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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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opção pelo uso de uma ou outra língua veicular 2 , mas que são aspectos<br />

económicos e políticos que a “legitimam” (cf. Cassen, 2005), reconhece-se também,<br />

por outro, que la historia demuestra que cuanto más se difunde una lengua en un vasto<br />

territorio, mayor es su tendencia a diversificarse. Lo que sucedió con el latín tal vez ocurra<br />

con el inglés (Calvet, 2000). Benayoun partilha desta visão e alerta para o facto de<br />

que,<br />

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l’anglais dont le statut aujourd’hui est d’ordre planétaire se décline de plus en<br />

plus en variantes qui à terme produiront des discours spécifiques. […] Plus<br />

l’usage s’étend et plus il se diversifie. […] La langue unique […] n’existe pas,<br />

car l’uniformisation linguistique est combattue en son sein par les phénomènes<br />

naturels d’appropriation par les individus et les communautés (2005: 13).<br />

A Diversidade parece impor-se, assim, como uma realidade inexorável e as<br />

noções de “plurilinguismo”, “cidadania” (nomeadamente europeia, mas também<br />

planetária) e “coesão social” ganham relevo, assumem novos contornos e<br />

donnent un éclairage particulier à la question des droits de l’homme et aux<br />

choix éducatifs, dès lors qu’on s’efforce de pleinement mettre en relation la<br />

pluralité des langues, la participation citoyenne et le refus des exclusions<br />

sociales (Coste, 2004 : 1).<br />

O projecto de construção da Europa comunitária e a consequente<br />

aproximação que promove entre os povos/cidadãos que a integram, é, para nós<br />

portugueses (e simultaneamente europeus), particularmente marcante, pois vamos<br />

progressivamente assistindo a uma afirmação do Velho Continente como uma<br />

realidade humana, social e económica que marca indelevelmente a nossa própria<br />

identidade colectiva: sendo portugueses, peu à peu, l’identité européenne grandit et<br />

s’enracine en chacun d’entre nous (Chirac, 1999). Uma identidade europeia que<br />

reclama <strong>dos</strong> sujeitos, consequentemente, a assumpção de uma cidadania europeia<br />

2 Não abordaremos aqui a questão das “línguas artificiais”, mas transcrevemos um excerto de Eco com o qual,<br />

a este propósito, nos identificamos: uma objecção fundamental a qualquer língua a posteriori é a que indica o facto de<br />

ela não pretender determinar ou organizar artificialmente um sistema universal do conteúdo, mas se preocupar apenas<br />

com a elaboração de um sistema de expressão suficientemente fácil e flexível […]. Nenhum adepto de uma LIA se pôs o<br />

problema do relativismo linguístico ou se preocupou com o facto de que línguas diferentes organizam o conteúdo de<br />

mo<strong>dos</strong> diferentes e mutuamente incomensuráveis. Toma-se por ponto assente que existem de língua para língua<br />

expressões de alguma maneira sinónimas, e o Esperanto orgulha-se da sua larga colheita de traduções de obras literárias,<br />

como prova da sua completa “efabilidade”[…]. Mas se uma língua a posteriori dá por garantida a existência de um<br />

sistema de conteúdo igual para todas as línguas, este modelo de conteúdo torna-se fatalmente o modelo ocidental: embora<br />

tente, nalguns <strong>dos</strong> seus traços, afastar-se do modelo indo-europeu, também o Esperanto se lhe atém no fundamental, quer<br />

em termos lexicais, quer sintácticos (1996: 306/307).

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