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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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caso, o Português 9 . E assim sendo, como se deve, então, proceder para se fazer<br />

uma tradução de um texto numa LE?<br />

A resposta a esta questão surge já indiciada anteriormente, em particular na<br />

reflexão sobre a noção de compreensão, mas a Entrevista Final (Anexo V) fornece-<br />

-nos algumas pistas mais concretas, enunciadas directamente pelas alunas.<br />

Na opinião de Cr, partilhada por N, há que conhecer o significado do maior<br />

número de palavras possível:<br />

(81) E e se tivesses que traduzir o texto?<br />

(82) Cr {risos} isso já não sei // tentar ver mais ou menos os... / o... significado de cada um<br />

com... identificá-lo com alguma língua que eu conheça / neste caso... //<br />

(83) E para traduzir precisarias de conhecer... de reconhecer... de... compreender cada<br />

uma das palavras?<br />

(84) Cr cada uma não mas pelo menos as ideias principais de cada linha não é? / que é<br />

para poder... fazer a tradução / nem que não seja “ad litteram”... que isso é muito difícil / mas<br />

pelo menos... ser uma tradução... mais ou menos e que contenha pelo menos as ideias<br />

principais do texto // se conseguisse... tirar mais alguma ideia além das principais era melhor<br />

(Apêndice II.1 – nº45);<br />

(91) E e uma tradução? //<br />

(92) N a tradução é diferente / uma tradução... não me chegaria compreender apenas a<br />

ideia principal / teria que ir palavra a palavra<br />

(Apêndice II.1 – nº65).<br />

Já para M, há que conseguir recolher as ideias principais – para o que é<br />

necessário conhecer o significado de algumas palavras, naturalmente –, com vista<br />

a poder de certa forma parafrasear o original:<br />

(9) E (…) era uma tradução semelhante à que costumam fazer por exemplo…<br />

(…)<br />

(12) M não / era tentar… / por palavras nossas dizer o que estava lá… dito (…)<br />

(14) M (…) só as ideias essenciais<br />

(Apêndice II.1 – nº55);<br />

9 Corresponderá esta postura das alunas à veiculação, pela escola, de uma noção de tradução semelhante à<br />

que subjaz às palavras de Mª Teresa Freire (1997: 200/201)? – Repare-se que nos ocupámos apenas da abordagem do<br />

texto ao nível da compreensão, da compreensão à partida global, superficial, que se pretende cada vez mais<br />

aprofundada, em ordem à tradução. Não nos ocupámos minimamente da tradução, que pressupõe e não dispensa um<br />

primeiro nível de compreensão, para, através da análise […], se chegar então à tradução, o exercício mais nobre e, por<br />

isso, o mais exigente no estudo do latim.<br />

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