22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

HOMOIUSIA ou HOMUSIA 517 HORIZONTE<br />

sua inteligência e adquiriu consciência <strong>de</strong> si<br />

mesmo e do mundo (De sapiente, 22).<br />

HOMOIUSIA ou HOMUSIA (gr. óuoiODOÍa,<br />

ó(j.ouaí(x). Diz-se que toda a disputa teológica,<br />

que culminou com o Concilio <strong>de</strong> Nicéia (325),<br />

girava em torno <strong>de</strong> uma semivogal, ou seja, da<br />

diferença entre homoiusia, doutrina <strong>de</strong> Ário<br />

que admitia apenas a semelhança entre a substância<br />

<strong>de</strong> Deus-Pai e a do Logos, e a bomusia,<br />

doutrina <strong>de</strong> Atanásio, que admitia a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

da substância <strong>de</strong> Deus-Pai com a do Logos. A<br />

<strong>de</strong>cisão do Concilio a favor da bomusia estabeleceu<br />

a principal base dogmática da teologia<br />

cristã.<br />

HOMOLOGIA (gr. ÓLtoXoyícc; in. Homology,<br />

fr. Homologie, ai. Homologie, it. Omologiá). 1.<br />

Para os estóicos, este era o termo técnico para<br />

<strong>de</strong>signar a conformida<strong>de</strong> com a natureza como<br />

norma fundamental <strong>de</strong> conduta (J. STOBEO, Ecl.,<br />

II, 76, 3); termo que Cícero traduziu por convenientia<br />

(De finibus, III, 6, 21). 2. Hoje, H. é<br />

um conceito científico que tem várias <strong>de</strong>finições<br />

nas diferentes disciplinas. Em geometria <strong>de</strong>nominam-se<br />

homólogos os elementos <strong>de</strong> duas<br />

figuras semelhantes que se correspon<strong>de</strong>m. Em<br />

biologia são chamados homólogos os órgãos<br />

que se correspon<strong>de</strong>m pela sua situação em<br />

relação ao organismo todo, mesmo não<br />

exercendo a mesma função, como se verifica<br />

com os órgãos análogos (v. ANALOGIA).<br />

HOMONÍMIA (in. Hornonymy, fr. Homonymie,<br />

ai. Homonymie, it. Omonimia). Aristóteles<br />

<strong>de</strong>signa assim a ambigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um termo, ou<br />

seja, o fato <strong>de</strong> um mesmo termo ser usado para<br />

<strong>de</strong>notar-coisas diferentes. A H. <strong>de</strong> frase <strong>de</strong>nomina-se<br />

anfibolia (v.) (v. EQUÍVOCO; UNTVOCO).<br />

HOMOTEÍSMO (in. Homotheism; ai. Homotheismus;<br />

it. Omoteismo). O mesmo que antropomorfismo<br />

(v.). Termo criado por Ernest<br />

Haeckel.<br />

HONRA (gr. jn,|a.r|; in. Honor, fr. Honneur,<br />

ai. Ehre, it. Onoré). Toda manifestação <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração<br />

e estima tributada a um homem por<br />

outros homens, assim como a autorida<strong>de</strong>, o<br />

prestígio ou o cargo <strong>de</strong> que o reconheçam investido.<br />

Os antigos consi<strong>de</strong>ravam a H. como<br />

um dos bens fundamentais da vida social; Aristóteles<br />

reconheceu que há uma virtu<strong>de</strong> em relação<br />

à H. assim como há uma virtu<strong>de</strong> (liberalida<strong>de</strong>)<br />

em relação ao dinheiro. Essa virtu<strong>de</strong><br />

é a magnanimida<strong>de</strong> (v.), cujo excesso é a<br />

ambição e cuja <strong>de</strong>ficiência é a pusilanimida<strong>de</strong><br />

(Et. nic, II, 7, 1107b 20). Essa gran<strong>de</strong> importância<br />

atribuída à H., consi<strong>de</strong>rada "o prêmio da<br />

virtu<strong>de</strong> e do bem fazer'' (Ibid., VIII, 14, 1163 b<br />

3), provém da ética grega, da qual passou para<br />

os costumes e o direito da tradição oci<strong>de</strong>ntal,<br />

em sua formulação aristocrática. No mundo<br />

mo<strong>de</strong>rno, a "respeitabilida<strong>de</strong>" é o análogo <strong>de</strong>sse<br />

antigo conceito. É óbvio, todavia, que "o bem<br />

fazer'' (eúepyeoía) — cujo prêmio, segundo<br />

Aristóteles, <strong>de</strong>veria ser a H., além <strong>de</strong> sê-lo para<br />

a virtu<strong>de</strong> — inclui boa dose <strong>de</strong> conformismo<br />

aos preconceitos dominantes no grupo ou na<br />

classe social que confere aH.eao análogo mo<strong>de</strong>rno<br />

da H. a respeitabilida<strong>de</strong>, não incluída uma<br />

dose menor <strong>de</strong> conformismo. Portanto, não é<br />

<strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r que a H. tenha freqüentemente<br />

sugerido e continue sugerindo ações imorais,<br />

maléficas, ou verda<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>litos, tanto na vida<br />

privada quanto nas relações entre os povos,<br />

em que a H. muitas vezes <strong>de</strong>sempenha papel<br />

predominante no nascimento e na perpetuação<br />

<strong>de</strong> conflitos.<br />

HORIZONTE (gr. rcepiéxov; lat. Horizon;<br />

in. Horizon; fr. Horizon; ai. Horizont; it. Orizzonte).<br />

Limite que circunscreve as possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> uma investigação, <strong>de</strong> um pensamento<br />

ou <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> qualquer: limite que po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slocar-se, mas que volta a mostrar-se após<br />

cada <strong>de</strong>slocamento. Esse termo foi introduzido<br />

na <strong>filosofia</strong> por Anaximandro (séc. VI a.C),<br />

que consi<strong>de</strong>rou o Princípio (infinito ou apeiron)<br />

como aquilo que "abarca todas as coisas e as<br />

dirige" (ARISTÓTELES, FÍS., III, 4, 203b 11).<br />

No sentido mo<strong>de</strong>rno, esse conceito foi elucidado<br />

por Kant, que enten<strong>de</strong>u por horizonte o<br />

limite ou a medida <strong>de</strong> extensão do conhecimento<br />

e distinguiu o horizonte lógico, referente<br />

aos po<strong>de</strong>res cognoscitivos em relação ao interesse<br />

do intelecto, o horizonte estético, referente<br />

ao gosto em relação ao interesse do sentimento,<br />

e o horizonte prático, referente ao útil<br />

em relação ao interesse da vonta<strong>de</strong>. Em geral,<br />

"o horizonte concerne ao juízo e à <strong>de</strong>terminação<br />

daquilo que o homem po<strong>de</strong> saber, consegue<br />

saber e <strong>de</strong>ve saber"; po<strong>de</strong> ser objetivo, sendo<br />

então histórico ou racional, ou subjetivo,<br />

sendo então universal ou absoluto, particular<br />

ou privado (Logik, Einleitung, § VI, A).<br />

Essa noção foi retomada na <strong>filosofia</strong> contemporânea<br />

primeiramente por Husserl, que<br />

enten<strong>de</strong>u o H. como limite temporal (compreendido<br />

como presente ou agora), no qual<br />

estão todas as vivências (I<strong>de</strong>en, I, § 82), e <strong>de</strong>pois<br />

por Jaspers, graças a quem passou para o<br />

atual uso filosófico. Jaspers diz: "Sempre vivemos<br />

e pensamos num H. circunscrito. Pelo fato

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!