22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ESTOIQUIOLOGIA 376 ESTRUTURA<br />

ria do pensamento oci<strong>de</strong>ntal. Muitos dos fundamentos<br />

enunciados ainda integram doutrinas<br />

mo<strong>de</strong>rnas e contemporâneas.<br />

ESTOIQUIOLOGIA (in. Stoicheiology). Foi<br />

esse o nome dado por Hamilton à parte da lógica<br />

que estuda os aspectos elementares ou<br />

constitutivos dos processos do pensamento.<br />

Dividiu a E. em noética, enoemática, apofântica<br />

e doutrina do raciocínio (Lectures on Logic,<br />

I, p- 72).<br />

ESTRITO (in. Strict; fr. Strict; ai. Streng; it.<br />

Strettó). Esse adjetivo às vezes se aplica ao direito<br />

ou ao <strong>de</strong>ver, para indicar seu caráter mais<br />

rigorosamente obrigatório. Kant diz: "Há ações<br />

<strong>de</strong> tal modo conformadas que seu princípio básico<br />

não po<strong>de</strong> sequer ser concebido sem contradições<br />

como lei universal da natureza...<br />

Outras há em que não se encontra essa impossibilida<strong>de</strong><br />

interna, mas que são tais que é impossível<br />

querer que seu princípio básico seja<br />

elevado à universalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma lei da natureza,<br />

porque semelhante vonta<strong>de</strong> se contradiria<br />

em si mesma. Vê-se facilmente que o princípio<br />

básico das primeiras é contrário ao <strong>de</strong>ver E. ou<br />

rígido (rigoroso), ao passo que o das segundas<br />

é contrário apenas ao <strong>de</strong>ver em sentido lato<br />

(meritório)" (Grundlegung zurMetaphysik <strong>de</strong>r<br />

Sitten, II). Em outro techo, Kant chama <strong>de</strong> direito<br />

E. o que "também po<strong>de</strong> ser representado<br />

como uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coação geral recíproca,<br />

<strong>de</strong> acordo com a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um<br />

e segundo leis universais" (Met. <strong>de</strong>r Sitten, Introdução<br />

à doutrina do direito, § E). Essas consi<strong>de</strong>rações<br />

kantianas estão entre as mais precisas<br />

nessa matéria e, todavia, estão bem longe<br />

<strong>de</strong> ser convincentes.<br />

ESTRUTURA (in. Structure, fr. Structure, ai.<br />

Strukture, it. Struttura). 1. Em sentido lógico, o<br />

mapa ou o plano <strong>de</strong> uma relação: assim, diz-se<br />

que duas relações têm a mesma E. quando o<br />

mesmo plano vale para ambas, ou seja, quando<br />

são análogas tanto quanto uma carta geográfica<br />

tem analogia com a região que representa. Nesse<br />

sentido, a E. é o "número-relação", conceito<br />

generalíssimo que eqüivale a plano, construção,<br />

constituição, etc. (RUSSELL, Introduction to<br />

MathematicalPhilosophy, VI; trad. it., pp. 74-75;<br />

Human Knowledge, IV, 3; trad. it., pp. 362 ss.).<br />

A <strong>de</strong>scrição formal <strong>de</strong> Russell molda-se ao uso<br />

corrente do termo, p. ex., ao uso encontrado<br />

na terminologia <strong>de</strong> Marx e dos marxistas.<br />

Nessa terminologia, E. é a constituição econômica<br />

da socieda<strong>de</strong> em que se incluem as relações<br />

<strong>de</strong> produção e as relações <strong>de</strong> trabalho, ao<br />

passo que superestrutura (v.) é a constituição<br />

jurídica, estatal, i<strong>de</strong>ológica da própria socieda<strong>de</strong><br />

(MARX, Zur Kritik <strong>de</strong>r politischen Õkonomie,<br />

1859, Pref.; Deutsche I<strong>de</strong>ologie, I).<br />

Nesse sentido, a palavra E. é, por um lado,<br />

sinônimo <strong>de</strong> forma, no sentido presente no<br />

gestaltismo, que, aliás, é também chamado<br />

estruturalismo ou psicologia estrutural (v. PSI-<br />

COLOGIA); por outro lado, é sinônimo <strong>de</strong> sistema<br />

(no significado 2) como conjunto ou<br />

totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações. Foi nesse último sentido<br />

que essa palavra passou para a lingüística,<br />

para a estética e para os outros campos<br />

em que é hoje comumente usada. O próprio<br />

Saussure falara <strong>de</strong> sistema: "A língua é um<br />

sistema cujas partes todas <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas<br />

em sua solidarieda<strong>de</strong> sincrônica"<br />

(Cours <strong>de</strong> linguistique générale, III, § 3).<br />

Esse termo, enfim, tem o significado genérico<br />

<strong>de</strong> sistema e po<strong>de</strong>ria ser substituído por<br />

ele sempre que se fala <strong>de</strong> estrutura como<br />

"um conjunto <strong>de</strong> elementos quaisquer, portanto<br />

abstratos, entre os quais (ou entre alguns<br />

<strong>de</strong> seus subconjuntos) tiverem sido <strong>de</strong>finidas<br />

relações igualmente abstratas" (Granger), ou<br />

como "um conjunto <strong>de</strong> .elementos submetidos<br />

a <strong>de</strong>terminadas relações" (Mouloud) ("La notion<br />

<strong>de</strong> structure" na Revue Intern. <strong>de</strong> Phil,<br />

1965, pp. 254, 315) ou <strong>de</strong> modos análogos<br />

{Sens et usage du terme Structure dans les<br />

sciences humaines et sociales, aos cuidados <strong>de</strong><br />

R. Basti<strong>de</strong>, 1962, passim; The Structure ofLanguage,<br />

org. por Fodor e Katz, 1964, pp. 33<br />

passim).<br />

O mesmo se po<strong>de</strong> dizer do uso <strong>de</strong>sse termo<br />

em antropologia, sobretudo por Lévi-Strauss;<br />

este <strong>de</strong>fine a E. explicitamente como um sistema<br />

<strong>de</strong> elementos tal que uma modificação<br />

qualquer <strong>de</strong> um implica uma modificação <strong>de</strong><br />

todos os outros, consi<strong>de</strong>rando-a como um mo<strong>de</strong>lo<br />

conceituai que <strong>de</strong>ve dar conta dos fatos<br />

observados e permitir que se preveja <strong>de</strong> que<br />

modo reagirá o conjunto no caso da modificação<br />

<strong>de</strong> um dos elementos (Anthropologie<br />

structurale, 1958, XV, I, pp.306 ss.).<br />

2. Em sentido restrito e específico, a E. não<br />

é um plano qualquer ou qualquer sistema <strong>de</strong><br />

relações, mas um plano hierarquicamente<br />

or<strong>de</strong>nado, ou seja, uma or<strong>de</strong>m finalista intrínseca<br />

<strong>de</strong>stinada a conservar o máximo possível<br />

seu plano. Neste sentido específico, essa palavra<br />

foi usada por Dilthey, que com ela <strong>de</strong>signou<br />

o instrumento explicativo fundamental do<br />

mundo humano e histórico. Ele falou <strong>de</strong> uma

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!