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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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Como deixámos já indiciado no Capítulo 5.1, a identificação de<br />

transparências foi uma das estratégias mais usadas pelas nossas alunas, a<br />

considerada mais significativa até porque constituiu o principal suporte das<br />

tentativas de tradução à letra por elas efectuadas, como vimos em 6.1.1b).<br />

Esta identificação de transparências concretiza-se, como a própria<br />

designação indica, numa qualidade atribuída pelo sujeito ao vocábulo, a qual lhe<br />

permite ver, para além da mancha gráfica do mesmo, um equivalente bastante<br />

semelhante, do ponto de vista morfológico e, potencialmente, semântico, numa<br />

língua com que ele está mais familiarizado.<br />

Também no caso das nossas aprendentes, as transparências são, assim,<br />

detectadas sobretudo por meio da comparação do vocábulo ou expressão em<br />

estudo com vocábulos/expressões semelhantes em línguas que lhes são mais<br />

familiares, com predomínio natural para o Português, LM de todas elas.<br />

Confirmamos, por isso, com Müller-Lancé, que, no quadro de uma didáctica do<br />

plurilinguismo que tem como princípio orientador a <strong>Intercompreensão</strong>, no que<br />

respeita ao léxico, le signifié d’un mot est transféré d’une langue à une autre. Ce<br />

transfert est provoqué par la ressemblance formelle des signifiants respectifs dans ces deux<br />

langues (2001).<br />

A questão da etimologia surge, naturalmente, neste contexto pelo facto de a<br />

existência de um radical comum ser a razão principal para esta possibilidade de<br />

comparação e detecção de semelhanças (cf. Université de Provence (ed.), 1985).<br />

Não concordamos, por isso, inteiramente com a objecção ao estudo<br />

etimológico apresentada no texto programático do colóquio “Compreensão<br />

multilingue”, onde se salienta, como indicação para a sensibilização à<br />

compreensão multilingue:<br />

“similarité” entre les langues est elle-même pensée en fonction de critères<br />

cognitifs explicites, ceci pour une meilleure estimation de la pertinence<br />

cognitive des voies d’apprentissage (les similitudes éclairées par l’étymologie ne<br />

sont pas forcément un moyen économique d’entrer dans une langue nouvelle)<br />

(CRIM/INALCO, 1997).<br />

Na mesma linha encontramos a afirmação de Tyvaert:<br />

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