16.04.2013 Views

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

permissible in speech but not in writing. Anyway, the prolonged exposure to<br />

this situation causes special problems, e.g. keeping the languages apart, and<br />

upholding the competence of the native language, etc (1997).<br />

Braunmüller apresenta um estudo onde faz a mesma advertência:<br />

even code-switching (CS) and phenomena occurring in a composite matrix<br />

language […] cannot be excluded either from a comprehensive description of<br />

talks and conversations which can be found when investigating<br />

communication patterns in Mainland Scandinavia. The discussion of the data<br />

will show (among others) that even grammatical wrong ACC<br />

[accommodation] or an unconscious gradual backsliding into the mother<br />

tongue may result in a better understanding on the addressee’s side (2001).<br />

Aparentemente, e sobretudo com o prolongamento do contacto, os sujeitos<br />

acabam por “caír na tentação” de se expressarem na língua <strong>dos</strong> seus<br />

interlocutores, seja como forma de aproximação, de busca de integração ou de<br />

facilitação do próprio contacto. Constituirá isto uma ameaça à sua LM ou à<br />

própria <strong>Intercompreensão</strong>? Na verdade, se é quase impossível formar verdadeiros<br />

poliglotas, se é pouco provável que mesmo um bilingue domine em grau<br />

equivalente as duas LM que constituem o seu repertório, nesta situação de<br />

contacto, a LM do sujeito, mesmo quando ele procura expressar-se na língua do<br />

seu interlocutor, não acabará por estar sempre presente, se não lexicalmente, pelo<br />

menos ao nível da estruturação (sintáctica, discursiva e até pragmática) do<br />

discurso? Não é, tantas vezes, a LM a fonte <strong>dos</strong> “erros” de produção que podem<br />

conduzir à inibição que os méto<strong>dos</strong> de <strong>Intercompreensão</strong> pretendem combater (cf.<br />

Pit Corder, 1992)?<br />

Se aceitarmos a validade deste questionamento, poderemos aventar a<br />

hipótese de que o método da <strong>Intercompreensão</strong>, para além de advogar a expressão<br />

de cada sujeito na sua LM, compreendendo a do seu interlocutor (sempre que tal<br />

seja possível), poderá contribuir para uma abertura e aceitação das possibilidades<br />

expressivas de si próprio e do Outro, mesmo quando, ao procurar utilizar a nossa<br />

língua, ele comete o que consideramos serem erros. Pois, com efeito, a fonte das<br />

referidas inibições radicará na nossa própria intolerância (que reconhecemos, ou<br />

pensamos reconhecer, nos outros) face a um modo de expressão que não siga as<br />

521

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!