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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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que com elas querem relacionar-se (relembrar palavras de Castagne, 2006: 17,<br />

citadas no final do Capítulo 9.1.1).<br />

542<br />

Como entendemos, enfim, a noção de <strong>Intercompreensão</strong>?...<br />

Procurando abarcar num todo coerente, quer as leituras realizadas, quer os<br />

resulta<strong>dos</strong> da análise <strong>dos</strong> nossos da<strong>dos</strong> (recorde-se, por exemplo, o que as alunas<br />

pensaram que este conceito significava; cf. Capítulo 3.2), consideramos a<br />

<strong>Intercompreensão</strong> como o processo de interacção (em presença ou à distância,<br />

síncrona ou em diferido) entre sujeitos, ou entre um sujeito e um dado verbal<br />

concreto, na qual os participantes, conscientes (e confiantes) das suas<br />

capacidades para lidar com da<strong>dos</strong> verbais desconheci<strong>dos</strong>, co-constroem<br />

senti<strong>dos</strong>, chegam a um entendimento, através do recurso ao seu repertório<br />

linguístico-comunicativo, discursivo e aquisicional, concretizado pela<br />

actualização, em situação, de uma Competência Plurilingue que, por sua vez, se<br />

alimenta do ocorrido nessa mesma interacção.<br />

Determinante, para que o processo de <strong>Intercompreensão</strong> ocorra, será a<br />

existência de disponibilidade do sujeito para interagir com a Alteridade, mais<br />

concretamente para interagir com a(s) língua(s) do Outro, colocando igualmente<br />

em comum a(s) sua(s) própria(s) língua(s), num processo em que os sujeitos<br />

buscam, simultaneamente, compreender e fazer-se compreender 30 .<br />

Esta interacção pode ser também estabelecida com da<strong>dos</strong> verbais cujos<br />

produtores não se encontram em presença na situação de comunicação (por<br />

exemplo, no que respeita aos textos escritos). Neste caso, a <strong>Intercompreensão</strong><br />

dependerá não só do desempenho do sujeito que procura compreender, mas<br />

igualmente <strong>dos</strong> próprios da<strong>dos</strong>, da forma como se apresentam, das línguas para<br />

que reenviam, em suma, do “diálogo” (da intercompreensibilidade?...) que se<br />

permitem estabelecer com o próprio sujeito, num processo em que o grau de<br />

30 Cf. : quel que soit leur degré de précision et de spécificité, ces indices ou signaux ne valent que parce qu’ils peuvent<br />

déclencher, au sein du dialogue, des séquences de négociation et un travail d’ajustement du sens et d’assistance du<br />

novice par l’expert, que parce qu’ils vont entraîner un travail conjoint pour surmonter le difficulté. Car, la difficulté<br />

d’intercompréhension est difficulté pour les deux locuteurs et, s’ils ont intérêt à faire aboutir le dialogue, ils<br />

traitent forcément cette difficulté à deux (Vasseur, 2005: 176 ; realce nosso).

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