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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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AXIOMÁTICA 103 AXIOMÁTICA<br />

da A., não é senão um <strong>de</strong>sses mo<strong>de</strong>los. A característica<br />

da A. é prestar-se a interpretações<br />

ou a realizações diferentes, das quais constitui<br />

a estrutura lógica comum.<br />

2° O método A. é um po<strong>de</strong>roso instrumento<br />

<strong>de</strong> generalização lógica. Um dos modos <strong>de</strong><br />

generalização <strong>de</strong>sse método consiste em <strong>de</strong>struir,<br />

sucessivamente, alguns axiomas <strong>de</strong> certa<br />

teoria <strong>de</strong>dutiva, conservando os outros e, assim,<br />

construindo teorias cada vez mais abstratas.<br />

O sistema gerado pela A. assim restringida<br />

é coerente se o sistema inicial o for e constitui<br />

uma generalização <strong>de</strong>ste.<br />

3 a A A. torna indispensável distinguir três<br />

modos pelos quais é possível diferenciar uma<br />

teoria <strong>de</strong>dutiva da outra. Consi<strong>de</strong>remos o caso<br />

da geometria euclidiana. Em primeiro lugar, se<br />

modificarmos um dos seus postulados, obteremos<br />

outras geometrias <strong>de</strong>nominadas próximas<br />

ou aparentadas; nesse sentido, fala-se <strong>de</strong><br />

pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geometrias. Em segundo lugar,<br />

po<strong>de</strong>mos efetuar a reconstrução lógica <strong>de</strong> qualquer<br />

uma <strong>de</strong>ssas geometrias <strong>de</strong> vários modos,<br />

isto é, segundo A. diferentes; e essas A. serão<br />

equivalentes entre si. Enfim, se escolhermos<br />

uma <strong>de</strong>ssas A., na maioria das vezes será possível<br />

encontrar interpretações diferentes para<br />

ela: haverá vários mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>la, que serão chamados<br />

isomorfos. Haverá assim: d) uma pluralida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> geometrias; b) uma pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

A. para uma mesma geometria; c) uma pluralida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los para uma mesma A.<br />

4 e A característica fundamental da A. é a<br />

escolha e a clara enunciaçâo das proposições<br />

primitivas <strong>de</strong> uma teoria, isto é, dos axiomas<br />

que introduzem os termos in<strong>de</strong>finíveis e esta-<br />

belecem as regras <strong>de</strong> uso in<strong>de</strong>monstráveis. A<br />

escolha das noções primitivas é parte fundamental<br />

da constituição <strong>de</strong> uma axiomática. Hoje<br />

está claro, porém, que as próprias noções <strong>de</strong><br />

"primitivo", "in<strong>de</strong>finível" e "in<strong>de</strong>monstrável" são<br />

relativas, no sentido <strong>de</strong> que um termo in<strong>de</strong>finível<br />

ou uma proposição in<strong>de</strong>monstrável, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

um sistema, po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finíveis ou <strong>de</strong>monstráveis<br />

se as bases do sistema forem modificadas. P.<br />

ex., na geometria euclidiana não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar<br />

o postulado das paralelas, mas se<br />

renunciarmos a <strong>de</strong>monstrar o teorema <strong>de</strong> que<br />

a soma dos ângulos <strong>de</strong> um triângulo é igual a<br />

dois retos, po<strong>de</strong>remos assumir essa proposição<br />

como um axioma e <strong>de</strong>monstrar a unicida<strong>de</strong><br />

da paralela. Além disso, muitas vezes os termos<br />

não <strong>de</strong>finidos são implicitamente <strong>de</strong>finidos pelo<br />

conjunto dos postulados previamente escolhidos<br />

(<strong>de</strong>finição por postulados). Diz-se que a<br />

escolha dos postulados é livre, mas na realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer a <strong>de</strong>terminadas condições<br />

que a limitam notavelmente; para essas condições,<br />

v. AXIOMA.<br />

5 Q Já se disse (v. AXIOMA) que o limite fundamental<br />

para a escolha dos axiomas é a sua<br />

coerência ou compatibilida<strong>de</strong>. Todavia, um<br />

teorema <strong>de</strong> Go<strong>de</strong>l (1931) estabeleceu que uma<br />

aritmética não contraditória comporta enunciados<br />

não <strong>de</strong>cididos e, entre esses enunciados,<br />

está a nâo-contradição do sistema aritmético.<br />

Em outros termos, se permanecermos no âmbito<br />

<strong>de</strong> um sistema, não será possível estabelecer<br />

a não-contradiçâo <strong>de</strong>sse mesmo sistema.<br />

Esse é um dos limites da A., além dos que foram<br />

evi<strong>de</strong>nciados pela corrente intuicionista dos matemáticos<br />

(v. MATEMÁTICA).

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