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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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B. Na lógica medieval, todos os silogismos<br />

indicados por uma palavra mnemônica que<br />

comece por B {Baralipton, Baroco, Bocardo)<br />

são redutíveis ao primeiro modo da primeira<br />

figura {Barbara). (Cf. PEDRO HISPANO, Summ.<br />

log., 4.20)<br />

BANAUSIA (gr. pavoruaíoc). Essa palavra, que<br />

em grego significa arte mecânica ou trabalho<br />

manual em geral, implica uma valorização <strong>de</strong>sse<br />

tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> como coisa grosseira e vulgar.<br />

Heródoto (II, 155 ss.) já observava que tanto os<br />

gregos quanto os bárbaros estão <strong>de</strong> acordo ao<br />

consi<strong>de</strong>rarem inferiores os cidadãos que apren<strong>de</strong>m<br />

um ofício e os seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, e ao<br />

consi<strong>de</strong>rarem superiores as pessoas que se<br />

mantêm afastadas dos trabalhos manuais e,<br />

sobretudo, as que se <strong>de</strong>dicam à guerra. Xenofonte<br />

(Econom., IV, 203), por sua vez, afirma que "as<br />

chamadas artes mecânicas trazem em si um<br />

estigma social e estão <strong>de</strong>sonrando as nossas<br />

cida<strong>de</strong>s". E, em Górgias (512 b), Cálicles diz<br />

que, embora o construtor <strong>de</strong> máquinas bélicas<br />

possa ser útil, "<strong>de</strong>sprezá-lo-ás bem como à sua<br />

arte, chamá-lo-ás ofensivamente banausos e<br />

não <strong>de</strong>sejadas dar tua filha como esposa a seu<br />

filho nem <strong>de</strong>sejarias que teu filho se casasse<br />

com uma <strong>de</strong> suas filhas". Aristóteles diz explicitamente<br />

(Pol., III, 4, 1.277 ss.) que o po<strong>de</strong>r<br />

senhorial é próprio <strong>de</strong> quem não sabe fazer as<br />

coisas necessárias, mas sabe usá-las melhor do<br />

que os que se lhe submetem. O saber fazê-las<br />

é próprio dos servos, isto é, "da gente <strong>de</strong>stinada<br />

a obe<strong>de</strong>cer" e é coisa tão humil<strong>de</strong> que "não<br />

<strong>de</strong>ve ser aprendida nem pelo político nem pelo<br />

bom cidadão, a não ser que lhes proporcione<br />

uma vantagem pessoal". Essa noção <strong>de</strong> B.,<br />

na socieda<strong>de</strong> antiga, permitia a divisão da própria<br />

socieda<strong>de</strong> em duas classes: os que extraíam<br />

os meios <strong>de</strong> vida do trabalho manual e eram<br />

<strong>de</strong>stinados a obe<strong>de</strong>cer e os que se haviam li-<br />

B<br />

bertado da escravidão do trabalho manual e eram<br />

<strong>de</strong>stinados a mandar.<br />

Com algumas exceções, essa concepção durou<br />

por toda a Ida<strong>de</strong> Média e foi só com o<br />

Renascimento que se começou a introduzir no<br />

mundo mo<strong>de</strong>rno o conceito <strong>de</strong> dignida<strong>de</strong> do<br />

trabalho manual (v. TRABALHO).<br />

BARALIPTON. Palavra mnemônica usada<br />

pelos escolásticos para indicar o quinto modo<br />

da primeira figura do silogismo, mais precisamente<br />

o que consiste em duas premissas universais<br />

afirmativas e em uma conclusão particular<br />

afirmativa, como no exemplo: "Todo animal<br />

é substância; todo homem é animal; logo, algumas<br />

substâncias são homens" (PEDRO HISPANO,<br />

Summ. log., 4.08).<br />

BARBARA. Palavra mnemônica usada pelos<br />

escolásticos para indicar o primeiro dos nove<br />

modos do silogismo <strong>de</strong> primeira figura, o qual<br />

consta <strong>de</strong> duas premissas universais afirmativas<br />

e <strong>de</strong> uma conclusão também universal afirmativa,<br />

como no exemplo: "Todo animal é substância;<br />

todo homem é animal; logo, todo homem<br />

é substância" (PEDRO HISPANO, Summ.<br />

log., 4.07; Lógica <strong>de</strong> Port-Royal, III, 5).<br />

BARBARI. Palavra mnemônica usada na Lógica<br />

<strong>de</strong> Port-Royal para indicar o quinto modo<br />

do silogismo <strong>de</strong> primeira figura (isto é, o<br />

Baralipton), com a modificação <strong>de</strong> assumir por<br />

premissa maior a proposição em que entra o<br />

predicado da conclusão. O exemplo é o seguinte:<br />

"Todos os milagres da natureza são<br />

comuns; tudo o que é comum não nos maravilha;<br />

logo, há coisas que não nos maravilham,<br />

que são milagres da natureza" (ARNAULD, Log.,<br />

III, 8).<br />

BARBÁRIE. Esse foi o nome que Viço <strong>de</strong>u<br />

ao estado primitivo, selvagem, do qual o gênero<br />

humano foi saindo pouco a pouco para chegar<br />

à or<strong>de</strong>m do mundo propriamente humano,

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