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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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9.1.1 <strong>Intercompreensão</strong> como estratégia de comunicação<br />

Être Européen c’est parler dans sa langue et comprendre celle de<br />

l’autre.<br />

(Donnedieu de Vabres, ministro francês da Cultura, citado por North,<br />

2006b)<br />

Na esteira <strong>dos</strong> discursos de Eco (1994) e Hermoso (1998), o vocábulo<br />

“intercompreensão” sobe à ribalta do palco político e educativo europeu como<br />

uma estratégia de comunicação, que se quer que seja, em simultâneo, uma<br />

característica identitária da Europa. Nesta linha, as palavras do Ministro francês<br />

da Cultura, citadas em epígrafe, são tomadas por North como très exactement la<br />

définition de l’intercompréhension (2206b: 6), até porque praticamente coincidem com<br />

as de Peter Doyé (2005a), responsável pela elaboração de um <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> de<br />

referência que suportam a concepção do Guide pour l’élaboration des politiques<br />

linguistiques éducatives en Europe (Beacco & Byram, 2003). Em termos semelhantes,<br />

na brochura da DGLF pode ler-se:<br />

“l’intercompréhension est une méthode de communication qui illustre une<br />

approche nouvelle de la politique d’apprentissage des langues: elle permet<br />

d’éviter le recours à une langue tierce entre deux personnes parlant des langues<br />

proches”(DGLF, 2006: 3).<br />

Esta estratégia ou “modelo” de comunicação é, de certo modo, decalcado,<br />

segundo o mesmo documento, do modelo de prática comunicativa desde há muito<br />

existente nos países escandinavos (cf. Braunmüller, 2001; Zeevaert, 2001), na<br />

medida em que:<br />

dans l’ensemble, l’intercompréhension fonctionne bien entre les Scandinaves.<br />

Plus encore que la proximité des langues, c’est parce que les élèves sont formés<br />

aux parentés entre leurs langues pendant leur cours de langue maternelle que<br />

les Scandinaves ont créé cette situation exemplaire: le modèle scandinave<br />

d’intercompréhension peut servir à l’Europe (DGLF, 2006: 5).<br />

Já Blanche-Benveniste, em 1997, indiciava o papel “exemplar” <strong>dos</strong> países<br />

escandinavos e afirmava que estes estavam desde há muito habitués à se faire<br />

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