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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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com o Português permitiria, pelo menos em teoria, um maior grau de<br />

compreensão.<br />

As tarefas concebidas para este trabalho procuravam também respeitar a<br />

lógica de percurso do global para o particular, adoptada para esta actividade<br />

principal. Consequentemente, começámos por solicitar um resumo do texto,<br />

impondo um limite de quatro ou cinco frases. Este limite serviria sobretudo um<br />

propósito orientador das aprendentes, na tentativa de as conduzir à detecção das<br />

principais ideias contidas no texto sem se perderem em pormenores mais ou<br />

menos secundários. Note-se que esta tarefa vai também ao encontro das<br />

solicitações feitas em particular a alunos deste nível de ensino, a quem, no exame<br />

final do Secundário da disciplina de Português ou Literatura Portuguesa, é<br />

solicitada a redacção de um resumo.<br />

Redigido o resumo, as alunas seriam desafiadas a reflectir sobre a estratégia<br />

de leitura utilizada para a resolução da tarefa (exercício inspirado em Andrade &<br />

Araújo e Sá, 1995), bem como a identificar outras estratégias (designadas na Ficha<br />

de Trabalho por “factores/elementos”, por nos parecer que esta terminologia seria<br />

mais compreensível para elas) a que tivessem recorrido para compreender o texto.<br />

Em seguida, caminhando para o particular, teriam que explicitar o<br />

significado de uma série de vocábulos e expressões do texto, clarificando o<br />

raciocínio seguido para cada opção. A escolha <strong>dos</strong> vocábulos/expressões esteve<br />

intimamente ligada ao nosso próprio processo de tratamento do texto, e ainda à<br />

previsibilidade do uso de estratégias diversas de acesso ao sentido,<br />

potencialmente relacionáveis com a noção de <strong>Intercompreensão</strong>, com clara ênfase<br />

para a transferência linguístico-comunicativa (Andrade, 1997). Assim: altri<br />

decorreria da identificação do étimo latino “alter” («outro»); geloso poderia ser<br />

ligado a “jealous” do inglês ou “jaloux” do francês («invejoso», «ciumento»);<br />

toglierli apontaria para uma relação sobretudo fonética (mas também etimológica)<br />

com o verbo “tolher” português; allora remeteria novamente para a língua francesa<br />

(“alors”, «então»); a capo poderia ser compreendido se se identificasse a palavra<br />

“caput” latina («cabeça») como estando na sua origem (ou através, por exemplo,<br />

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