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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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amente amplificativo ou retórico; o significado<br />

(e) é puramente religioso. Assim, é possível<br />

distinguir três conceitos fundamentais <strong>de</strong> M.: 1"<br />

M. como or<strong>de</strong>m total; 2- M. como totalida<strong>de</strong><br />

absoluta; 3 Q M. como totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo. Os<br />

significados 1 L> e 2- são articulações do significado<br />

(fl); o significado 3" é o significado (/;).<br />

1 Q Diz-se que Pitágoras foi o primeiro a chamar<br />

o M. <strong>de</strong> cosmo, para ressaltar sua or<strong>de</strong>m (J.<br />

STOBKO, liei., 21, 450; Fr. 21, Dicls); o certo é<br />

que essa é a interpretação <strong>de</strong>sse conceito que<br />

prevalece na <strong>filosofia</strong> grega. H aceita por Platão<br />

(Górg., 508 a). Aristóteles, que faz a distinção<br />

entre o todo (xò 7Tãv), cujas partes po<strong>de</strong>m dispor-se<br />

<strong>de</strong> maneiras diferentes, e a totalida<strong>de</strong><br />

(TÒ ÕA.OV), cujas partes têm posições fixas (Met.,<br />

V, 26. 1024 a 1), diz a propósito do M: "Se a<br />

totalida<strong>de</strong> do corpo, que é um contínuo, está<br />

ora numa or<strong>de</strong>m ou numa disposição, ora em<br />

outra, e se a constituição da totalida<strong>de</strong> é um M.<br />

ou um céu, então não será o M. que se gera e<br />

se <strong>de</strong>strói, mas apenas suas disposições" (De<br />

caei, I. 10. 280 a 19). Aristóteles preten<strong>de</strong> dizer<br />

neste trecho que o M. é a constituição (ou<br />

estrutura) da totalida<strong>de</strong> (sua or<strong>de</strong>m) e que tal<br />

constituição ou estrutura permanece a mesma<br />

a menos que suas partes se disponham diferentemente.<br />

Isso eqüivale a <strong>de</strong>finir o M. como a<br />

or<strong>de</strong>m imutável do universo. Analogamente, os<br />

estóicos faziam a distinção entre universo (xò<br />

7iãv) como totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as coisas existentes,<br />

inclusive o vácuo, e M., consi<strong>de</strong>rado<br />

como "o sistema do céu e da terra e dos seres<br />

que estão neles" e nesse sentido o M. é Deus<br />

(J. STOBHO, Kci, I, 421, 42 ss.). Esta interpretação<br />

cio M. prevaleceu na Antigüida<strong>de</strong> e foi adotada<br />

pela <strong>filosofia</strong> cristã que nela encontrava<br />

um ponto <strong>de</strong> partida oportuno para as <strong>de</strong>monstrações<br />

da existência <strong>de</strong> Deus (cf., p. ex., AGOS-<br />

TINHO, De ordine, I, 2). Entrou em crise só<br />

quando a noção <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m começou a incorporar-se<br />

à <strong>de</strong> natureza, mais que à <strong>de</strong> M.: o conceito<br />

<strong>de</strong> totalida<strong>de</strong> passou a ter primazia.<br />

2- Os primeiros a expor o conceito <strong>de</strong> M.<br />

como totalida<strong>de</strong> que abarca todas as coisas foram<br />

os epicuristas. Epicuro dizia: "O M. é a circunferência<br />

do céu cjue abrange os astros, a<br />

terra e todos os fenômenos" (DIÓG., L, X, 88).<br />

Mas foi só na <strong>filosofia</strong> mo<strong>de</strong>rna que esse conceito<br />

prevaleceu, superando completamente o<br />

mais antigo, <strong>de</strong> M. como or<strong>de</strong>m. Leibniz diz:<br />

"Chamo <strong>de</strong> M. toda a série e toda a coleção <strong>de</strong><br />

todas as coisas existentes, para que não se diga<br />

que po<strong>de</strong>m existir vários M. em diferentes tem-

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