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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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6<br />

• Da <strong>Intercompreensão</strong><br />

Cumprimos a finalidade nomotética deste trabalho no último Capítulo,<br />

partindo do estudo <strong>dos</strong> desenvolvimentos teóricos que a noção de<br />

<strong>Intercompreensão</strong> foi sofrendo, (re)li<strong>dos</strong> à luz das conclusões a que a análise <strong>dos</strong><br />

da<strong>dos</strong> recolhi<strong>dos</strong> no terreno nos conduziu.<br />

Assim, consideramos a <strong>Intercompreensão</strong> como o processo de interacção<br />

(em presença ou à distância, síncrona ou em diferido) entre sujeitos, ou entre um<br />

sujeito e um dado verbal concreto, na qual os participantes, conscientes (e<br />

confiantes) das suas capacidades para lidar com da<strong>dos</strong> verbais desconheci<strong>dos</strong>, co-<br />

-constroem senti<strong>dos</strong>, chegam a um entendimento, através do recurso ao seu<br />

repertório linguístico-comunicativo, discursivo e aquisicional, concretizado pela<br />

actualização, em situação, de uma Competência Plurilingue que, por sua vez, se<br />

alimenta do ocorrido na situação de interacção. Determinante, para que o processo<br />

de <strong>Intercompreensão</strong> ocorra, é a existência de disponibilidade do sujeito para<br />

interagir com a Alteridade, mais concretamente para interagir com a(s) língua(s)<br />

do Outro, colocando igualmente em comum a(s) sua(s) própria(s) língua(s), num<br />

processo em que os sujeitos buscam, simultaneamente, compreender e fazer-se<br />

compreender. Esta interacção pode ser também estabelecida com da<strong>dos</strong> verbais<br />

cujos produtores não se encontram em presença na situação de comunicação (por<br />

exemplo, no que respeita aos textos escritos). Neste caso, a <strong>Intercompreensão</strong><br />

dependerá não só do desempenho do sujeito que procura compreender, mas<br />

igualmente <strong>dos</strong> próprios da<strong>dos</strong>, da forma como se apresentam, das línguas para<br />

que reenviam, em suma, do “diálogo” que se permitem estabelecer com o próprio<br />

sujeito, num processo em que o grau de opacidade, da língua ou do discurso, é<br />

determinante para a possibilidade de ocorrência da intercompreensão. A noção de<br />

<strong>Intercompreensão</strong> afastar-se-á um pouco, como a entendemos, das de<br />

“competência” ou “estratégia” – os meios de que os sujeitos se servem para a<br />

construir –, na medida em que ela se apresenta, ao nível micro (do sujeito), como<br />

objectivo comunicativo/interactivo, e a um nível macro, pelo contexto em que<br />

emerge e ganha destaque, como objectivo político, social e cultural.

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