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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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Estas ocorrências, referentes à resolução da tarefa com o texto em Alemão<br />

sobre Júlio César (Actividade Principal do 1º Módulo, Anexo II.1.2), e que ilustram<br />

momentos de trabalho de cada um <strong>dos</strong> três grupos de alunas, constituem indícios<br />

interessantes sobre esta questão da compreensão que, neste caso, se traduzia no<br />

levantamento de informações em cada frase do texto. As alunas reconhecem que<br />

“levantar informações” – ou compreender – tem que ser mais do que apenas listar<br />

umas poucas palavras “vindas do espaço”, separando-as por reticências; mas o que é<br />

esse “mais”? Não é “arranjar a frase toda”, porque não se pede para traduzir… Será<br />

indicar “o que se percebe da frase”, como aventa N… mas em que consiste essa<br />

percepção? E como a atingir?<br />

De facto, logo aquando das primeiras análises tínhamos percebido que, ao<br />

resolver tarefas que implicavam um certo grau de compreensão <strong>dos</strong> textos ou<br />

frases na globalidade, a tendência performativa das aprendentes era para começar<br />

de imediato a tentar traduzir o texto, frequentemente à letra. Uma tendência de tal<br />

forma enraizada nas suas práticas que, mesmo conscientes de que, em particular<br />

face à língua alemã, este procedimento podia não resultar em verdadeira<br />

compreensão, são incapazes de se afastar dele, ou de o complementar, por<br />

exemplo, com o confronto com o texto italiano trabalhado imediatamente antes e<br />

que, pela resolução da Ficha de Trabalho, sabiam versar a mesma temática (cf.<br />

resolução das Fichas, Anexo II.1.2, pp. 112, 116 e 120). Ou seja, embora parecendo<br />

reconhecer que compreender implica a construção de uma ideia ou conjunto de<br />

ideias coerentes e articuladas, ao nível <strong>dos</strong> processos de construção dessas ideias<br />

as aprendentes revelam, em particular no início do PP, dificuldade em ir para<br />

além da “decifração” de vocábulos isola<strong>dos</strong> e em recorrer a estratégias<br />

diversificadas e potencialmente complementares, em particular se confrontadas<br />

com uma língua “mais distante” da sua LM e de outras que conhecem. Para<br />

compreender os da<strong>dos</strong> verbais em línguas desconhecidas optam, assim, por uma<br />

tradução literal, de tipo predominantemente lexical (cf. Rita, 2005).

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