22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ABSORÇÃO, LEI DE ABSTRAÇÃO<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> A., iniciadas por Hamilton e Mansel e<br />

continuadas pelo evolucionismo positivista<br />

(Spencer, etc), que, assim como esses dois<br />

pensadores, afirmou a existência e, ao mesmo<br />

tempo, a incognoscibilida<strong>de</strong> do Absoluto. Na<br />

<strong>filosofia</strong> contemporânea, essa palavra foi amplamente<br />

usada pela corrente que estava mais<br />

estreitamente ligada ao I<strong>de</strong>alismo romântico,<br />

isto é, pelo I<strong>de</strong>alismo anglo-americano (Green,<br />

Bradley, Royce) e italiano (Gentile, Croce),<br />

para <strong>de</strong>signar a Consciência infinita ou o Espírito<br />

infinito.<br />

Essa palavra permanece, portanto, ligada a<br />

uma fase <strong>de</strong>terminada do pensamento filosófico,<br />

mais precisamente à concepção romântica<br />

do Infinito, que compreen<strong>de</strong> e resolve em si<br />

toda realida<strong>de</strong> finita e não é, por isso, limitado<br />

ou condicionado por nada, nada tendo fora <strong>de</strong><br />

si que possa limitá-lo ou condicioná-lo. No seu<br />

uso comum, assim como no filosófico, esse<br />

termo continua significando o estado daquilo<br />

que, a qualquer título, é <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> condições<br />

e <strong>de</strong> limites, ou (como substantivo) aquilo<br />

que se realiza a si mesmo <strong>de</strong> modo necessário e<br />

infalível.<br />

ABSORÇÃO, LEI DE (in. Law of absorption;<br />

fr. Loi d'absorption; it. Leggi di assorbimento).<br />

Com esse nome <strong>de</strong>signam-se na Lógica<br />

contemporânea os dois teoremas da álgebra<br />

das proposições:<br />

pr\pq = p;<br />

p(.pr\q)=p,<br />

e os dois teoremas correspon<strong>de</strong>ntes da álgebra<br />

das classes:<br />

a x\ab =a; a (ar\b) = a.<br />

A A. é, nessas expressões, a possibilida<strong>de</strong><br />

lógica <strong>de</strong> substituir-sep porpvpq ou porp(/>r)<br />

q) nas primeiras expressões; ou a por a r\ ab<br />

ou por a(ar\ b) nas segundas expressões. (Cf.<br />

CHURCH, Intr. toMathematicalLogic, 15, 8). Fora<br />

da linguagem da lógica, essa lei significa que,<br />

se um conceito implica outro, ele absorve este<br />

outro, no sentido <strong>de</strong> que a asserção simultânea<br />

dos dois eqüivale à asserção do primeiro e<br />

po<strong>de</strong> ser, portanto, substituída pela asserção<br />

<strong>de</strong>ste toda vez que ela reapareça. Cf. TAU-<br />

TOLOGIA.<br />

ABSTRAÇÃO (gr. àípccípeaiç; lat. Abstractia,<br />

in. Abstraction; fr. Abstraction; ai. Abstraktion;<br />

it. Astrazionè). É a operação mediante a qual<br />

alguma coisa é escolhida como objeto <strong>de</strong> percepção,<br />

atenção, observação, consi<strong>de</strong>ração,<br />

pesquisa, estudo, etc, e isolada <strong>de</strong> outras coisas<br />

com que está em uma relação qualquer. A<br />

A. tem dois aspectos: l 2 isolar a coisa previamente<br />

escolhida das <strong>de</strong>mais com que está relacionada<br />

(o abstrair <strong>de</strong>); 2- assumir como objeto<br />

específico <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração o que foi assim isolado<br />

(A. seletiva ou prescin<strong>de</strong>nte). Esses dois<br />

significados já foram distinguidos por Kant<br />

(Logik, § 6), que, porém, pretendia reduzir a A.<br />

somente à primeira <strong>de</strong>ssas formas.<br />

A A. é inerente a qualquer procedimento<br />

cognoscitivo e po<strong>de</strong> servir para <strong>de</strong>screver todo<br />

processo <strong>de</strong>sse gênero. Com tal finalida<strong>de</strong> foi<br />

utilizada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Antigüida<strong>de</strong>. Aristóteles explica<br />

com a A. a formação das ciências teoréticas,<br />

isto é, da matemática, da física e da <strong>filosofia</strong><br />

pura. "O matemático", diz ele, "<strong>de</strong>spoja as coisas<br />

<strong>de</strong> todas as qualida<strong>de</strong>s sensíveis (peso, leveza,<br />

dureza, etc.) e as reduz à quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scontínua e contínua; o físico prescin<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

todas as <strong>de</strong>terminações do ser que não se reduzam<br />

ao movimento. Analogamente, o filósofo<br />

<strong>de</strong>spoja o ser <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>terminações particulares<br />

(quantida<strong>de</strong>, movimento, etc.) e limitase<br />

a consi<strong>de</strong>rá-lo só enquanto ser" (Met., XI, 3,<br />

1.061 a 28 ss.). O processo todo do conhecer<br />

po<strong>de</strong> ser, segundo Aristóteles, <strong>de</strong>scrito com a<br />

A.: "O conhecimento sensível consiste em assumir<br />

as formas sensíveis sem a matéria assim<br />

como a cera assume a marca do sinete sem o<br />

ferro ou o ouro <strong>de</strong> que ele é composto" (De<br />

an., II, 12, 424 a 18). E o conhecimento intelectual<br />

recebe as formas inteligíveis abstraindo-as<br />

das formas sensíveis em que estão presentes<br />

(ibid., III, 7, 431 ss.). S. Tomás reduz o conhecimento<br />

intelectual à operação <strong>de</strong> A.: abstrair a<br />

forma da matéria individual e assim extrair o<br />

universal do particular, a espécie inteligível das<br />

imagens singulares. Assim como po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar<br />

a cor <strong>de</strong> um fruto prescindindo do fruto,<br />

sem por isso afirmar que ela existe separadamente<br />

do fruto, também po<strong>de</strong>mos conhecer as<br />

formas ou as espécies universais do homem,<br />

do cavalo, da pedra, etc, prescindindo dos<br />

princípios individuais a que estão unidas, mas<br />

sem afirmar que existem separadamente <strong>de</strong>stes.<br />

A A., por isso, não falsifica a realida<strong>de</strong>, mas<br />

só possibilita a consi<strong>de</strong>ração separada da forma<br />

e, com isso, o conhecimento intelectual hu-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!