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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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Doyé salienta, ainda, uma outra vantagem desta abordagem (o autor não<br />

utiliza a palavra "método") que, appliqué en complément ou en alternative aux<br />

méthodes conventionnelles, permettrait d’éviter ces inconvénients tout en bénéficiant des<br />

qualités propres à l’intercompréhension (2005: 8/9), a saber : o facto de a<br />

<strong>Intercompreensão</strong> ser conforme aos imperativos políticos de uma Europa unida e<br />

às consequências que decorrem desses imperativos – o plurilinguismo, a<br />

diversificação e a flexibilidade –, concedendo às línguas um estatuto igualitário<br />

derivado du simple fait que chaque participant à la communication utilise la langue qu’il<br />

parle le mieux […] sa langue maternelle (Doyé, 2005a: 9).<br />

Ainda que concordando, em termos gerais, com estas vantagens, a sua<br />

formulação sugere-nos, porém, algumas questões, que passamos a explicitar.<br />

Em relação à primeira vantagem, de eficácia na comunicação (entenda-se:<br />

produção em LM e recepção da LE), questionamo-nos se, no processo interactivo,<br />

lhe corresponderá uma “finesse dans la compréhension”, ou seja, se o que o produtor<br />

do discurso ganha em termos de expressão, as nuances e particularidades que lhe<br />

é possível exprimir, as marcas culturais que lhe é possível manter, serão<br />

cabalmente compreendidas pelo seu interlocutor, que pode compreender a língua<br />

em causa, mas não a domina (nem poderia!) com o mesmo grau de profundidade.<br />

É certo que se realça que l’échange oblige chacun à un effort de clarté, mais beaucoup<br />

plus facile à maîtriser que celui de produire un message hors de sa langue (DGLF, 2006);<br />

mas em que consistirão esses esforços de clarificação? Castagne (2006) refere que a<br />

tomada de consciência, pelo sujeito, da sua língua e da língua do outro, o ajuda a<br />

reconhecer que se pode fazer compreender na sua LM se explorar toda a riqueza<br />

lexical e sintáctica dessa língua para adaptar o léxico e a sintaxe do seu discurso<br />

aos seus interlocutores, seja através do uso de sinónimos (menos correntes na sua<br />

LM mas com radicais mais próximos <strong>dos</strong> da língua do seu interlocutor; por<br />

exemplo, “rapide” em vez de “vite”, “automobile” em vez de “voiture”, “bouquin” em<br />

vez de “livre”) ou através da alteração da ordem (e, consequente, estrutura<br />

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