: "A conação<br />

(conatus) está para o movimento como ponto<br />

está para o espaço, isto é, como a unida<strong>de</strong> para o<br />

infinito: é o início ou o fim do movimento"<br />

(Hypothesisphysica nova, 1671, Op., ed. Gerhardt,<br />

IV, p. 229). Mas, <strong>de</strong>pois, i<strong>de</strong>ntificou a C. com a<br />

força ativa, isto é, com a energia à qual ele reduziu<br />

a própria matéria: "A força ativa, que também<br />

costuma ser chamada simplesmente <strong>de</strong> força, não<br />

<strong>de</strong>ve ser concebida como a simples potência<br />

vulgar do aprendizado, isto é, como uma receptivida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ação, mas implica um conatus, isto é,<br />

uma tendência à ação, <strong>de</strong> sorte que, se não houver<br />

impedimento, o resultado será a ação"<br />

(Mathematische Schriften, ed. Gerhardt, VI, p.<br />

100). O mesmo conceito acha-se em Wolff (Cosm.,<br />

% 149) (v. ESFORÇO).<br />

CONATURALIDADE (in. Connaturè).<br />

Substantivo criado por Spencer por analogia<br />

com os adjetivos "conato" e "conatural". Segundo<br />

Spencer (Psychology, II, § 289), uma das<br />

três idéias (ao lado <strong>de</strong> coextensão e coexistência)<br />

implícitas no raciocínio quantitativo, mais<br />

precisamente a da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das coisas quanto<br />

à espécie, ao passo que coextensão significa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaço ocupada e coexistência<br />

significa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> no tempo <strong>de</strong> apresentação<br />

à consciência.<br />

CONCAUSA (gr. owaiTÍa). Platão indicou<br />

com esse termo a causa natural que concorre

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!