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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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favorecer uma concentração no desenvolvimento de competências de<br />

compreensão escrita (incluindo as competências metalinguística, de leitura, de<br />

tradução e estratégica várias vezes referidas ao longo deste trabalho), uma vez que<br />

não contempla a vertente da oralidade e não enfatiza a produção, e, neste sentido,<br />

favorecer também momentos de reflexão sistematizada sobre o funcionamento das<br />

línguas (o que não significa, porém que este trabalho não possa ser desenvolvido<br />

igualmente na <strong>aprendizagem</strong> de outras línguas):<br />

Toda a nossa <strong>aprendizagem</strong>, refiro-me à das línguas clássicas, se processa<br />

através do texto escrito […]. O texto é para nós o elemento fundamental sobre<br />

que assenta a <strong>aprendizagem</strong>, no seu tratamento reside o essencial de toda a<br />

interacção do aluno com a língua e com a cultura. […] Da abordagem do texto<br />

na aula, da adesão ao texto, da capacidade de compreensão, das competências de<br />

leitura resultará o fracasso ou o êxito de quem o lê e de quem o estuda. Ler é<br />

essencialmente compreender. […] O que se pretende com a leitura de um texto<br />

é a construção do sentido […]. No nosso caso concreto, em que o diálogo se<br />

processa em diferido, a muitos séculos de distância, numa língua diferente,<br />

através do texto escrito, a compreensão corresponde a progressivas fases de<br />

<strong>aprendizagem</strong> e obtém-se em boa parte à custa do raciocínio, pela construção de<br />

inferências assentes no conhecimento anterior do aluno e na informação contida<br />

no texto (Freire, 1997: 194/196).<br />

O estatuto do Latim como fonte, mais ou menos profícua, de referências<br />

para a maioria das línguas da Europa poderá, ainda, proporcionar uma base de<br />

conhecimentos que permita uma aproximação mais bem sucedida a essas línguas,<br />

pelo menos ao nível das palavras cognatas e do léxico que Meissner et al. (2004)<br />

designam por erudito, científico e semi-científico e que acaba por fazer parte do<br />

vocabulário corrente <strong>dos</strong> cidadãos:<br />

o conhecimento do latim não é apenas vantajoso para um melhor conhecimento<br />

da língua portuguesa, é igualmente um belo auxiliar para o ensino da língua<br />

francesa e de outras línguas românicas (ou não fosse a grande maioria do<br />

vocabulário destas línguas resultante da evolução do léxico latino; note-se que<br />

cerca de 80% das palavras portuguesas e francessas provêm do latim) e até de<br />

línguas não românicas, como por exemplo o inglês e o alemão que, como<br />

sabemos, embora não tenham uma relação tão directa com o latim, se<br />

encontram, contudo, a ele profundamente ligadas sob o ponto de vista<br />

linguístico e cultural (Couto, 1999: 208).<br />

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