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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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Capítulo 1<br />

Concepção de um projecto de investigação<br />

Introdução<br />

A primeira chave da <strong>aprendizagem</strong> das ciências sociais é a seguinte:<br />

conhecer é antes de mais conhecermo-nos. Percebemos a sociedade a<br />

partir da nossa própria experiência e <strong>dos</strong> nossos próprios valores. O que<br />

pensamos serem análises objectivas está marcado pelos nossos juízos<br />

subjectivos. Aquilo que vemos nos outros é, em parte, o reflexo de nós<br />

próprios.<br />

(Campenhoudt, 2003: 25)<br />

Neste primeiro capítulo pretendemos dar conta do início do todo o<br />

processo de concepção e implementação de um projecto de investigação, numa<br />

postura narrativa, descritiva e reflexiva que nos permita compreender, não só as<br />

razões de opção pelo tema em análise, como também as premissas que<br />

informaram o início do trabalho. Identificamo-nos, pois, e identificamos esta<br />

dissertação, com as palavras de Campenhoudt, quando afirma:<br />

Não se trata de um simples relatório técnico de um trabalho de observação<br />

aquilo que um autor de uma obra de pesquisa propicia, mas de um texto que<br />

constitui em si mesmo um trabalho original de narração e interpretação dessa<br />

observação. A escrita não é a retranscrição neutra de um pensamento<br />

preexistente; ela participa na elaboração desse pensamento (2003: 13).<br />

Narrar o caminho percorrido e reflectir sobre ele constitui, também, um<br />

processo de auto-investigação, um olhar sobre nós próprias que nos ajudará a<br />

reconhecer, consciencializar e, eventualmente, relativizar as limitações e<br />

potencialidades desta investigação, numa tentativa de objectivação de um<br />

processo que, reconhecemos hoje, foi, pelo menos durante algum tempo,<br />

intrinsecamente subjectivo e intuitivo. Na verdade, foi ao começarmos este<br />

processo de redacção de uma dissertação, que nos exige uma recuperação de todo<br />

o trabalho realizado e reflexão sobre o mesmo (e não apenas sobre os resulta<strong>dos</strong><br />

obti<strong>dos</strong>, dado que estes decorrem do caminho que traçámos), que mais<br />

veementemente sentimos as limitações e as potencialidades pouco aproveitadas,<br />

num processo de consciencialização que, num primeiro momento, nos causou<br />

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