22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

EMOTIVO/EMOCIONAL 325 EMPÍRICO<br />

do organismo à sua função vital, à sua relação<br />

com o mundo. Nesse outro aspecto ou função,<br />

a E. po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada uma modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

controle do comportamento, um índice ou condição<br />

da eficácia do comportamento ajustado<br />

e normal. Certamente a distinção entre conduta<br />

emotiva e E.-controle não eqüivale a uma<br />

separação entre esferas diferentes, pois sempre<br />

existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que, a qualquer<br />

momento, uma se transforme na outra: contudo,<br />

suas respectivas funções são diferentes e<br />

sua diferenciação é a mesma que existe entre doença<br />

e normalida<strong>de</strong>.<br />

EMOTIVO/EMOCIONAL (in. Emotive; fr.<br />

Êmotif, ai. Affektif; it. Emotivo). Em geral, o<br />

mesmo que afetivo (v.). Stevenson (Ethics and<br />

Language, 1945) chamou <strong>de</strong> "significado E." a<br />

disposição que um signo lingüístico tem para<br />

produzir uma atitu<strong>de</strong> (v.), uma disposição a<br />

agir, a <strong>de</strong>sejar, etc, e não uma crença, um conhecimento<br />

em geral. Por isso, especialmente<br />

na <strong>filosofia</strong> contemporânea anglo-americana,<br />

prevaleceu o uso <strong>de</strong> dar o nome "proposições<br />

E." às proposições que não <strong>de</strong>screvem um estado<br />

<strong>de</strong> fato (v. DESCRIÇÃO), mas contêm uma<br />

prescrição, uma or<strong>de</strong>m, etc, como p. ex. as<br />

proposições morais. Esse uso, porém, é extremamente<br />

impróprio e nos últimos anos foi<br />

quase totalmente abandonado.<br />

Na linguagem comum e na filosófica, é freqüente<br />

atribuir à palavra E./Emocional um significado<br />

puramente negativo, indicando-se com<br />

ela as coisas às quais não se saberia nem po<strong>de</strong>ria<br />

atribuir um motivo suficiente e que, portanto,<br />

não parecem suficientemente "razoáveis". Nesse<br />

sentido, acaba-se qualificando <strong>de</strong> emocionais<br />

todas as escolhas (ou <strong>de</strong>liberações) que não<br />

obe<strong>de</strong>çam ao critério vigente no campo em<br />

que inci<strong>de</strong>m. P. ex., dizemos que tem valor E.<br />

ou emocional um objeto que não é útil nem<br />

bonito, mas preferimos conservar; ou que<br />

somos "emocionalmente apegados" a certas<br />

crenças que, subenten<strong>de</strong>mos, não são racionalmente<br />

sustentáveis. Aqui também o uso<br />

<strong>de</strong>sse termo não faz nenhuma referência a qualquer<br />

teoria positiva da emoção.<br />

EMPATIA (in. Empathy, fr. Empathie; ai.<br />

Einfühlung; it. Empatia). União ou Fusão emotiva<br />

com outros seres ou objetos (consi<strong>de</strong>rados<br />

animados). O termo alemão encontra-se<br />

em Her<strong>de</strong>r ( Vom Erkennenn und Empfin<strong>de</strong>n,<br />

Werke, ed. Suphan, VIII, p. 165) e em Novalis,<br />

Discípulos em Sais (Werke, ed. Frie<strong>de</strong>mann, II,<br />

p. 49). Foi retomado por Robert Vischer (Das<br />

optiscbe Formgefübl. Ein Beitrag zur Âstbetik,<br />

1873; reimpresso em Drei Abhandlungen zum<br />

ãsthetischen Formproblem, 1927, pp. 1-44), mas<br />

sua difusão se <strong>de</strong>ve especialmente a Lipps, que<br />

o empregou para esclarecer a natureza da<br />

experiência estética (Àsthetik, 2 vols., 1903, 2 a<br />

ed., 1914). Segundo Lipps, essa experiência,<br />

assim como o conhecimento dos outros eus,<br />

ocorreria mediante um ato <strong>de</strong> imitação e <strong>de</strong><br />

projeção. A reprodução das manifestações corpóreas<br />

alheias (<strong>de</strong>vida ao instinto <strong>de</strong> imitação)<br />

reproduziria em nós mesmos as emoções que<br />

costumam acompanhá-las, colocando-nos<br />

assim no estado emotivo da pessoa a quem<br />

essas manifestações pertencem. É justamente<br />

essa projeção em outro ser <strong>de</strong> um estado<br />

emotivo <strong>de</strong>spertado em nós pela reprodução<br />

imitativa da expressão corpórea dos outros (p.<br />

ex., quadro somático do medo ou do ódio,<br />

etc.) que seria o modo <strong>de</strong> comunicação entre<br />

as pessoas. Analogamente, a experiência estética<br />

consistiria em projetar no objeto estético<br />

emoções propriamente humanas, ou seja, em<br />

dar "às coisas insensatas sentido e paixão", como<br />

dizia Viço.<br />

O conceito <strong>de</strong> E. foi abandonado por estar<br />

em conflito com certo número <strong>de</strong> fatos, sobretudo<br />

com o fato evi<strong>de</strong>nciado por Scheler <strong>de</strong><br />

que os fenômenos <strong>de</strong> compreensão ou <strong>de</strong> simpatia<br />

nada têm a ver com a E. ou fusão emotiva<br />

(cf. SCHELER, Sympathíe, I, cap. I). Quanto à<br />

função estética atribuída à E., v. ESTÉTICA.<br />

EMPIRIA. V. EXPERIÊNCIA.<br />

EMPÍRICO (gr. èuneipucóç; in. Empirical; fr.<br />

Empirique, ai. Empirisch; it. Empírico). Esse<br />

adjetivo tem os seguintes significados principais,<br />

nem todos redutíveis aos significados do<br />

substantivo correspon<strong>de</strong>nte, experiência (v.).<br />

l e Designa, em primeiro lugar, a espécie <strong>de</strong><br />

saber que se adquire através da prática, através<br />

da repetição e da memória. Nesse sentido, correspon<strong>de</strong><br />

ao significado l s <strong>de</strong> experiência e<br />

opõe-se a racional, assim como a experiência<br />

se opõe à arte e à ciência.<br />

2 Q E. significa intuitivo ou sensível e são chamados<br />

<strong>de</strong> E. os elementos sensíveis <strong>de</strong> que é<br />

constituído o conhecimento intuitivo ou sensível.<br />

Esse significado correspon<strong>de</strong> ao significado<br />

2°, a) <strong>de</strong> experiência e seu oposto é intelectual.<br />

Nesse sentido Kant chama <strong>de</strong> E. o material<br />

da experiência constituído pelas sensações, ao<br />

passo que chama a priori ou intelectuais as<br />

formas ou condições da experiência.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!