16.04.2013 Views

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

precisamente, delinear um quadro conceptual relativo à noção de<br />

<strong>Intercompreensão</strong> que possa servir to<strong>dos</strong> quantos se queiram dela apropriar,<br />

mesmo que, para isso, tenhamos que “deixar de fora”, como excedente de visão,<br />

alguns pormenores significativos para os quais procuraremos, entre as várias<br />

hipóteses que estas leituras nos foram sugerindo, designações mais específicas.<br />

Por onde começar? Pelos pontos em comum que parecem ser<br />

genericamente aceites pelos vários autores.<br />

A <strong>Intercompreensão</strong> está estreitamente ligada ao Plurilinguismo, tendo-se,<br />

por isso, alargado definitivamente o âmbito de abrangência do conceito tal como<br />

tinha sido definido por Dubois (1994):<br />

Avec l’intercompréhension, les citoyens européens peuvent surmonter ce risque<br />

d’appauvrissement des échanges: elle installe entre eux un échange direct,<br />

plurilingue, respectueux de la forme de pensée de chaque interlocuteur. Elle est<br />

le signe d’une action concrète en faveur de la diversité culturelle et linguistique<br />

(DGLF, 2006: 3).<br />

É, também, indiscutível que o contexto que favoreceu a emergência e<br />

desenvolvimento deste conceito é o de uma Europa que se quer unir, que se<br />

redefine, que busca a construção de uma identidade alargada, comum aos<br />

diferentes povos que a integram, os quais são impeli<strong>dos</strong> a reflectir sobre as formas<br />

de comunicação que poderão (ou deverão) adoptar entre si. O peso marcante deste<br />

contexto é perceptível, nomeadamente, na identidade <strong>dos</strong> países e investigadores<br />

envolvi<strong>dos</strong> nos vários projectos de referência sobre <strong>Intercompreensão</strong> (na maioria<br />

europeus) e no facto de estes se constituirem, geralmente, em torno das famílias de<br />

línguas indo-europeias. Esta constatação faz-nos reflectir sobre um possível<br />

“Eurocentrismo” da noção de <strong>Intercompreensão</strong>, que North parece também intuir<br />

quando esclarece: ce qui vaut pour l’Europe vaut aussi par homothétie, en quelque sorte,<br />

pour l’ensemble do monde (2006b: 6). Ou seja, pensamos que é necessário um<br />

entendimento lato de <strong>Intercompreensão</strong>, de modo a que não seja conotada<br />

exclusivamente com a Europa, fechando-nos, deste modo, ao resto do mundo.<br />

É, igualmente, claro que a <strong>Intercompreensão</strong> não é um fenómeno novo:<br />

537

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!