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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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actualmente língua de carácter hegemónico, está presente no quotidiano <strong>dos</strong><br />

portugueses (sobretudo pelos media, e menos significativamente, no caso destas<br />

alunas, por contacto directo; é a única língua indicada por elas como sendo<br />

estudada em Escolas de Línguas); o Francês, por motivos históricos de emigração<br />

e de língua de carácter hegemónico, no passado, surge também, por isso, bastante<br />

referenciado.<br />

Há, contudo, alguns aspectos, neste levantamento de informação<br />

proporcionado pelo questionário, que nos despertaram a atenção, sobretudo se<br />

tivermos em conta o nosso próprio conhecimento empírico e experienciado do<br />

contexto português:<br />

- a quase ausência do Italiano, língua românica com alguma presença na nossa<br />

sociedade 2 e que a maioria das alunas não apontava, como seria eventualmente de<br />

esperar, nas categorias de “instruções/rótulos” e “TV/cinema/Internet” 3 ;<br />

- a referência solitária ao Alemão (língua cujo ensino é tradicionalmente oferecido<br />

nas nossas escolas), que, curiosamente, nem sequer é feita pela aluna que estudava<br />

esta língua há cerca de um ano (será que, apesar deste estudo, I não procurava o<br />

contacto com esta língua fora do contexto escolar? Uma aluna que, segundo<br />

soubemos informalmente, apreciava e utilizava a Internet diariamente, em casa?...<br />

cf. Apêndice I.1 – nº37);<br />

- a quase ausência, por exemplo na categoria de “Instruções/rótulos”, de<br />

referência a línguas com sistemas de escrita diferentes do latino (muito frequentes<br />

nos produtos que consumimos no dia-a-dia).<br />

Estes da<strong>dos</strong> sugeriam-nos uma questão: as alunas, de facto, não<br />

contactavam com outras línguas além das apontadas (o que, apesar de tudo, nos<br />

parecia um pouco inverosímil), ou, fazendo-o, davam-lhe tão pouca importância e<br />

atenção que, no momento de responder ao questionário, não se lembraram delas?<br />

2 Note-se que o fenómeno da imigração que, actualmente, transforma o Romeno numa língua românica com<br />

presença significativa no nosso país, não era, na altura, tão frequente, pelo menos no meio de implantação<br />

desta escola.<br />

3 sobretudo se tivermos em conta a recente passagem, na televisão portuguesa da época, de uma telenovela de<br />

grande audiência sobre a emigração italiana para o Brasil, na qual esta língua surgia com frequência – facto<br />

que é referenciado por algumas alunas mais tarde, ao longo do PP.<br />

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