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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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ATOMÍSTICO 92 ÁTOMO<br />

mo atomista; 2 a a teoria atômica; 3 a a concepção<br />

atomística da realida<strong>de</strong> psíquica ou social<br />

ou da linguagem.<br />

I a O A. filosófico é o <strong>de</strong> Demócrito e Leucipo,<br />

dos epicuristas e <strong>de</strong> Gassendi. É uma <strong>filosofia</strong><br />

da natureza que não tem maiores bases<br />

experimentais do que a física aristotélica (v.<br />

ÁTOMO).<br />

2- A teoria atômica (in. Atomic theory, fr.<br />

Théorie atomique, ai. Atomtheorie, it. Teoria<br />

atômica) é a que foi formulada na ciência<br />

mo<strong>de</strong>rna pela primeira vez por Dalton; exprime<br />

o mo<strong>de</strong>lo que a ciência foi pouco a pouco<br />

fazendo do átomo (v.).<br />

3 a A concepção atomística (in. Atomistic i<strong>de</strong>a;<br />

fr. Idée atomistique, ai. Atomistísches Denken;<br />

it. Concezione atomistica) consiste em propor,<br />

para explicar a vida da consciência, da socieda<strong>de</strong><br />

ou da linguagem, uma hipótese análoga à<br />

do A. filosófico ou da teoria atômica, afirmando<br />

que a consciência, a socieda<strong>de</strong> ou a linguagem<br />

são constituídas <strong>de</strong> elementos simples irredutíveis,<br />

cujas diferentes combinações explicam<br />

todas as suas modalida<strong>de</strong>s. Assim fazem o<br />

associacionismo (v.), para a vida da consciência,<br />

e o individualismo (v.), para a vida da<br />

socieda<strong>de</strong>. Fala-se, portanto, <strong>de</strong> um A. associacionista<br />

(p. ex., <strong>de</strong>le falavam JAMES, Psychology,<br />

I, 1890, p. 604, e KATZ, Gestaltpsychologie, cap.<br />

I). A expressão "A. social" é usada freqüentemente<br />

para <strong>de</strong>signar as doutrinas individualistas<br />

que consi<strong>de</strong>ram a socieda<strong>de</strong> resolúvel inteiramente<br />

nos indivíduos que a compõem.<br />

Finalmente, a expressão "A. lógico" foi empregada<br />

por Russell em 1918 para indicar a sua<br />

<strong>filosofia</strong>. "O motivo <strong>de</strong> dar à minha doutrina o<br />

nome <strong>de</strong> A. lógico é que os átomos aos quais<br />

<strong>de</strong>sejo chegar como resíduos últimos da análise<br />

são átomos lógicos, e não átomos físicos"<br />

("The Phil. of Logical Atomism", in TheMonist,<br />

1918, agora em Logic andKnowledge, Londres,<br />

1956). Já no livro Método científico em <strong>filosofia</strong><br />

(1914), falara em "proposição atômica", enten<strong>de</strong>ndo<br />

a proposição que exprime um fato, isto<br />

é, que afirma que uma coisa tem certa qualida<strong>de</strong><br />

ou que certas coisas têm certas relações; e<br />

chamara <strong>de</strong> "atômico" o fato expresso pela proposição<br />

atômica. Tais conceitos também constituem<br />

os fundamentos do Tractatus logicophilosophicus<br />

(1922) <strong>de</strong> Wittgenstein.<br />

ATOMÍSTICO. V. ATOMISMO.<br />

ÁTOMO (gr. âxo^ov; in. Atom; fr. Atome, ai.<br />

Atom; it. Átomo). A noção <strong>de</strong> Á. ofereceu à<br />

<strong>filosofia</strong> oci<strong>de</strong>ntal uma das mais importantes<br />

alternativas <strong>de</strong> especulação e <strong>de</strong> pesquisa. Foi<br />

o instrumento principal da explicação mecânica<br />

das coisas e, em geral, do mundo (v. MECA-<br />

NISMO). Leucipo e Demócrito elaboraram a seguinte<br />

noção do séc. V a.C: o Á. é um elemento<br />

corpóreo, invisível pela sua pequenez e não<br />

divisível. Os A. diferem só pela forma e pela<br />

gran<strong>de</strong>za; unindo-se e <strong>de</strong>sunindo-se no vácuo,<br />

<strong>de</strong>terminam o nascimento e a morte das coisas,<br />

e dispondo-se diferentemente <strong>de</strong>terminam a sua<br />

diversida<strong>de</strong>. Aristóteles (Mel, I, 4, 985 b 15 ss.)<br />

comparou-os às letras do alfabeto, que diferem<br />

entre si pela forma e dão lugar a palavras e a<br />

discursos diferentes, dispondo-se e combinando-se<br />

diferentemente. As qualida<strong>de</strong>s dos corpos<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m, portanto, da configuração, da<br />

or<strong>de</strong>m ou do movimento dos Á. Por isso, nem<br />

todas as qualida<strong>de</strong>s sensíveis são objetivas e<br />

pertencem realmente às coisas que as provocam<br />

em nós. São objetivas as qualida<strong>de</strong>s próprias<br />

dos A.: forma, dureza, número, movimento;<br />

mas o frio, o calor, os sabores, as cores, os<br />

odores são somente aparências sensíveis, provocadas<br />

por configurações ou combinações<br />

especiais <strong>de</strong> A., mas não pertencentes aos próprios<br />

Á. (DEMÓCRITO; Fr. 5, Diels). O movimento<br />

dos Á. é <strong>de</strong>terminado por leis imutáveis: "Nada,<br />

diz Leucipo (Fr. 2), "ocorre sem razão, mas tudo<br />

ocorre por uma razão e por necessida<strong>de</strong>". O<br />

movimento originário dos A., fazendo-os girar<br />

e chocar-se em todas as direções, produz um<br />

vórtice que leva as partes mais pesadas para o<br />

centro e impele as outras para a periferia. Seu<br />

peso, que os faz ten<strong>de</strong>r para o centro, é, pois,<br />

um efeito do seu movimento vorticoso. Desse<br />

modo, formam-se infinitos mundos que, incessantemente,<br />

se geram e se dissolvem.<br />

Esses fundamentos, próprios do velho atomismo,<br />

permaneceram inalterados nas outras<br />

formas <strong>de</strong> atomismo. A física <strong>de</strong> Epicuro representa<br />

uma repetição da física <strong>de</strong> Demócrito: na<br />

verda<strong>de</strong>, não tem muita importância a variante<br />

<strong>de</strong> Epicuro, segundo a qual os Á. caem em<br />

linha reta e que se encontram e produzem vórtices,<br />

quando, sem causa, se <strong>de</strong>sviam da trajetória<br />

retilínea (CÍCERO, Definibus, I, 18; De nat.<br />

<strong>de</strong>or, I, 69). A noção <strong>de</strong> Á. não é utilizada<br />

durante toda a Ida<strong>de</strong> Média, quando a única<br />

teoria aceita é a aristotélica, das quatro causas<br />

(v. FÍSICA). NOS primórdios da Ida<strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna,<br />

embora essa noção retorne ocasionalmente —<br />

p. ex., em Nicolau <strong>de</strong> Cusa e em Giordano<br />

Bruno (De minimo, I, 2) —, só é utilizada como<br />

instrumento <strong>de</strong> uma teoria sistemática por Pierre

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