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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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A leitura desta justificação apresentada na primeira Ficha de Trabalho da<br />

Actividade Principal do 1º Módulo (relativo a Júlio César), a propósito da<br />

identificação da língua do primeiro texto como sendo Italiano, parece indiciar um<br />

certo grau de à-vontade, pelo menos no que respeita às aprendentes em causa, em<br />

recorrer a conhecimentos de índole informal para resolver problemas coloca<strong>dos</strong><br />

“formalmente” (mas, ainda assim, um à-vontade com limitações, como vemos no<br />

Apêndice III.1 – nºs 8 e 12).<br />

Note-se este facto, que nos parece curioso: CI e M, as alunas que, nos<br />

exercícios de caracterização linguístico-cognitiva realiza<strong>dos</strong> no início da nossa<br />

intervenção, tinham obtido os resulta<strong>dos</strong> mais baixos, são as que mais claramente<br />

assumem o recurso a conhecimentos adquiri<strong>dos</strong> em contextos informais, extra-<br />

-escolares. Não encontrando nós, nas resoluções da mesma Ficha das restantes<br />

aprendentes, qualquer afirmação do mesmo tipo, estaremos perante uma situação<br />

em que as alunas “mais fracas”, eventualmente por falta de outros recursos, mais<br />

facilmente se disponibilizam para assumir o recurso a estes conhecimentos<br />

informais, enquanto que as alunas “melhores”, simultaneamente mais inibidas, ou<br />

pelo menos com menos vontade de arriscar e errar, camuflam este recurso?<br />

Aparentemente a resposta seria afirmativa, até porque os restantes grupos<br />

de trabalho recorreram igualmente a este tipo de conhecimento, mas não o<br />

mencionaram explicitamente, por escrito, nos documentos que produziram<br />

(chegaram mesmo a considerar ridícula tal possibilidade) e, em alguns casos,<br />

mesmo ao nível da oralidade – registada em documento áudio –, procuraram<br />

“disfarçar” este raciocínio (baixando, por exemplo, o volume da voz, de forma a<br />

que o seu discurso fique imperceptível):<br />

(352) I é então / e... e pelo menos eu é por causa das telenovelas<br />

(353) C<br />

(…)<br />

exactamente {risos} // o raciocínio? / víamos novelas / italianas<br />

(364) C conhecimentos do italiano // isto de ver novelas tem as suas vantagens<br />

(365) I tem não tem? / eu sempre pensei que tinha // só não sabíamos qual mas agora já<br />

encontrámos uma<br />

(Apêndice III.1 – nº28) (cf. também nº21);<br />

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